NUNCA ESQUEÇEREI A 1a.X QUE ENTREI NO MUNDO MÁGICO,MÍSTICO,ILUMIDADO DOS SHOWS DE BETHANIA E DE CARA ME TRAGOU O " PÁSSARO DA MANHÃ ".BRAVO BETHANIA,BRAVISSIMA 👏 "
Esse poema me ficou marcado em meu coração e em minha mente desde os sete anos de idade, ao ouvir o vinil "pássaro da manhã" (1977), onde a primeira faixa do lado "a" é esse poema declamado por Bethânia. Eu ao ouvi-la fiquei impactado. Lindo.
Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida, Se espera, dormindo espera. Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado. Ele dela é ignorado. Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino - Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E, vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora. E, inda tonto do que houvera, À cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia.
A pureza profunda do Amor é etérea, e nós a tocamos com a ponta dos nossos dedos. A "pausa" e o silêncio nos deram essa percepção. Ressoa como presente dos Deuses para o nosso Amor. Chegamos nessa compreensão translúcida que somente foi possível por conta da estrada e do muro. Sentir o Amor na alma, para ressignificar o Amor na carne. É ternura. Celebremos. F&T.
"O NOSSO MAL entrou pela PORTA ESTREITA da CULTURA"... O amor sempre foi um fator de rebeldia praticada por uma minoria resistente. Lógico que sem pretensão de ganhar eleitoralmente postos de comando político, ao concepção do AMOR para a REPÚBLICA de PLATÃO, foi algo que do discurso retórico de perfeição e nobrezas do espírito, passou socraticamente ao incômodo para a estrutura de poder, sendo uma ameaça à democracia. Pois nesta perspectiva socrática, o personagem ALCEBÍADES do FÉDRON de PLATÃO, surge como protótipo do amor, como algo de difícil prática conflitante, entre os corpos eróticos e racionais: "É o Amor que nos impede de esquecer, porque nos arrastando para a beleza, vivifica nossa alma, alimenta-a do que é adequado à sua natureza divina. Por ele, passamos do culto a um belo corpo ao culto dos corpos belos, daí ao culto aos belos discursos e leis, ao culto das ciências e, finalmente, ao encontro com a Beleza em si"...( O BANQUETE de PLATÃO)... Uma suposta repercussão de REVOLTA e REBELDIA na alma e no corpo de quem leva à sério uma relação afetiva com alguém, seria algo como em analogia à metáfora ORIENTAL do caminho das pedras. Ou também, em analogia ao discurso cristão do amor como uma espécie de jornada existencial meio que penosa, cuja porta de entrada é mais estreita e difícil, do que a porta larga de entrada fácil e confortável do EROS das paixões irracionais. Assim, haveria uma parte de nossa estrutura da vida material e energética, onde estaria um suposto instintivo "IRASCÍVEL", que PLATÃO concebeu como algo que suponho ser, uma espécie de instinto erótico de natureza forte e escravizante, quando não submetido pelos cuidados da razão inteligente. Mas, trazendo a luz de minha experiência própria de viver o amor em corpo erótico ( EROS....), e em alma racional ( PSIQUE...), entendo que não seja o AMOR uma práxis que nos colocassem todos e todas que amam mesmo, em tensão neurótica permanente, de tal maneira a nos deixar tão fragilizados e fragilizadas, correndo riscos de adoecermos gravemente, em razão do um suposto ESTRESSE causado. Isto é um absurdo que muitas vezes ouvimos de muitos PAIS, que projetam em suas filhas e filhas a própria ruína. PAIS que não seguiram a JORNADA do AMOR, para além de EROS, por medo do sofrimento, ou de entrarem numa imbecil DEPRESSÃO, mal interpretada ou muito mal concebida e cogitada, muitas vezes, por algum péssimo ou péssima profissional, que deveria ficar bem longe de tratar da saúde mental de pessoas em dificuldades afetivas. PLATÃO nos deixou no FÉDRON, uma lição de algo bem diferente sobre a repercussão objetiva e subjetiva do AMOR no CORPO MATERIAL e na PSIQUE ENERGÉTICA ( ALMA...) de quem o pratica, na sua integralidade de uma dialética relação tensa, mas muito embora, muito saudável: "O Amor platônico, como vemos, está distante de Eros tirano, que nos escraviza às paixões dos sentidos e nos mergulha no abismo da desordem. Não é repressor, não tem que ver com a sublimação de instintos. É o mais precioso auxiliar daquele que quer atingir a perfeição, pois o movimenta em direção a ela. É úmido, nutriz e poderoso; faz-nos procurar o que nos falta e nos diminui. É nele e por ele que geramos o conhecimento e, por este, nos aproximamos de nós mesmos"... ( FÉDRON de PLATÃO...) Assim, muito mal concebido por culturas de AUTO AJUDA e outras RELIGIÕES OCIDENTAIS, que muito mal-mal o assimilaram, o AMOR PLATÔNICO segue sua rota de agressivas mudanças conceptivas, e muitas vezes imbecilizantes como práxis e concepção. O AMOR PLATÔNICO como se fosse uma completude perfeita entre duas metades que se ajustassem em vida, encontrando-se depois, idealmente, num ajustamento perfeito, levando o casal a experimentar uma sensação de prazer e satisfação absoluta permanente. Então entramos de sola, no que seria a vivência do AMOR neste mundinho CONTEMPORÂNEO. Suponho mesmo, estarmos flutuando, num caldo cultural paupérrimo e sem incentivos públicos ao letramento cultural e psicológico, como pobres almas brasileiras. Isto é muito ruim, para quem quer viver o amor nos tempos de hoje. Leiam o que nos deixou PLATÃO no legado SOCRÁTICO do BANQUETE : " O Amor platônico é filósofo porque nos faz ver que a verdade de nossa natureza é procurar. Procurar o saber. O Eros platônico é libertador."... Viver a práxis do amor, de fato, pressupõem dentre outras coisas importantes, a vivência da ÉTICA, no reconhecimento das "diferentes diferenças", que existem entre os pares que se pretendem criar alianças mais fortes, para muito além da atração erótica entre os corpos. E isto nos dá muito trabalho. Nunca a tal ponto de adoecermos gravemente, pelo sofrimento da vivência das diferenças, como, infelizmente, estamos nos deparando com uma predominância midiática de uma cultura musical para massas imbecilizadas. Péssimos juízos em termos de letramentos mais maduros nos humanos que produzem ainda estas coisas, chamadas de músicas brasileiras, e MPB s. Já fomos muito melhores, sabemos disso, muito bem. Muito embora, sigamos numa rota cultural muito destrutiva dos padrões de transmissão de nossa rica herança cultural, bem no estilo da NATURALIZAÇÃO ERÓTICA de HOMENS SAFADOS e MULHERES SAFADAS, que seriam muito felizes, por manterem-se com ALMA estagnadamente INFANTILIZADA em argumentos poético musicais. Estas produções fazem parte, de um rol de práticas, concepções e ações, muito úteis, mas que nos servem mesmo, para nos infantilizar na jornada do amor. O NAZISMO na ALEMANHA veio chegando aos poucos foi pela CULTURA e não somente pela falta de dinheiro nos bolsos. O povo brasileiro segue recebendo muito facilmente a própria ruína cultural de nossas raízes, onde moravam seres SIMBÓLICOS da natureza, expressos em contos populares de MITOLÓGICOS SACÍS e CURRUPIRAS, que entre CACIQUES JUSTICEIROS, das florestas, lutavam pela dignidade de seu povo. Nossa herança cultural tem muito de ética e amor sincero. PERI e CECI se amavam e lutaram para permanência do amor em suas vidas. JORGE AMADO escreveu sobre a FALTA das marcas de boa paternidade na infância rejeitada em CAPITÃES de AREIA. E estamos perdendo a herança cultural paulatinamente. De MAYRA de DARCY RIBEIRO, seguimos para a morte de HILDA FURACÃO, assassinando a alegria e a beleza do simples e do verdadeiro expressos no herói brasileiro AMÂNCIO MAZAROPPI, que encheu os cinemas de gente pobre, simples, mas que saiamos dos cinemas nas décadas de 60 e 70 felizes e mais letrados em ética e justiça social. Estamos jogando toda esta riqueza da nossa herança cultural no lixo, mas estamos pagando, muito seriamente, em doenças mentais e ou orgânicas. O nosso MAL é também a REJEIÇÃO de QUEM SOMOS, pois se quer cogitamos mais, de ONDE VIEMOS. Pois se quer, deste jeito, saberemos ONDE VAMOS PARAR com esta esquizofrenia cultural líquida instituída, por ignorantes no controle da gestão da CULTURA e da EDUCAÇÃO.Gisnaldo Amorim Pinto. 21 de JANEIRO de 2016.
