Dia 17 de Março deste ano (2019) fez dez anos que Clodovil morreu. Muito triste ver o descaso com sua memória... Essa foto dele simboliza muito bem isso. m.facebook.com/story.php?story_fbid=2271620942901740&id=403937483003438
Como político, recusou-se a compactuar com o engano, o engodo. Foi intolerante com a fraude. Ficava até altas horas da noite estudando, para honrar cada um dos 493.951 votos que recebera. Em seu breve mandato de 2 anos, foi autor de 20 Projetos de Lei, entre eles o PL 580/2007 (sobre a Lei 10.406/2002), para dispôr sobre o contrato da união civil entre pessoas do mesmo sexo; Foi autor da Proposta de Emenda Constitucional para reduzir para 250 o número de deputados (PEC 280/2008), para a qual conseguira pessoalmente as 200 assinaturas necessárias e para a qual havia proposto a convocação de Plebiscito (PDC 1349/2008); Requereu audiências públicas voltadas para o interesse da população; Integrou, como titular, as Comissões permanentes dos Direitos Humanos e Minorias, Educação e Cultura, Relações Exteriores, Defesa Nacional, e como suplente, da Seguridade Social e Família. Como pessoa, não rendeu-se ao Sistema, sempre defendeu a transparência e a honestidade. Se quiser se informar sobre os detalhes de seu trabalho, digite "propostas Clodovil Hernandes" no site oficial da Câmara dos Deputados.
A importância de Clodovil para a moda brasileira é incontestável. Ao lado de Dener, foi um de seus precursores. Numa época em que o Brasil não tinha uma identidade própria em termos de moda (as novidades eram trazidas da Europa pela alta sociedade e os modelos eram copiados aqui por costureiras e alfaiates), surge Clodovil , que nas décadas de 60, 70 e início dos anos 80, associava, no seu ofício de costureiro, os conceitos da "Alta Costura" (termo patenteado na França) ao seu talento criativo. Criou e produziu peças únicas, luxuosas, exclusivas, feitas à mão, com tecidos nobres (muitos ele comprava em Paris), com bordados, etc. Dividiu com Dener a preferência das mulheres da alta sociedade, principalmente de São Paulo (inclusive vestiu sua ex-mulher Maria Stella Splendore, em 1973), encantadas com a novidade de seus modelos leves, suas linhas puras e seu traço livre e seguro. Ganhou prêmios e reconhecimento internacional. À partir da década de 70, foi progressivamente dedicando-se mais ao "Prêt-à-porter" (até então inexpressivo no Brasil), e à divulgação da moda, tornando-a mais ampla e acessível. Falarmos de moda brasileira e não falarmos nele, além de ser injusto, demonstra falta de conhecimento. Não podemos esquecer a história.