Tá pra nascer um comentarista crítico tão autêntico como esse. Ainda mais nos tempos de hoje, na qual o "Politicamente Correto" engessa a tudo e a todos.
Paulo Francis foi um dos maiores picaretas desse pais. Nao lia nada nem entendia de porra nenhuma. Era um ignorante vigarista e venal que só se criava num país de analfabetos e beócios como é o Brasil.
“Acho uma piada que um sujeito como Lula seja cogitado como candidato a presidência”. Isso em 1996. Brabo demais. Pergunta que ele faz em 30:20 já tem resposta. Bolsonaro fez.
É preciso ser muito ignorante quanto ao que o Paulo Francis pensava para tentar relacioná-lo a Bolsonaro. Leia "Trinta anos esta noite" que ele escreveu nos anos 90 e você vai ver o que ele pensava de milicos
@@VeiguetaComo a obra do Paulo Francis caiu no esquecimento, a Extrema Direita quer inventar, neste vácuo de informação, um Francis que nunca existiu. O "refinamento " cultural do Francis era em grande parte uma pose - mas era o suficiente para impedir que ele se aproximasse do bolsonarismo, mesmo que quisesse. No fim da vida, o Francis aproximou-se, discretamente, do Paulo Maluf, que, por mais direitista que fosse, era e é um membro da burguesia paulista estabelecida, e este era o lugar onde o Francis queria estar.
E é estranho que esteja lá, porque me lembro que ele chegou a trocar insultos por escrito com o Francis, que ele lembrou que chamava a TV globo de "metástase" durante a ditadura para se empregar lá depois - ou me engano? Bom, mas a Danuza Leão com toda certeza foi avacalhada pelo Francis e sua misoginia - e está lá também. Na verdade, não dá para entender o que essas pessoas estão fazendo aí, entrevistando um idoso sem compostura que se senta numa cadeira como se fosse um saco de batatas, usando um terno pastel completamente inadequado a sua idade que ele amarrota sem cerimônia, incapaz de responder uma pergunta objetivamente e falando em tom pastoso e com o insulto sempre na ponta da língua...
Se for a Clarice Lispector, ele não a está chamando de vagabunda, ele simplesmente inventou uma história de que a Clarice não era publicada antes dele a ter descoberto e colocado seus contos na revista "Senhor", onde ele era um dos editores. Isso , é claro, é absurdo: a Clarice era 10 anos mais velha que ele e já vinha publicando desde 1944, quando foi elogiada pelo Alceu Amoroso Lima. No final, desejar que o Francis fosse preso é inútil; ele já teve o que procurou quando fez uma acusação sem prova alguma, e isso pode tê-lo levado à morte. Mas isso poderia ter sido evitado se pessoas que se davam por sérias não tivessem feito essas sessões para ouvirem embevecidas mentiras e besteiras. É interessante que ninguém teve a ideia objetiva de começar perguntando ao Francis simplesmente qual era seu nível de escolaridade, onde estudou, com quem.... em outras palavras, buscar saber da sua biografia real, não da fictícia....
O comentário sobre Clarice Lispector em 40:46 é ficção, já que Clarice ja vinha publicando desde a década de 1940 ("Perto do Coração Selvagem" , primeiro romance, foi publicado em 1944). O Francis queria passar a ideia de que foi ele o grande descobridor de Clarice - quando a Revista Senhor no maximo a publicava com mais regularidade e pagando melhor ( o que nao dependia do Francis....).
Sobre o comentário revoltante do Francis sobre o Vicentinho, fica para depois. O que é bem interessante é o Francis, em 1:09:30, dizer que o artigo sobre a Tônia Carrero , que lhe valeu cusparada e soco do Paulo Autran, era ainda assim digno de Proust e do seu personagem Chalrus. Infelizmente para ele, Francis, foi no ano de 1996 que um pesquisador, George Moura, recuperou o tal artigo no arquivo de um jornal extinto e publicou numa dissertação de mestrado que virou livro -"O Soldado Fanfarrão". O tal artigo era só um vomitorio em que ele acusava a Tônia de ter "oferecido fotos" para uma revista pornografica dos EUA (as supostas fotos nao foram publicadas, claro...) e que ele nao dormia com mulheres com a idade da sua mãe (a Tônia era 8 anos mais velha que ele). Era assim que o Francis "funcionava".
@@leorodri4597Pediu sim. E o Paulo Autran tinha uma opinião pouco lisonjeira sobre isto: ru-vid.com/video/%D0%B2%D0%B8%D0%B4%D0%B5%D0%BE-VL2n9yhsPQg.htmlsi=cbaT4CleI_6IGqyY
@@carloseduardorebellodemend3400 Errado, Paulo Francis não tinha compulsão por agredir, acho até que ele pegava leve. É só ver a bancada que o entrevista. Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Décio Pignatari. Tem alguém de direita ali? Essa sua cegueira se deve ao fato de você ser um esquerdista e esquerdistas veem crime em qualquer vírgula ou acento que alguém da direita usa fora do lugar. Vocês querem determinar as regras por se acham donos da verdade mas só querem poder e mais nada. Nunca vi um esquerdista democrático e não vai ser agora. E quanto ao Vicentinho, convenhamos, ter doutorado hoje em dia significa alguma coisa? Alguma tese brasileira dos últimos trinta anos teve alguma relevância no cenário internacional? Por favor, cara. Cresça, faça alguma coisa útil. O Paulo Francis deixou alguns ensaios interessantes.
@@leorodri4597Não sei quem está vendo ideologia aqui; as pessoas na bancada eram amigas do Francis, tinham experiências em comum com ele, e o deixaram dizer o que quisesse, sem muito questionamento. Isso, no longo prazo, foi bom para ele? Não sei. E a tese do Vicentinho, vai ser um clássico? Não sei, e não é assim que a Universidade funciona; ela é uma instituição burocrática onde a acumulação de conhecimento se faz gradualmente. O fato é que depois dessa tese vai se saber um pouco mais sobre sindicalismo no Brasil, o que me parece mais seguro que confiar em sacadas como as do Francis, que em 20 minutos previu que Bob Dole ia ser presidente dos EUA, Lula nunca seria presidente do Brasil, e que a África do Sul iria acabar em guerra civil depois da morte do Mandela...
@@carloseduardorebellodemend3400 Você provavelmente nunca frequentou uma Universidade e não faz a menor ideia do ambiente das teses de doutorado e dissertações de mestrado. Em primeiro lugar o que valida uma pós-graduação é o número de citações, ou seja, quantas menções o autor obtém, por isso o Google Scholar é tão importante. Em segundo lugar, a Capes é a instituição que dá nota aos mestrados e doutorados e os orientadores ficam bastante preocupados em ter um número mínimo de orientandos para poder ter a nota. Ainda que não sejam suficientemente qualificados. Além disso, os orientadores maquiam números e estatísticas para que sempre obtenham a nota máxima e isso é uma prática comum. Os envolvidos publicam seus textos em revistas espalhadas pelo país o que se torna um gigantesco balcão de troca de favores. “Eu publico na sua revista e você publica na minha” Isso é ampliado para “Eu te cito, Tu me citas, Nós todos nos citamos”. Se é que você me entende. Isso tudo faz desses ambiente qualquer coisa menos um local onde se produz conhecimento. O que importa é você validar opiniões já estabelecidas porque afinal a Academia não espera nenhuma tese que abale as estruturas dela mesma, melhor manter tudo como está. Se você espera criação e inovação não é nesse ambiente, principalmente em Humanas. Semana passada estava comentando com um colega uma dissertação de mestrado feita por um sujeito que usa frases incompreensíveis pra parecer inteligente, coisas do tipo “A posse da não posse da matéria que fala” . Esse é o nível. Além do burocratismo institucional temos também o pedantismo pseudoliterário que contamina todo o ambiente. Quanto ao Francis, você parece se regozijar com as circunstâncias que o levaram à morte. O fato de estamos discutindo sobre um vídeo de quase trinta anos faz dele um autor bastante vivo, você não acha? P.S. Você foi desonesto ao citar o Francis. 1) Ele não disse que o Lula não seria eleito, ele falou que achava um absurdo cogitá-lo eleito, coisa que podemos ver todos os dias.( apoio ao Vladimir Putin ; dezenas de ministérios inúteis ; bilhões em emendas para deputados; viagens em hotéis caríssimos; aumento de impostos). 2) Ele foi questionado sobre a eleição do Bob Dowe logo adiante e ele disse que estava brincando. 3) Você provavelmente não sabe sobre a perseguição que os negros atualmente fazem aos brancos na África do Sul , algo que a mídia comprada esconde todos os dias.
@@leorodri4597Bom, a obsessão por avaliação quantitativa dos neoliberais é qualquer coisa, mas alguma avaliação tem de existir. Notemos que as revistas acadêmicos são elas mesmas "rankeadas" (Qualis/Capes), assim não basta apenas publicar em qualquer lugar. Não me regozija em nada o fim do Francis, apenas acho que ele tinha mais potencial do que de fato usava, o que incluia não fazer "previsoes" do tipo que ele fez para a África do Sul, onde se é previsível que existam tensões sérias entre brancos e negros, o fato é que guerra civil aberta não aconteceu. Bem ou mal, os países africanos tiveram sempre por política manter as fronteiras coloniais, e a imensa maioria tem conseguido preservar o Estado dentro dessas fronteiras, fora casos especiais como Sudão e Somália.
Se se lerem, na ordem cronológica, os artigos da época, o que vai se perceber é que o Caio Tulio, ombudsman da Folha, tentou desculpar os insultos do Francis dizendo que ele era um jornalista muito inteligente, sem igual, e que apenas se descuidava e cometia "alguns" chutes e vulgaridades. O Francis, que não admitia ser tratado em outros termos que não fossem incondicionalmente elogiosos, teve um ataque de fúria descontrolada, e iniciou o processo de descolamento da realidade que o levaria a um beco sem saída em finais de 1996.
Bom, na verdade o que o Francis fez nesta entrevista foi repetir as posições do Governo Reagan sobre o Mandela (terrorista, radical), posições estas que em 1996 já tinham sido provadas superadas ( fora desmantelar o Apartheid, Mandela fez um governo neoliberal). Nos EUA sequer existe lei antiracista, opiniões racistas são tidas por liberdade de expressão. Mas para que os americanos/estadunidenses iam querer ler uma repetição de opiniões equivocadas de um ex-presidente? As previsões e opiniões do Francis são todas erradas, fora quanto ao diploma de Medicina da África do Sul não valer no Reino Unido depois de 1994 - mas o que a África do Sul ganharia formando médicos para irem trabalhar em outro país?
Em 22:24, o Francis diz que "já esteve na África do Sul", para dar peso às bobagens racistas que está dizendo, e não ocorre ao repórter a ideia de perguntar: esteve lá quando? Onde? Falou com quem?
@@ks.tuor369 Não, não acertou. Quando os afrikaners tomaram o poder na África do Sul em 1948, eles expropriaram os negros das terras que ocupavam e lhes deixaram as piores. O Mandela tomou o poder idoso e decidiu se concentrar em acabar com o racismo institucional. Deixou a questão da reforma agrária de lado. Mas a questão está aí e tem de ser resolvida: os negros tiveram terras tomadas e não podem se contentar em ter o país inteiro para caírem mortos ( frase do Joaquim Nabuco sobre a nossa Abolição). Se o Francis fosse além do lado superficial das coisas, teria visto isso. E a questão nem é essa: é simplesmente de saber se ele esteve mesmo lá, e com quem falou -se é que falou....
