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Já fui muito conservador, em especial por ter crescido na igreja. Mas a faculdade(pública) despertou um senso crítico. E todas as desilusões e frustações que tive na vida, seguindo uma receita do sucesso que nunca chegou, me fizeram chegar na beira do abismo. Então alguns amigos me apresentaram o materialismo histórico dialético e percebi que não era 100% culpa minha. Aí o ódio de classe explodiu e agora trabalho para o dia em que o camarada der a ordem.
O novo conservadorismo está apoiado na burrice. Eu ouvi nesses dias alguém falar que "está surgindo um novo lider!", isso era sobre Pablo Marçal!! As pessoas estão ficando cada vez mais idio...tas
agora faz um video de uma hora, falando sobre os jovens militantes que não sabem o que é uma carteira de trabalho, que recebem lavagem cerebral de professores incompetentes, geração fraca, vagabund@, e que não irá ter um futuro bom…
Cara neimar ta indo pra 32 anos é menino nei essas três pragas já passa dos 30anos que jovens vocês tão enchergando eu só tô enchergando parasitas 😂😂😂😂😂😂
2:08 fiquei particularmente incomodado com esse "não é mais tão jovem" porque em 2019 eu tinha acabado de entrar na faculdade e agora eu acabei de sair😢😢
Se Kenji fala, eu sento e escuto até o fim. E minha socialização é tão pequena que eu não vejo ninguém pra conseguir responder à pergunta do final do vídeo... mals aí
Minha juventude foi voltada em apoiar as políticas de ações sociais, a esquerda, creci gostando de Leonel Brizola (vi a diferença q é ter um CIEP na minha localidade), quando ninguém criticava a Globo eu fazia coro com a esquerda nesta questão. Hj vendo a extrema direita atacando a Globo percebi o quão o futuro é incerto. Alguns anos atrás me radicalizei. Bora pra parte 2.
Só faltou falar de um dos principais motivos dessa onda conservadora: a ruim e velha RELIGIÃO CRISTÃ. Detalhe, nada contra Cristo mas neopentecostalismo e o catolicismo sempre foram a chave do conservadorismo no mundo inteiro.
Ex "jovem conservadora" aqui! Estive nas primeiras manifestações de 2013 no Rio de Janeiro, por pouco não fiquei encurralada na FND, deixei de participar ao observar a mudança de pauta, as fui tragada pela onda conservadora na Igreja. Apesar de católica "de berço", meus pais sempre foram progressistas, meu pai era fundador do PT na minha cidade, e durante a infância, vivi muitos momento em que o "PT" tirou meu pai de mim, em uma fase em que, aos 7 anos, lidava com a perda da minha mãe e a percepção de que meu pai estava ausente por causa do partido (ele foi candidato na eleição seguinte, e eu, aos 9, já falava que odiava o PT e só vestiria acampa por ser meu pai). Acredito que muito da minha radicalização veio justamente da revolta por ver no partido essa correlação e, quando meu pai, passava a me questionar sobre o que eu ouvia na igreja, já nos idos de 2013/14, o "esquerdismo" se mostra inimigo, nu período em que começa a estudar numa federal e ouvia muito sobre "como não ser doutrinada na universidade" de pessoas na igreja. Ao mesmo tempo, o crescimento dos "influenciadores católicos", com seus discursos "o professor tem razão" passaram a dominar meu algoritmo. O mais engraçado de tudo isso é que, eu sabia no fundo da minha alma que não estava tudo bem. Então eu "estudava", pra poder vencer no argumento quem e questionava sobre meus discursos. Ou seja, por incrível que pareça, eu falava baseando-me em muitas coisas que eu lia, gastava horas assistindo a vídeos, lendo, mas livros e recomendações de outros conservadores. E ninguém conseguia debater comigo quando eu questionava as "coisas estranhas" que eu achava. Daí eu passei a achar que os outros até poderiam não ter argumento, mas eu tinha, e na internet, ganhava qualquer discussão. Isso retroalimentava a ideia em mim de que, para estar sendo uma boa cristã, precisava ser conservadora e concordar com aquele discurso, além da grande passagem no ego. Em 2018, votei no inelegível, com o discurso pronto de que "mesmo não concordando com ele, não quero o PT de volta". Várias pessoas tentaram e convencer do contrário, conversavam comigo, me questionavam de como, eu, que era das que gostava de política quando ninguém mais novo gostava, estava fazendo esta escolha. Eu tinha a percepção de que minha escolha não era boa, eu voltei a estudar os dois lados do discurso (coisa que senhor meu pai havia me ensinado) e fiz questão de dizer a todos que se aproximavam que "se ele fizer besteira, tiramos ele igual tiramos a Dilma" e "se for muito ruim, serei a primeira a pedir desculpas por essa escolha ruim". Não deu outra. Poucos meses depois estava eu, pedindo desculpas, mas ainda vaidosa em assumir o erro, argumentando queria mudar. O estopim pra desejar nunca ter feito aquela escolha foi a pandemia. De 2018 a 2020, eu já havia entendido o erro, mas pedi desculpas e escolhi o silêncio. Contudo o estranhamento com o crescimento de Brasil Paralelo likes me colocava pra pensar sempre. Nesse silêncio, segui estudando Doutrina Social da Igreja, a vida de santos e entendendo que o discurso conservador não combinava com meu entendimento da fé Católica. 2020 foi a primeira vez que falei abertamente que me sentia coagida pelo meu círculo social (igreja) a fazer aquela escolha. Daí começou minha cisão. Me mantive fiel a minha comunidade, até 2022, passando pela depressão (e ouvindo dentro da igreja atrocidades, incentivadas muitas vezes, por Marsillis da vida), o luto pela morte do meu pai (que faleceu em 2020), uma mudança de padrão social depois disso (passei a depender exclusivamente das bolsas da faculdade que passei em 2020 para sobreviver). Não serei hipócrita de dizer que sei o que estaria fazendo hoje se não fosse a pequena comunidade que me acompanhava. Eu os amo, assim como amo a Igreja Católica. Sem essas pessoas e o que vivemos por dividirmos a mesma fé, eu não teria suportado tudo. Mas em 2022, quando eu comecei a ver que as pessoas que me apoiaram quando eu precisei estavam querendo manter no poder alguém que queria me deixar à mingua, que tava deixando nosso povo roer osso, que queria acabar com a única coisa que me deu perspectiva de viver (a universidade), precisei e posicionar pra esse círculo social. Isso me marginalizou dentro da minha paróquia. Minha comunidade ainda me busca, e eu sinto falta de viver nossos momentos, mas hoje, parece que tudo é vazio por ver nas redes sociais daquelas mesmas pessoas que me veem como guerreira por viver o que tenho vivido, compartilharem nas redes sociais falando que assistência estudantil é sustentar vagabundo. É muito estranho me sentir deslocada dentro de um ambiente que me sustentou emocionalmente por tanto tempo. Em 2022, fui questionada sobre "o que ensinaria para as crianças dela" de uma amiga MUITO próxima, quando publiquei um texto falando sobre, pela primeira vez na vida, sair de casa para clicar 13 na urna. Isso doeu demais. Mas eu consigo enxergar vários trechos de vários vídeos já postados aqui no canal na minha história. E hoje sei o porquê. E sei que não estou sozinha também, nem aqui fora, nem dentro da igreja. Descobri pessoas com as mesmas decepções que eu. Ainda não consegui me sentir confortável de viver minha fé como vivia antes. Espero conseguir um dia. Espero estar ainda viva quando a juventude decidir se revoltar contra o sistema "certo".
Eu consigo ver na minha sala de aula da escola, a maioria dos alunos são conservadores, e o mais decepcionante é que até mesmo pessoas que "deveriam" de certa forma não ser, são, um exemplo é um colega gay que vive falando coisas transfobias na sala de aula.
Me vi muito nesse doc ....dediquei muito da minha juventude as movimentos sociais vive a loucura dos grupos do ORKUT estava no FORA COLLOR até o último ainda como " jovem " o PASSE LIVRE... não tínhamos um NORMOSE para ajudar no processo ....
Mas chega a ser uma INJÚRIA esse pessoal me lançar um vídeo desses e não lançar a segunda parte tipo pra ontem, minha cabeça chega que pipocou de ideias sobre o assunto. Trampo muito bem feito Kenji e equipe s2
Eu sou cristão. Além de ser a parte mais importante da minha identidade, já delimita algumas coisas que acredito e defendo. Acompanho o canal já faz um tempo e até hoje me surpreendo com a qualidade e seriedade do Normose e equipe. Vídeos assim são importantes pra mostrar o quão raso discursos conservadores podem ser. O que acaba afastando o Conservadorismo da minha fé. O Cristianismo é muito grande pra caber no conservadorismo. A defesa dos "valores cristãos" é um instrumento muito forte e de fácil uso em um país de maioria cristã, não é preciso entender quais são de fato esses valores e suas implicações sociais, então essa defesa acaba sendo resumida à defesa do heterossexualismo. Parabenizo o Normose por reconhecer que a juventude cristã é plural e não se encaixa diretamente dentro de um grupo político.
Cara, te acompanho desde 2019. A qualidade dos vídeos e do conteúdo só cresce! Parabéns para você e para o Antídoto que deixaram esses sentimentos em relação ao Rock inteligíveis para mim! Sigo acompanhando o trabalho.
Que aula esse vídeo! ❤🎉 Pqp manja muito de comunicação, conhecimento e história. Parabéns! ❤ O bom é saber que tem como falar academicamente sem ter que falar difícil! Esquerda tem que descer do palco e ir pra ruas. Sai do PlayStation 😅
Entre meu 20 até meus 30 anos fui cristã e olavista conservadora Hoje com 37 e tendo uma boa perspectiva da minha caminhada vejo que fui muito influenciada pela internet e pelas normas da minha família, eu queria ser aceita, amada e protegida por alguém mais forte e com certezas inabaláveis, e esse ideal era o que o conservadorismo/cristianismo me oferecia..
Conservadores não é um termo acertado para definir os jovens brasileiros que só conheceram a democracia brasileira, pois não há um desejo de preservação de algo que sequer conheceram, há apenas uma revolta aliada a um desejo de que cesse a velha e batida baboseira de "nós contra eles", o pão e circo servido dioturnamente onde cada qual se coloca como arquétipo das boas intenções, enquanto se constata a grana cada vez mais curta, o poder de compra e sobrevivência diminuídos. Os jovens escutaram desde tenra idade o quão grandioso é o país, cheio de riquezas e potencialidades, que o país tinha tudo para se tornar a próxima grande potência, mas o que se viu (com exceção de um recente governo esquisito em tempos pandêmicos) é que todos os demais governos desde que nasceram, foram feitos por pessoas alinhadas com aquilo que se chama de esquerda. No entanto, uma margem assustadora do país segue sem ter acesso nem mesmo ao saneamento básico. Não estamos falando da qualidade da educação, dos assaltos ou números de mortos por doenças, descaso e embates de facções que, não raro, ultrapassaram locais de guerra; nem dos recordes de queimadas, problemas respiratórios, assédios nas universidades públicas ou mesmo do analfabetismo funcional que atinge não só grande parte dos discentes brasileiros, como também parcela significativa dos docentes... Não falamos de nada disso, falamos do esgoto que corre a céu aberto, da falta de água potável, falamos do básico, do mínimo de dignidade. Penso que é daí que decorre a revolta dos jovens, bem como o desejo, que provavelmente já se sabe autoenganador, de tentarem apostar em algo diverso, mais ligado aquilo que se convencionou chamar de direita, posto que na propaganda todos são perfeitos. Contudo, levando em conta os escândalos também desse outro "lado", o jovem vem caindo no niilismo, em uma desilusão completa. Talvez precisem ser criadas mais algumas perspectivas, tais como superior, inferior, diagonal, sei lá... porque esse negócio de direita e esquerda não está dando certo, tudo indica que essa baboseira de "nós contra eles" só faz grupinhos de poderosos que fingem rivalidades na forma de fazer prosperar o brasileiro e, por consequência, o Brasil como um todo, uma piada de mau gosto, pois ao fim e ao cabo, ambos estão lado-a-lado se divertindo e se esbaldando, ao passo que as hordas de imbecilizados pelos "lados" se digladiam em meio ao esgoto. "As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco."
