Se você exagera o natural resulta em bizarrices de um péssimo gosto. Não foi assim que começou a merda do Gerassamba e É o Tcham? Aqui nesse puteiro que é a Bahia, onde o povo brasileiro tem que ser enfiado pra depois, com as capas da revista Playboy e tudo, mas ainda assim... a merda. Certa vez, em Jacobina, vi rapazes numa apresentação de capoeira e que não passavam de acrobatas, uma distorção abominável. Apenas o fato de muito boa dedicação à ginástica e ao bom condicionamento físico e à saúde. Não tinha merda de escola nenhuma em Salvador, estive trabalhando nelas na década de 90, que não cultuasse Carla Perez e a piranhagem exótica como o samba da bahia pro mundo se encantar. Tudo esculhambação do Acm com o Roberto Marinho e programas de auditórios, do tipo Faustão. Se você não tiver sensibilidade, sua cultura morre, é tudo assassinado, junto com você, pelas mãos dos que mais se apresentam e são patrocinados como das melhores intenções, as que seriam de preservação e afirmação do seu natural. Façam o favor de deixar que o povo invente, crie e sustente como uma tradição, depois tire do barro do chão, da raiz, do sal da terra, sei lá como você chama, a maneira mais fiel de como se faz. Qualquer distorção, exagero, tem o efeito de inimigos dilapidadores, com um sentimento de destruição. Ainda quando não se deem conta do que estão fazendo, mas são tutelados pelos que sabem muito bem do que pretendem, denunciemo-los como de espírito de porco. Não é discurso de purista, mas dos que devem disciplinar a própria dinâmica de seus potenciais criativos.