A Alma e a Gente - VI #20 - Tomar, A Cidade Templária - 25 Mai 2008 

Um excelente programa. Saudades do professor. Viva Portugal!

Orgulho de ter raízes no concelho de Tomar! Sempre que posso, divulgo a sua história! Tomar é uma cidade fantástica e deveria de ser mais conhecida mundialmente!

Em /2020vendo e ouvindo essa deliciosa maneira de contar a maravilhosa história de Portugal e Brasil

Saudades deste programa😢

MARAVILHA !!

Saudades desta cidade....

estive nesta cidade linda de tantas histórias voltarei para curtir cada cantinho desta cidade🙏🙏🤲

Muitos nobres luso-brasileiros ostentaram o título de conde de Tomar, no período do Vice-reinado no Brasil.Este título era honorífico ou havia alguma família nobre que detinha essa distinção nobiliárquica?

Com todo o respeito que lhe devo discordo muito da versão aqui dada pelo Professor José Hermano Saraiva que tem uma interpretação redutora pois reduz a um conflito financeiro, uma suposta dívida que o rei de França tinha para com os Templarios e que despolitiza, retira-lhe o aspeto pilitico da questão. Ora vejamos: Com a queda de São João de Acre (hoje Alepo) em 1291 as cruzadas acabaram e portanto os Templarios deixaram de ter razão para existirem. Os papas tentam substituir a chefia e comando que tinham da cristandade que lhe davam as cruzadas por um poder teocratico absoluto em toda a cristandade, o papa Bonifacio VIII publica a enciclica "Unam Sanctam" e bula "Clericis Laicos" e nesse sentido os Templarios são a milicia e polícia papal para a execução deste desígnio. O rei de França Philippe IV o Belo opõe-se a estes designios que é "a gota que faz transbordar o vaso" depois de uma longa série de conflitos que mantem com os papas e manda o seu jurista principal Guilherme de Nogaret, molestar severamente o Papa para o obrigar a retirar a enciclica e a bula ou à demissão (incindente ou atentato de Anagni, residência de verão do Papa em 1303) o que este recusa. A população acorre aos gritos do Papa e a pequena guarnição que acompanhava Nogaret é obrigada a retirar. O papa furioso entra em Roma excomunga o rei de França e chega a esboçar a promulgação de uma cruzada contra Philippe IV. Nogaret volta a Roma e o Papa aparece morto, não se sabe bem as circunstancias (existem varias versões) mas teve morte muito violenta (crâneo parcialmente esmagado). É eleito novo papa (francês) em 1305. Em França os templarios são presos na manhã de 13 de outubro de 1307 pontualmente às 8 horas da manhã em 28 cidades de França numa extraordinária operação policial preparada de longa data no maior sigilo. O Papa Clemente V confirma a prisão e condenação à morte dos templarios. A sede do papado passa para a cidade francesa de Avinhão (1309). Quase todos os monarcas europeus veem com grande alívio a prisão dos templarios e o fim da bula e enciclica de Bonifacio VIII. De notar que em Portugal tinha havido tambem um conflito muito acerbado entre o clero e o poder politico que se traduziu com a destituição do Rei D. Sancho II sob pressão dos bispos de Braga, do Porto e de Coimbra junto do Papa, o Rei é substituido por seu irmão mais novo D. Afonso III. Este acaba igualmente em conflito aberto com o Papa que o excomunga em 1268 e morre antes de ser destituído. Na Europa a bula papal ordena que o patrimonio dos Templarios passa para a ordem dos Hospitalarios mas em Portugal o Rei D. Dinis ao dar como extinta a Ordem dos Templarios funda a Ordem de Cristo em 1309 (reconhecida pelo Papa em 1319) e transfere o patrimonio para a nova ordem que, ao contrario dos Templarios, depende e responde unicamente ao Rei de Portugal. A Ordem de Cristo passa a ter sede em Castro Marim no Algarve para melhor defenderem as vilas e aldeias algarvias das incursões de piratas maurescos que raptavam gente nova para serem vendidos como escravos no Norte de Africa o que constituia um autêntico flagelo. Esses acontecimentos teem grande importancia em toda a Europa, o poder religioso fica sob a alçada do poder político ou ficam completamente separados, em Portugal o poder do Rei sai muito reforçado, o alto clero deixa de poder destituir um Rei (como aconteceu com D.Sancho II) e passa a "piar baixinho" para com o Rei de Portugal. (GM).