Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10,2-12
2 Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.
3 Jesus perguntou: "O que Moisés vos ordenou?"
4 Os fariseus responderam: "Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la".
5 Jesus então disse: "Foi por causa da dureza do vosso coração
que Moisés vos escreveu este mandamento.
6 No entanto, desde o começo da criação,
Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe
e os dois serão uma só carne.
8 Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!"
10 Em casa, os discípulos fizeram, novamente,
perguntas sobre o mesmo assunto.
11 Jesus respondeu:
"Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira.
12 E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério".
Palavra da Salvação.
Diletos noivos, celebramos este enlace matrimonial diante do altar de Deus e de Sua vontade. Pois está escrito: “O que Deus uniu, o homem não separe”. O Evangelho que acabamos de ouvir trata da santidade do amor humano entre um homem e uma mulher.
Na primeira leitura, do livro do Gênesis, o casamento é visto segundo a ordem da criação. Deus instituiu o casamento! Adão, no Paraíso, estava um tanto deslocado; não havia na criação ninguém com quem ele pudesse se relacionar de igual para igual. Logo, o próprio Deus tomou a iniciativa e disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou lhe dar uma auxiliar”, e da costela de Adão, enquanto ele dormia profundamente, Deus criou a mulher.
A mulher entra, portanto, na história como aquela que irá auxiliar o homem naquilo que é seu primeiro chamado: viver uma vida de profunda santidade para Deus, amando-O e servindo-O com todas as suas forças.
O amor que o homem sentia por sua mulher, e o amor com que a mulher correspondia ao seu marido, era um amor perfeito. Não havia brigas entre eles, nem desentendimentos, nem disputas; eles viviam em plena harmonia. Isso ocorria porque Deus era o centro desse amor. Deus era o pilar dessa relação!
O primeiro casamento não foi realizado a dois; o primeiro casamento foi realizado a três: esposo, esposa e Deus! É dessa forma, e somente dessa forma, que um casamento pode dar certo; é somente assim que uma família pode ser verdadeiramente feliz aqui na Terra. Quando ambos, marido e esposa, estão unidos em Deus pelos vínculos da fé, da esperança e da caridade, então o amor verdadeiro se manifesta, pois, como nos ensina a Escritura, o amor vem de Deus (cf. 1 Jo 4,8).
O Novo Testamento, na Nova Aliança que Nosso Senhor Jesus Cristo selou entre a humanidade e Deus, é prova disso. Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua vida terrestre, elevou o amor humano entre um homem e uma mulher à dignidade de Sacramento! “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (cf. Mc 10,7-9).
Os batizados recebem de Deus o sacramento do matrimônio. Hoje, vocês estão diante do altar para prometer a Deus fidelidade, amor e o desejo de gerar e educar filhos para Ele, quantos Ele quiser enviar a vocês.
Falemos da primeira promessa que vocês, em breve, farão. Vocês prometerão ser fiéis a Deus para sempre, até que a morte os separe. Observem bem: essa promessa é dirigida a Deus - o casamento aqui na Igreja é a três! A infidelidade cometida no casamento é, primeiramente, uma infidelidade para com Deus; é ser fiel ao que se prometeu a Ele. Após prometerem a Deus, vocês prometerão, um ao outro, serem fiéis nessa aliança por toda a vida, até que a morte os separe.
Infelizmente, nos dias de hoje, essa noção de fidelidade tem se enfraquecido cada vez mais. Vemos um verdadeiro ataque do demônio contra a família, um ataque que busca dividir o casal. Não apenas o demônio, mas também o mundo contribui para essa perda de entendimento sobre a fidelidade. Atualmente, muitos têm perdido o sentido e o valor dessa virtude.
Os cônjuges devem respeitar a aliança que carregam no dedo e, sobretudo, no coração. A aliança que vocês irão usar servirá para lembrar: “Eu fiz uma aliança com Deus. Deus é meu aliado. Minha mão está segura nas mãos de Deus, assim como o meu coração. Fiz uma escolha, e vou levá-la até o fim. ‘Aconteça o que acontecer, venha o que vier’, eu seguirei até o fim. Porque fiz uma escolha! Apoiado na Graça de Deus e lutando todos os dias, serei fiel. Pois Deus é fiel comigo. Honrarei essa aliança até o fim.”
Quem ganha com uma infidelidade? Já parto do pressuposto de que ambos perdem. Quem ganha com uma traição? Respondo: o diabo. É ele quem deseja que você seja infiel, que você cometa adultério. (Padre Peterson Maria)
15 окт 2024
