Alessandro dutra do nascimento, pobreza é um trem triste demais. Já vivenciei muita situação triste assim, de gente pobre, passando necessidade. Eu não gosto de citar nomes, gosto de preservar a privacidade das pessoas, estejam elas vivas ou não. Mas se for preciso, eu me lembro dos nomes de todas as pessoas que menciono nos meus causos. Meu pai sempre dizia que se fosse preciso andar de calça remendada, ele andaria, desde que para isso, não faltasse nada em casa e que os filhos dele pudessem estudar. Ele andou de calça remendada por muitos anos, nunca faltou nada lá em casa e eu e meu irmão nos formamos nos estudos. Meu pai era um homem de um coração bondoso demais. Sábio. Eu me me lembro de um certo dia quando minha mãe tinha feito umas rosquinhas açucaradas e um café forte, quente e doce e me mandou levar para meu pai que estava trabalhando num morro a pique demais na roça, com mais dois companheiros. Andei pelo trilho, subi o morro e cheguei até onde meu pai e os dois companheiros dele estavam. Lugar longe. Cinco minutos depois, chegou a mãe desses dois companheiros do meu pai, carregando uma chaleira pequena. Ela era viúva, idosa e só Deus sabe a dificuldade que ela enfrentou prá subir naquele morro e chegar até onde estávamos. Era a hora do café. Quem já trabalhou na roça, sabe como é. Então, tanto eu como meu pai notamos como ela e os dois filhos se afastaram da gente prá tomar o café deles. Havia alguma coisa errada. Observamos e descobrimos o que era. A mãe desses dois companheiros que estavam trabalhando com meu pai naquela roça, não tinha café em casa, então ela levou para os dois filhos dela apenas uma água doce. Era o que ela tinha. Quando meu pai viu aquilo, ele disfarçou, desconversou, etc. Tudo para não ofender, para não causar desconforto para aqueles dois parceiros dele que estavam ali na lida com ele. Então, meu pai disse a eles que minha mãe tinha mandado café e rosquinhas demais e ofereceu a eles e também à viúva, mãe deles, aquilo que ele afirmava que tinha sobrado, mas que na realidade, ele não bebeu e nem comeu para ajudar aquela gente. Nunca esqueci daquele momento e nem daquele gesto do meu pai. Sempre que posso, procuro compartilhar também com quem precisa. Mas eu sempre sigo o ensinamento do Cristo no Novo Testamento que diz que "não saiba a sua mão esquerda o que a direita fizer". Não sei se citei o texto bíblico da forma correta, mas garanto que o sentido da citação está certo. E aconteceu outra situação que mostrava o sentido de solidariedade que o meu pai tinha para com os semelhantes. No dia do velório dele, um homem pequeno, magro, se aproximou de mim e meu deu os pêsames. Quando ele notou que eu não o conhecia e nem ele a mim, então ele falou o seguinte: "Eu era o motorista da patrol que consertava as estradas rurais lá do lugar onde o seu pai morava e toda vez que eu estava trabalhando lá, o seu pai mandava uma marmita prá mim". Alessandro, peço licença para usar o seu canal para prestar esse tributo ao meu pai. Muito obrigado.
Oi Josué obrigado por compartilhar conosco essa historia fantástica, o seu pai era um homem muito sábio e temente a Deus, bonita historia, fique a vontade para compartilhar sua sabedoria e cultura amigo nosso abraço a vc!!!!
Adriana R, muito obrigado pelo seu comentário. Agradeço muito também ao Alessandro dutra do nascimento pela bondade dele por permitir que eu registre esses casos no canal. Muito obrigado Alessandro !
Alessandro dutra do nascimento, te agradeço de coração pela oportunidade que vc me dá de contar essas coisas. Veja bem, eu completarei se Deus permitir, 67 anos no dia 30 de Outubro próximo. A gente não pode ter ilusões de viver eternamente ou mesmo até passar dos 100 anos. Então, falta pouco tempo prá mim continuar vivendo nessa terra. É a lei da natureza. Eu li um livro cujo título é "Enterrem o Meu Coração na Curva do Rio" (título em português) escrito por um escritor americano cujo nome é Dee Brown. O título original do livro é "Bury my Heart at Wounded Knee". Nesse livro é narrado com uma riqueza impressionante de detalhes o que aconteceu com as principais tribos indígenas americanas durante as guerras entre eles e os militares americanos. Os indios defendendo suas terras e sua cultura e tradições e os militares americanos lutando para conquistar os territórios indígenas. Uma passagem desse livro me chamou a atenção e nunca esqueci dela.Trata-se de uma Canção da Morte que os guerreiros de uma certa tribo cantavam quando tinham certeza de que iam morrer, quando estavam cercados na batalha, quando não havia mais esperança de sobreviver. Eles cantavam assim: => "Nada vive para sempre, só o sol e as montanhas". Eu tenho andado cantando essa canção indígena pois ela tem muita sabedoria. Mas enquanto o Criador não me chama, repito o meu agradecimento a vc por me deixar contar os meus casos e "causos" nesse canal fantástico que vc tem.
Que senhor abençoado...! Muita sabedoria...e pelo jeito muito trabalhador... Deus abençoe a todos que não deixam a cultura do povo do interior morrer na modernidade ! Abç.
Boa tarde à todos do canal Sr Luiz que bom te ouvir parece meu pai contando causos da roça saudades eternas amo ouvir o Sr faz meu dia ficar mais feliz Obrigada de ❤
Saudades de meu pai ele contava muitas histórias de antigamente e a pobreza era muito mesmo a minha vó era muito boa dona Mercedes. Acolhia muitos e dava de comer dinheiro não tinha mas graças a Deus fatura eles tinham
Gosto muito de ouvir histórias antigas me faz lembrar da vida humilde que o meu avô tinha e criou minha mãe..meus tios.. eu e meus irmãos..como sinto saudades desse tempo..com toda dificuldades éramos felizes!!😢😢
Amooo estes causos, me lembra minha infância meu pai minha mãe contando quando a luz acabava aqui em MG 🙄🤣amo todos seus vídeos não perco nenhum. Deus os Abençoe Grande abraço pra vcs!
Kkkk Amei ele falando que a pessoa comia galinha que morria com peste ,minha mãe jogava fora e também não aproveitava bicho nenhum que cobra mordia!!. que gracinha esse contador de causos me faz lembrar meu pai .ele também contava.
Muito interessante esse causo da roça quem contava em casa era o meu PAI, e uma senhorinha que relembrava a época no tempo de mocidade dela. MUITO bom!
Alessandro, que privilégio poder sentar próximo a alguém tão sábio como este senhor e poder ouvir suas histórias. São histórias da vida. Fico até com inveja de você. Obrigada por compartilhar conosco.
Boa tarde Alessandro e Paulo!! Ainda me lembro, quando morávamos em Ipameri/GO, Era muito grande o índice de pessoas acometidas dessa anomalia, naquele tempo, se falava desse jeito, como o sr Luiz disse: Papo, fulano tem o papo grande. E o pior, tinha gente com dois papos. Ouvi dizer tb que, isso era em razão da falta de IODO no organismo, notadamente no sal de cozinha. Um abraço.
Eu não sou rica mais já passei muitas dificuldades a 40 anos atrás passamos por muitas dificuldades mais nunca deixamos de ser felizes e de perder as esperanças 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Eitha, seu Luiz e seus contos maravilhosos. Voltei Alessandro, parei de seguir vc por conta de um trabalho q apareceu pelo PRONATEC BRASIL. E agora, tenho que viajar para onde me designarem, estou dando aula no interior. A internet nos interiores do Amazonas é muito ruim, mas, sempre q eu puder estarei curtindo os seus posts. Bjosss 😘
Oi Iverlando!!!!!!!!! Esse causos q ele conta aqui no no canal é voluntário pois não é rentável, gostamos de fazer pra resgatar a cultura nossa obrigado.
