Numa aldeia remota no interior de Portugal, Alcindo Tomé, um ex-combatente do ultramar em São Tomé e Príncipe, conta como foi o seu percurso de vida desde a sua mocidade. Na altura, a sua mãe sofreu uma queda com um roçadoira tendo ficado inutilizada de uma mão, Alcindo sendo o filho mais novo e após de ter vindo do ultramar, teve de abdicar de ingressar na carreira de polícia e voltar para a sua aldeia e ajudar os seus pais. Fez então vida na aldeia que o viu nascer e que ainda viu a mão pesada do Estado Novo governar por mais 10 anos. Cerca de 60 anos depois, e após terem criado os filhos e estes terem ido "à sua vida", Alcindo e a sua esposa Maria a cada ano que passa veem a sua aldeia mais vazia. Para evitar ver as suas culturas dizimadas pelo javali e um ano de trabalho destruido, Alcindo tem de vedar todos os terrenos que cultiva, mesmo assim, por vezes, esta espécie invasora ainda consegue entrar. Enquando passeia o seu rebanho de cabras pela Serra do Açor, rodeado do barulho do chilrear dos pássaros e dos sinos das suas cabras, do vento a bater nas árvores e na sua face enrugada, Alcindo recorda com carinho os tempos em que era jovem e facilmente se perde a partilhar essas memórias.
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6 сен 2024