A intelectual e escritora bell hooks (nascida Gloria Jean Watkins, 1952-2021) tem vasta produção teórica a respeito do amor como elemento fundamental à disputa política e à sobrevivência (físico-espiritual, psíquica, material, subjetiva e emocional) da comunidade negra em diáspora. Este conceito é amplo e avança sobre relações afetivas não românticas, abarcando relações familial-parentais, de amizade e/ou travadas em quaisquer círculos sociais - embora a afetividade de tipo romântica (entre casais ou quaisquer outras formações semelhantes) também receba tratamento aprofundado.
Em muitas de suas elaborações, hooks defende, de diferentes formas, que a população negra precisa combater "a falta de amor" ("Vivendo de amor", 1994). As relações afetivas cumprem um importante papel de superação das violências impostas por sociedades racistas.
"Muitos negros, e especialmente as mulheres negras, se acostumaram a não ser amados e a se proteger da dor que isso causa, agindo como se somente as pessoas brancas ou outros ingênuos esperassem receber amor", escreveu a autora em 'Vivendo de amor' (1994). hooks encerra o texto, afirmando que "quando conhecemos o amor, quando amamos, é possível enxergar o passado com outros olhos; é possível transformar o presente e sonhar o futuro. Esse é o poder do amor. O amor cura".
Para Roger Cipó, fotógrafo, Ogan e influenciador crítico preto, "qualquer ação de amor preto é um ato de cura, proteção e cuidado".
Nosso convidado Renato Nogueira, escritor, professor de Filosofia do Departamento de Educação e Sociedade (UFRRJ) e ensaísta, fala sobre o amor como potência de restauração.
Tati Brandão, palestrante, mentora e professora de Liderança Inclusiva, com foco na afetividade e escutatória (aprender a escutar de forma profunda e empática), afirma: "Hoje em dia, falar de amor, viver em amor, transbordar afeto, exercitar afeto são atos de coragem".
Nosso convidado Adalberto Neto, jornalista, dramaturgo e influencer, vencedor dos Prêmios Shell, Ubuntu e Reconhecimento Popular pela peça "Oboró - Masculinidades negras", afirma: "O amor preto cura, porque esta troca de afeto entre pessoas iguais a nós só alimenta nossa autoestima".
Fontes de pesquisa: Mundo Negro, UOL, Geledés, Carol Society.
O Canal Preto gostaria de agradecer aos nossos convidados e convidada.
Renato Nogueira - Escritor, professor de Filosofia do Departamento de Educação e Sociedade (UFRRJ) e ensaísta.
Tati Brandão - Palestrante, mentora e professora de Liderança Inclusiva, com foco na afetividade e escutatória (aprender a escutar de forma profunda e empática).
Adalberto Neto - Jornalista, dramaturgo e influencer. Vencedor dos Prêmios Shell, Ubuntu e Reconhecimento Popular pela peça "Oboró - Masculinidades negras".
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20 сен 2024