Quatro amigos, muitas emoções e sentimentos. Histórias que se entrelaçam na dor e no amor. Prepare-se para emoções fortes neste nacional publicado pela Editora Labrador. Esse livro pode conter gatilhos, se você é sensível a temas como violência doméstica ou suicídio, talvez não seja uma boa leitura para você.
Dylan se suicidou a alguns dias e todos estão devastados. Principalmente Ryan, seu melhor amigo. É ele que nos conta essa história. Mas não a história da morte de Dylan, e sim, de como seriam as infinitas vidas de Dylan se ele não tivesse morrido naquele dia.
"Alguns dizem que Dylan morreu naquela tarde. Eu discordo. Dylan havia morrido há muito tempo atrás. Muitas vezes a morte não se resume ao momento em que o coração para de bater, mas sim a quando não se tem mais nenhum motivo para continuar."
Nas páginas deste livro, somos transportados para um mundo repleto de desafios e superações. Não é uma jornada fácil, e Dylan, um personagem central, carrega consigo o peso de uma vida repleta de obstáculos. Ele sempre teve que ser forte, segurar o peso de tudo nos braços e nunca pedir ajuda.
"A pior parte da morte é a vida. Morrer é fácil, mas seguir em frente depois que a morte passa pela vizinhança talvez seja o mais difícil de se lidar."
Dylan é um jovem que cresceu em circunstâncias difíceis, sua vida é repleta de desafios. Sempre desempenhou o papel do protetor, cuidando de seus irmãos e mãe. Ele nunca buscou ajuda e suportou o fardo de suas responsabilidades com determinação. Jade, por outro lado, é uma alma doce que se perdeu nas profundezas da dor, afundando em sua própria tristeza. Ryan, o melhor amigo de Dylan, viu-o escapar de suas mãos, deixando-o com uma dor inexprimível. Layla é uma menina doce e que percebe que existe muito mais do que ela imaginava, ao seu lado. São corações partidos que se encontram nesta história, revelando o poder curativo da amizade e do apoio mútuo.
"Perdoamos porque, por mais que tenha doído, deixamos claro que não há mais espaço para rancor ou raiva em nosso peito. Precisamos deixar algumas coisas irem embora, porque, no final das contas, nosso peito nunca deveria ter sido moradia para elas em primeiro lugar. Às vezes precisamos perdoar até aqueles que nunca pediram desculpas e talvez isso seja a coisa mais difícil que faremos em nossa vida. Eu escolho perdoar porque, acima de tudo, não quero viver uma vida andando por aí com tanto tumulto dentro de mim. Perdoar é sobre deixar ir, desprender-se de tudo que um dia nos fez mal."
Ao longo da narrativa, encontramos uma série de temas sensíveis que ilustram a complexidade da existência humana. A agressão doméstica, o alcoolismo, o preconceito racial, a depressão e a violência são elementos que compõem as histórias entrelaçadas destes personagens. É uma leitura desafiadora, mas que também oferece uma luz de esperança, demonstrando como o amor e a amizade podem ser refúgios em meio ao caos.
"Às vezes, a vida não vai dar o que você considera justo, o que você acha que merece. Muitas vezes não vai ser porque você realmente não mereça, mas talvez algumas pessoas sejam escolhidas para passar pelas piores situações, para então ajudar a levantar os outros. Talvez sejamos quebrados não para colar novamente os pedaços de volta em seus devidos lugares, mas para podermos ajudar outras pessoas quebradas a se construírem."
A autora consegue abordar temas pesados de maneira sensível, criando uma narrativa envolvente que cativa o leitor. A leitura é fluida e viciante, mantendo a tensão e a curiosidade ao longo de toda a história. E o final pode ser destruidor, quando a única coisa que queríamos, era esquecer que existe aquela última página. "As Infinitas Vidas de Dylan Reynolds" é um livro que toca profundamente o coração dos leitores, convidando-os a refletir sobre a complexidade da existência e a força da amizade.
Sobre a autora: Sarah Pires Barreirinhas nasceu em 2003, na cidade de São Paulo. Sua paixão pelas palavras resultou em As infinitas vidas de Dylan Reynolds, sua obra de estreia, a qual nos leva a refletir sobre temas relevantes para todos enquanto indivíduos e sociedade, tais como amor, amizade, caridade e sexualidade, mas também aqueles mais espinhosos, como violência, alcoolismo, racismo e suicídio.
25 авг 2024
