Uma riqueza este Seminário! Cada novo encontro demonstra a importância de aprofundar o diálogo entre Arte e Pedagogia. Como colocado por Myriam, em referência a Kant, o conhecimento em Arte permite reunir um pensamento complexo, que envolve dimensões objetivas e subjetivas. A educação, enquanto ciência do método formativo, objetiva tendências pedagógicas, que perpassam a formação simbólica. Reunidas Arte e Educação, são a base da formação humana! E por que este encontro dialógico, entre conhecimentos fundantes de nossa humanidade, ainda seguem tão dissociado nos currículos universitários?! E mais especificamente, pensando nos meandros da Educação Infantil, início da formação escolar, nos faz pensar que sensibilizações, percepções e imaginação, são vivenciadas por professoras/es e crianças, no “chão das escolas”, espaços de educação em geral?! Os modelos e referências pedagógicas, que Myriam desenvolve neste seminário é base teórica de fundamental interesse para a formação de pedagogos, artistas e educadores em arte! Sigamos com as aprendizagens que vocês têm oportunizado e curiosa para conhecer mais da abordagem SIR sistematizada pela Profa. Myriam! Gratidão pela iniciativa LabMAES UDESC!
Os comentários da Profa Miriam sobre a perspectiva transcendentalista me fez lembrar da artista sueca Hilma Klint (1862-1944) e suas obras de arte abstrata, talvez alocada em um posicionamento radical quanto à capacidade das imagens falarem ("as imagens falam"). A abordagem dialógica apresentada na proposta de atividade que incorpora participações individuais, em duplas e em grupo me remete à metodologia sociodramática (de Jacob Levy Moreno), que nasce no universo da psicologia para trabalhos grupais e que hoje, frequentemente, se utiliza de obras de arte como ferramentas disparadoras nas etapas de aquecimento inespecíficos e específicos. Para trabalhos de terapia a arte é sempre um prato cheio. No entanto, a Profa Miriam tem demonstrado que o inverso não é verdadeiro e que deve se tomar cuidado com a metodologia na apreciação estética para que não se permaneça na superficialidade da apreciação estética (somente na dimensão subjetiva da percepção - o problema da consonância e dissonância)
Se parar para pensar o próprio corpo Humano é uma Obra de Arte sem interrupções de Existência. Ou seja, neste corpo procura sempre desenvolver habilidades conforme seus Afetos de Encontro e de Apreciação canalizados como subjetividade do sujeito. Vale lembrar que não importa qual área do campo das Artes. Todas elas, ao longo dos anos, como matéria exerceram suas proposições e legados para serem apreciados e experimentados seja em qualquer contexto da sociedade, ações que só agregam ao Desenvolvimento e a Contemplação de Todos!-Eloisa Maria Maccari.
A professora trouxe um pouco da sua reflexão em relação ao "Programa de arte do Quebec dos anos 80" Ou seja, ela compreende que cada arte possui uma abordagem, uma desempenho uma forma de ser analisada diferenciada. No caso das artes plásticas fica mais ficada no uso da criatividade, a arte da dramaturgia já prioriza a linguagem, na dança tem-se uma abordagem mais focada nos aspectos corporais. Essa reflexão demonstra, um pouco, como que atuar com arte-educação e/ou arte e educação necessita de uma construção de pensamentos que unem saberes objetivos e subjetivos. Isso porque as artes possuem diversas formas de serem interpretadas, analisadas, construidas, planejdas assim, me parece ser necessário manter diálogos, aprendizagens e reflexões contínuas. Outro ponto que considero importante de ser pontuado é a importância de uma formação adequada para o ensino das artes. No debate se falou em uma formação que desse ênfase no saber em apreciação e criação até para que se possa desenvolver técnicas pedagógicas que dê conta da complexidade dos saberes artísticos.
No encontro do dia 30/05, a profa. Myriam inicialmente abordou a pedagogia social, realizando uma revisão e que perpassou pelas características do pensamento de Kant e Descartes. Além disso, abordou a temática atividades cognitivista/transcendentalista/ideias estéticas, problematizou o que seria atividade cultural/culturalista, sentimentos estéticos, a dissonância cognitiva e apresentou o seu ponto de vista em relação à competência que se refere à apreciação estética no Quebéc. Por fim, introduziu a abordagem Sensível, Imaginativa e Racional (SIR) e que será explanada com mais profundidade no próximo encontro, que ocorrerá no dia 13/06.
Na aula do dia 30/05, a professora Myriam Lemonchois explica muito sobre a intenção de analisar as artes visuais, na qual precisamos entender toda sua história, e de como está sendo desenvolvida. Além disso, ela explicou sobre as sensações da arte, e outra relação com os programas de arte do Quebec dos anos 80, que se apresenta como um programa com a única abordagem, mas ao analisar especificamente sobre esse programa se observa que cada linguagem artística acaba trazendo uma abordagem diferente. Assim, nas artes plásticas tem uma abordagem mais centrada na criatividade, nas artes dramáticas como o teatro, a abordagem social centrada na linguagem e na cultura, toda essa perspectiva tem como referência como o Freire, o Augusto Boal, e enquanto que na dança se vê mais uma abordagem social centrada na fenomenologia. Além disso, foi exposto a importância de distinguir a sensibilidade e a imaginação, na qual está centrado sobre essa percepção dos sentimentos sobre os sentimentos estéticos então é uma questão dos objetos, eles têm a beleza ou eles provocam os sentimentos a partir daquilo que a gente percebe ou a partir daquilo para o qual eles foram concebidos.
