Vivi essa época e me apresentei em ambos os quadros, Eles e Elas e Show de Calouros. Lá vai texto rs... No Bolinha inicialmente não éramos levadas as gravações por nenhum intermediário, ligávamos diretamente para a produção e éramos chamadas para o dia de gravação. No mesmo dia, a produção fazia uma previa nos bastidores com as candidatas que chamavam (em media 7 trans ou transformistas) e apenas quatro se apresentavam, a produção anotava o nome das quem ia participar e a musica na hora, tínhamos que levar os "bolachões" (disco de vinil) eles não gostavam que levássemos fita cassete, além do próprio figurino. No mesmo dia acontecia a gravação. Dei muita sorte pois a produção me aprovou já na primeira vez em 1985 quando fui dublar a música Zarah da Nina Hagen, e estando a partir de então conhecida pelo Bolinha e pela produção, ainda fui por mais umas cinco vezes convidada para gravar entre 1985 e 1986. Em 1987 fui ao Silvio. A diferença entre ambos os quadros, era muito visível, mesmo sendo quadros de transformistas eram bem diferentes (O Bolinha sempre nos chamava ao palco pelo nome feminino e abria a porta de forma mais livre para as trans e para os transformistas, ou seja iam desde as mais simples, as mais glamourosas. Já no Sílvio, após a inscrição, onde enviávamos fotos e todos os dados pessoais, além das cantoras que preferíamos performar, eles tinham um rigoroso critério e agendavam um dia da semana para fazer o teste, numa sala toda fechada a parte do estúdio, na época na Vila Guilherme, onde devidamente caracterizadas com figurinos próprios. fazíamos a performance a ser levada ao palco para alguns dos produtores de elenco. Quando eles gostavam já chamavam de imediato, fui fazer o teste com a música Milord da Mireille Mathieu e de imediato me chamaram para a primeira apresentação. Na semana seguinte ao show ser levado ao ar, me ligaram e me preguntaram se eu podia fazer uma música recém lançada na época pela Rita Lee (Pega Rapaz), o Silvio gostou muito. OBS: Nessa fase inicial, o quadro fazia parte do Show de Calouros, e ainda era chamado de Quanto Vale o Show Transformistas, e fez tanto sucesso que em 1991 deu origem as famosas disputas. Ao contrário do Bolinha, no Show de Calouros éramos chamadas ao palco pelo nome masculino (algo que quase nenhuma nenhuma de nós gostava muito), mas era algo previamente combinado e que fazia parte do espetáculo, pois isso causava curiosidade e alavancava o ibope. Tempos difíceis para nós mulheres trans e travestis fora do meio artístico, mas o palco para nós era libertador e nos dava visibilidade. Obrigada Marketito por trazer esse tema!
Muito obrigado por esse relato incrível que acrescenta ainda mais esse vídeo e muito obrigado por disponibilizar em teu canal tantos vídeos incríveis pra gente poder relembrar esses tempos que marcaram tanto na memória de gente como eu que acompanhou pela tv. 😘😘
Eu que agradeço! Em tempo: O nome do produtor do Quadro Quanto Vale o Show e Show de Calouros naquela época, conforme a Kassandra Taylor mencionou no áudio, era o Wanderley Villa Nova.
Foi uma época divertida e de glamour dos shows de dublagens na tv, meu sonho seria encontrar alguma apresentação da amiga e parceira Debora, seguimos com nossos canais resgatando um pouco dos shows antigos de uma época incrível e inesquecível.
Eu cheguei a gravar no bolinha em 91 e tinha 23 anos. Fui levada pela antonieta miranda, passando ali no estudio uma tarde inteira pq fiz a segunda registracao. Nao tinha nem um lanche, qnto mais cache 😅. Depois de tempo q descobri quem ficou com o aquè 🤔. Mas msm assim foi maravilhoso para a època 🤗
@@MegaLispector mas devi ter sido depois do ano de 91, pq acho q terminou em 93. Pq ele msm fala no video q a Paula Ferreira ate gravou mas nao foi ao ar.
@@MegaLispector bom se saiu este carro com certeza ficou com quem levava as meninas. Pq qndo eu fui nao me deram nem um lanche 😬. E depois q descobri a historia dos caches q muitas nao recebiam.
Foi o Bolinha. Inclusive existe uma entrevista no programa do Jô Soares em 91 onde o Bolinha disse que teve problemas c a censura na época. O quadro fez tanto sucesso que Silvio Santos acabou apresentando tbm os transformistas. Raul gil tbm e mais recentemente o Ratinho.
Um dos primeiros jurados do Clube do Bolinha foi Tony Star, que alguns anos depois virou Tonya Star. E, após alguns anos, voltou a ser Tony. Alguns amigos paulistanos me disseram que Tony/Tonya também indicava alguns nomes da noite.
Ai que saudade desse tempo. Eu perdia catequese só pra assistir o eles e elas. Quando acabava o programa, eu ia tomar banho e imitava todas elas com a toalha na kbça. No Silvio Santos eu não assistia muito não pq a noite a televisão ficava mais pra minha mãe assistir a globo Eu até assistia chacrinha, mas achava ele bem homofóbico. Mas o bolinha.... eu amava
PARTICIPEI DO PROGRAMA DO SILVIO ....E FOI INDICADO PELA TV AFILIADA DO SBT AQUI EM SANTARÉM DO PARÁ.......FOI LINDO AQUELE MOMENTO...E FIQUEI FAMOSA AQUI NA MNHA CIDADE .......
Eu era criança nessa época,e adorava ver essas grandes artistas no palco de ambos os programas,foi aí que percebi que eu me sentia como elas,uma mulher trans ❤❤❤❤🎉🎉🎉saudades dessa época
Belo documentário, Marketito! Excelente trabalho de pesquisa! Vc sempre nos entrega informações importantes e interessantes sobre os grandes artistas LGBTQIAPN+.
Eu gostava quando o show de Galouros era apresentado de vez em quando pela : Elke Maravilha ! eu sei que ela não era uma transformista , mais aquela ali sabia apresentar um programa de TV de uma forma alegre e espontânea ; e eu acho que ela é que deveria der ocupado o lugar do saudoso chacrinha ; o Painho como ela gostava de chama - lo . Beto - Brasília - df 👍❤️✨️
Fui transformista na década de 90 e gravei já o "Novo show de calouros " que era realizado ali perto do Carandiru. Quando estive lá fui contactado pela produtora Ivonete Fialho que me chamou de cara, através de uma fita K7 que enviei. Minha primeira apresentação foi dublando a cantora Mirellie Mathieu com a música La demoiseille D'orleans. Eu encantei muito porque sempre fui um rapaz discreto, que ninguém imaginava que se transformava em uma mulher tão bonita. Gravei com a apresentação de Wagner Montes e levei a nota máxima de todos jurados e no final mais alguns valores que eram acrescentados ao som daquele barulhinho. Fui muito bem tratado por todos inclusive pelo maquiador Marquinhos e o cabeleireiro Bibi. Um dos comentários que me marcou foi o de Décio Piccinini que disse que eu era um caso de dupla personalidade, que era impossível que aquela mulher era o homem que ele tinha conversado no camarim, porque ele tinha me visto e conversado comigo antes da transformação. Depois a convite da Ivonete voltei fazendo a cantora Mietta dublando a música " Vatiene amore". Desta vez fui apresentado pela maravilhosa Elke Maravilha que me tratou como uma princesa e novamente recebi muitos elogios e nota máxima de todos jurados. Tinha jurados convidados nas duas vezes como Afonso Nigro, Bette Coelho... Tudo pago caxê, passagens e uma hospedagem em um hotel pequeno ali do lado. Foi maravilhoso as duas vezes e só tenho lembranças boas, de muito respeito e carinho. Nessa época nem tocava o nome masculino no palco. Eramos tratadas pelo nome artístico. Acabei deixando definitivamente qualquer trabalho como transformista e os concursos. Dediquei ao meu trabalho e minha vida acadêmica. Hoje só tenho lembranças de uma época legal que passou. Adorei esse tema, traga mais sobre esse assunto inclusive com comentários incríveis de pessoas que viveram isso também como a @deborahvideosraros. Obrigaduuuu
Eu que agradeço muito por esse comentário incrível. Acrescentando ainda mais a esse vídeo. ❤️ Só por curiosidade. É possível encontrar suas apresentações no RU-vid?
@@CONTOCONTIGO A Alê flash back está lutando para resgatar esses vídeos, eu não guardei nada quando decidi parar, joguei tudo que era do personagem "Luccila" fora. Hoje me arrependo, mas não guarde nada, quem sabe um dia desses a Alê encontra nas inúmeras fitas de VHS que ela restaura e posta aqui. Ahh só um adendo: O cachê não era tão baixo assim: Acredito que hoje seria uns R$ 600,00. A gente passava no final em um caixa e recebia, já vinha descontado o imposto. E cinceramente o camarim era o mesmo dos jurados e dos artistas que compunham quadros. Os maquiadores e cabeleireiros faziam todos. Ahh apenas uma fofoca : Liminha ajudava a gente a se vestir e tirava casquinha despistado. Era um sonho estar ali. Bjo
Sempre preferi o Bolinha, porque tratava com respeito e carinho, ao contrário do Silvio Santos. Mas, valeu devido a visibilidade que deu 2:40 as artistas🙏🌈🏳️⚧️💜.
A Telma Lip era linda naquela época q eu assistia Eles e Elas do Bolinha na antiga Bandeirantes. Era um escandalo qdo neu pai passava na sala eu tinha que trocar de canal.
A Elke sempre esteve muito à frente de todos ali e tinha o máximo respeito com as travestis e transformistas. Tratava no feminino, colocava o astral lá em cima, não ficava de deboche. Até corrigia o SS na maior.
Pois é, um tempo que não havia líderes religiosos aliados a políticos para atacar minorias. 😢 Infelizmente, parte de líderes religiosos deixou o evangelho que Jesus ensinou, para se meter em política por poder e mais podridão.
@@amandadavilla6425 Pena que se perdeu nas drogas. Eu a vi no teatro em uma montagem da peça "As Filhas da Mãe", de Ronaldo Ciambroni. Plateia lotada e os homens heteros iam a loucura quando ela falava " Agora vocês vão descobrir o meu segredo", tirando a calcinha e a luz do palco se apagando completamente.
@@renardlacroix6745 nossa eu imagino, a gente ficava incantada com a beleza dela. Imagino os homems, e ela era super de boa e simples. Nao gostava de estrelismo, uma pena todo o occorrido 😔