Bruno, fiquei feliz de você ter conseguido passear com seu filho e ouvir música ao invés de ficar obcecado com a tragédia na montanha. Já fui exatamente como você (talvez por isso te acompanho e admiro há tantos anos), e o sofrimento psíquico é imenso. Conseguir transformar esse sentimento de impotência em algo saudável (ainda que na esfera particular) é muito importante pra gente conseguir continuar na luta.
Foi justamente por me sentir sempre do jeito que vc descreveu, que eu comecei a seguir o Bruno há 10 anos....gostei muito do seu relato e fiquei feliz pelo Bruno. Todos nós deveríamos tentar, pelo menos às vezes, sair deste sofrimento psíquico constante que nos assola❤
Bruno, deixa essa insegurança de lado. O programa tá incrível, você tá aí numa linha muito correta de análise, tipo de coisa q pra ser trabalhado mesmo é pro doutorado pós doc, mas deu pra ficar muito claro nas suas falas na live. Fundamental mesmo essa análise q você fez
Estou aqui de Vilnius, Lituânia, quase sempre acompanhando os Boletins, muito fã da sua inteligência e sabedoria. Nem consigo explicar quão bom é te ouvir. Parabéns e continue!
Bruno, muito boa a sua fala! E é fundamental que compartilhemos a "angústia hermenêutica" de momentos assim: em que a impossibilidade interpretativa do discurso faz companhia à impotência da ação política. São momentos em que a História (esse ente metafísico moderno) parece se abrir e se fechar simultaneamente, em que a contingência atinge um grau de paroxismo tão monumental que nosso cérebro primata entra em curto-circuito e não aguenta encarar o abismo que o encara. Se você me permite uma contribuição lexical ao debate que você tentou abrir, eu diria que esse momento de radical impossibilidade decisória racional diante de alternativas fundamentalmente incompatíveis têm um nome na tradição da teologia política europeia: KRISIS. A despeito de uma noção que já está esfarrapada pelo excesso de (mau) uso, ela se presta muito bem a nomear essa situação que é marcada, ao mesmo tempo, por uma radical indecidibilidade e pela premência urgente de uma decisão. Essa, em minha humilde opinião, é uma das definições mais úteis de crise, e parece se prestar muito bem àquilo que você estava tentando articular. É óbvio que nomear um problema não o dissolve: trata-se meramente de um passo primário, ainda que fundamental. Enfim, espero que essa contribuição sirva pra alguma coisa. Abraço e urgência na calma pra todos nós!
Eu gostei muito da sua linha de raciocínio nesse vídeo, Bruno. A conexão inicial com as palavras do ano, a análise histórica e seus comentários formaram um combo perfeito. Parabéns!
Vim aqui estudar essa sua análise outra vez desconfiando que a repercussão da atual crise devido à falta de transparência das eleições na Venezuela também é um exemplo do que você chamou de pós pós-verdade. Obrigada por ter deixado o conceito claro pra gente entender o processo que está em curso! Obrigada por esse canal de comunicação e distribuição de insights geniais! Seguimos! (Estou esperando o seu Boletim sobre o Asange!)
Bruno, muito boas suas reflexões e fiuei pensando sobre elas desde ontem e tive o insight que o mundo de pos-verdade que temos agora, de vários lados do espectro político, é pela conclusão que a verdade não persuade mais. A Direita começou o processo e o outro lado viu que essa estratégia funciona. O Janones é o maior exemplo disso, de resolver usar as mesmas armas da Direita.
Acrescentaria que boa parte de distorção de realidade começou na própria mídia mainstream. Lá fora, muito alinhada com as administrações Democratas, aqui no Brasil como o PSDB e Faria Lima.
@@sergiovelazquez1259 A mídia de lá deu espaço ao Trump.Igual a nossa mídia deu espaço ao Capitão Jair em programas de entrevistas e de humor na TV aberta.
Ótimo boletim. Fiquei pensando em algumas coisas: 1) A história de Pedrinho e o lobo: a (extrema) direita normalizou tanto a mentira, as fake news e pós-verdade que, quando algo deles é uma verdade factual, temos dificuldade em acreditar. 2) Vendo o vídeo e as informações de maneira mais detida, minha inclinação não é negar que aconteceu, mas a de querer entender melhor: por exemplo, com algum especialista em balística explicando e também ver melhor o local exato que o projétil acertou, o corte ou buraco causado. 3) Acho que a paternidade foi algo muito positivo para o Bruno, falando sério, ajudando-o a canalizar melhor as energias e afetos. 4) Sobre isso de ficar "indiferente" ao ocorrido, penso que teríamos alguns posicionamentos possíveis: lutar contra o "estado de coisas", ficarmos alheios / "indiferentes" ou aquele que mais temo: Aceleracionismo :-(
só uma coisa, o atirador tava na frente DE TODO MUNDO com uma FUCK SNIPER mirando pra direção de onde o Trump tava palestrando, a Segurança Secreta do Trump só viu o cidadão após o cidadão atirar no trump, sendo que TODO MUNDO tava vendo ele lá e TODO MUNDO tava vendo o cara subindo o trailer e se arrastando pra a direção onde ele iria atirar!
A análise mais profunda que vi até agora Gostaria de mostrar preocupação com a identificação entre pós verdade e religião Além de tirar a complexidade da questão coloca no mesmo saco o evangelicalismo e as religiões de matriz africana por exemplo. E corre o perigo de ser elitista e eurocêntrica a análise.
E infelizmente, parece ser a única forma aceitável (pelo menos temporariamente). Fora isso, fica apenas uma sensação de 'bad trip'.😵💫 Abraço de Stockholm
o mais triste de tudo isso é que foi apenas mais um teenager branco fazendo mass shooting. E como em todas as vezes os republicanos nao conseguem olhar pro problema real mas dessa vez os dois lados não estão vendo isso.
há, ao meu ver, um ignorar, ou uma ignorância, sobre termos como pós-pós-verdade. Interessante sempre suas reflexões e sempre instrutivas e nos fazem pensar cada vez melhor, isso sem dúvida. Mas há Karl Marx, Baumam e tem o autor que dizia muito antes da internet, esqueci o nome dele, mas tinha uma ideia mais radical pra dizer da realidade e do futuro: o SIMULACRO. Ele, também, sempre dialogando, como conversa crítica mesmo, a partir do que MARX já definia como alienação e reificação. Daí que é difícil não ouvir / pensar sobre o capitalismo / consumismo de hoje, junto com a comunicação, sim, mas com esse capitalismo que vivemos e revisitando Marx sempre. Ou seja: não há uma valorização, necessariamente, de discursos de crenças individuais: há, sim, o que Marx desenvolveu muito bem sobre alienação e reificação: talvez essa seja uma origem pra entender... Não sei... As teorias da comunicação talvez se apropriam muito do que já foi feito ou falado... Reiventando a roda sem o que Marx diz ser fundamental: o materialismo histórico. Há uma continuidade histórica e reflexões muito concretas muito antes do nosso século, tal-vez.... beijo e parabéns sempre.
Ótima live obs: discordo de Bruno neste ponto: não creio em lobo solitário agindo só - não há tanta incompetência junta pra deixar o cara atirar... tem cumplicidade ali (de no mínimo 1 na segurança... no mínimo)
a pós-verdade pra mim significa que importa menos ter a razão do que provar a hipocrisia alheia. se eu conseguir descreditar o meu adversário (sem que com isso eu esteja dizendo que sou diferente), eu destruo as bases epistêmicas - o chão comum possível. eu não preciso estar certo, eu sequer preciso ser honesto. eu só preciso destruir a credibilidade do debate e minar todas as outras opções. é uma fórmula de humildade às avessas: ninguém é melhor do que eu. o outro não está certo, mas ele é certamente hipócrita. e é aí que o Partido Democrata entra. eu não consigo acreditar que o trumpismo, bem como o bolsonarismo, existiriam em um ambiente político arejado. eles são filhos do fisiologismo e do absoluto engessamento epistemológico. não dá pra sentir pena dos democratas (nem dos petistas...); a inércia deles criou o Trump.
