Este é o 4º vídeo da análise crítica do livro Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho.
Toda religião representa um projeto de poder. Aliás, isso é uma necessidade, se considerarmos que uma religião, para crescer, precisa fazer proselitismo. E para expandir cada vez mais o alcance das ideias esposadas por uma religião, é preciso um projeto de poder.
No dia 5 de Outubro de 1949 foi assinado o chamado “pacto áureo”, um acordo que visava a unificação do Movimento Espírita no Brasil sob o comando da FEB, que se autointitula casa mãe dos espíritas brasileiros.
A ideia de unificação, por si só, já denota um projeto de poder que necessariamente terá à frente alguns líderes, e uma das maiores fraquezas humanas é a sede de desempenhar o papel de liderança.
O pacto áureo consta de 18 itens. O primeiro deles diz assim:
“Cabe aos espíritas do Brasil pôr em prática a exposição contida no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de maneira a acelerar a marcha evolutiva do Espiritismo”.
Isso passou a constar do artigo 63 do estatuto da FEB:
"O Conselho (Federativo Nacional da FEB) fará sentir a todas as sociedades espíritas do Brasil que lhes cabe pôr em prática a exposição contida no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Francisco Cândido Xavier".
Ou seja: esse livro é o instrumento de um projeto de poder.
Para um espírita convicto talvez seja difícil compreender que existam projetos de poder dentro do Movimento Espírita. O espírita, de um modo geral, não se envolve com dinheiro.
Acontece que o dinheiro é apenas um elemento possível num projeto de poder. É da natureza humana o gosto pelo poder. E quem se deixa dominar por essa força passa a dedicar a sua vida ao seu projeto de poder. Nós vemos isso nas empresas, nas universidades, nas associações filantrópicas, nas estruturas do Estado, nos clubes de futebol, nos partidos políticos, nas igrejas. Por que seria diferente em um centro espírita ou em uma federação espírita?
17 сен 2017