Há mais de 150 anos, o termo "células-tronco" começou a ser utilizado no meio científico. Por volta de 1900, alguns pesquisadores confirmaram a existência delas em experimentos de laboratório. Por muito tempo, achava-se que essa alta especialização das células adultas era um processo irreversível. Porém, foi nesse ponto que o trabalho de um dos vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 2012, entrou para história. Em 1962, o grupo do britânico Sir John Gurdon estava estudando o desenvolvimento de sapos e observou que se o núcleo de uma célula adulta (já especializada) fosse transferido para um gameta feminino sem núcleo, o embrião resultante poderia gerar um organismo completo. Esse mesmo procedimento de transferência nuclear também é utilizado nos métodos de clonagem de vários animais. Porém, mesmo mostrando que qualquer célula ainda possui as informações para voltar ao estágio do início da vida, ainda era necessário manipular ou destruir embriões para obter elas. É aqui que o trabalho do outro vencedor de 2012 entra. O pesquisador Shinya Yamanaka, do Japão, estudou maneiras de reprogramar células adultas em células-tronco. Basicamente, a inserção de apenas 4 genes em células adultas já é o suficiente para induzir a volta das células ao estágio embrionário. Por isso, o nome dado a elas foi de "células-tronco pluripotentes induzidas", ou simplesmente iPS. Além de provar que apenas 4 fatores são capazes de fazer células voltarem ao estágio embrionário, essa tecnologia resolve o principal problema ético do uso de células-tronco. Isso porque, agora, não é necessário utilizar embriões como fonte das células, basta apenas modificar células da própria pessoa. Assista ao vídeo e entenda os detalhes dessas pesquisas incríveis.
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24 сен 2024
