"Última Lembrança" é a 3ª marca do CD intitulado "Cancioneiro do Rio Grande do Sul -- vol. 1" de 2014, um apanhado de grandes clássicos que remontam os primórdios de um movimento cultural e musical que originou a vasta e rica canção regional gaúcha que temos hoje.
A ideia deste projeto foi acalentada há mais de dez anos e partiu de uma conversa entre César Oliveira e Luiz Menezes. Desde então, o repertório vem sendo montado, através de pesquisa e estudo do que representou cada uma das músicas escolhidas, cada qual em seu tempo, bem como critérios de ritmos, temática e de linguagem. O resultado são dezesseis fonogramas que praticamente contam a história do cancioneiro no Rio Grande do Sul, através das obras de nomes como Telmo de Lima Freitas, Gildo de Freitas, Honeyde e Adelar Bertussi, José Mendes, Barbosa Lessa, Pedro Raymundo e, até mesmo, Lupicínio Rodrigues.
"Cancioneiro do Rio Grande do Sul -- vol. 1" tem como objetivo dar o devido valor aos precursores da música regional gaúcha, tirando algumas de suas obras do ostracismo e dando um novo verniz ao que já era belíssimo originalmente. "Promover o encontro das novas gerações com os grandes compositores, os que 'abriram picada', é o nosso intuito", diz César Oliveira, "pois muito do que já se produziu cultural e musicalmente está ficando esquecido, e são as nossas verdadeiras referências."
O projeto gráfico do CD também busca fazer uma homenagem, neste às obras de arte de Rossini Rodrigues, artista plástico são-borjense cujo trabalho é reconhecido até mesmo pela UNESCO.
Aqui eles apresentam uma canção do compositor quaraiense Luiz Menezes. "Última Lembrança" foi gravada originalmente em 1968
no disco "Tropa Amarga", com participação de Darcy Fagundes e produzido por "Copacabana Discos do Brasil".
A valsa "Última Lembrança" é uma das mais conhecidas composições de Luiz Menezes, tendo sido interpretada por artistas como José Mendes (LP "Pára Pedro", de 1967, e também no filme "A Morte Não Marca Tempo").
Última Lembrança
Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida
Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus
Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida
De que meus lábios possam ter os lábios teus
Quando eu morrer permita Deus que nesta hora
Ouças ao longe o cantar da cotovia
Será minh'alma que num canto triste chora
E nessa mágoa o teu nome pronuncia
Eu viverei eternamente nos cantares
Dos pobres loucos que dos versos fazem o ninho
Eu viverei para a glória dos pesares
Aonde quase sucumbi nos teus carinhos
Eu viverei no violão que a noite tomba
Ante a janela da silente madrugada
Eu viverei como uma sombra em tua sombra
Como poesia em teu caminho derramada
Nem mesmo o tempo apagará nossos amores
Que floresceram de uma ilusão febril e mansa
Quando eu morrer eu viverei nas tuas dores
Mas te levando em minha última lembrança
*Este vídeo é apenas para ajudar a divulgar a boa música e o entretenimento.
12 апр 2014