Kkkkkkkkk verdade pura meu nobre.. o mais engraçado é que eu gosto tanto do Caetano quanto do Paulo Francis kkkkkk mas acho muito legal ver o Caetano Veloso "bolado" 😀
@@rogeriocamara765 Paulp Francis foi um excelente jornalista, crítico de teatro, diretor e escritor brasileiro. Entrevistou o filósofo Bertrand Russell na Inglaterra. Assim como Caetano que se destacou na cultura popular, Paulo Francis era culto e intelectual em todas áreas que atuou.
Não acho que se trate de preconceito, apenas de dizer que o Paulo Francis, por trás de uma máscara muito afetada de senhor anglofilo cosmopolita (e machão), escondia uma personalidade que nada tinha a ver com o personagem que ele representava caricatamente.
Acho engraçado como as pessoas aqui, e em outras situações similares, perdem seu tempo defendendo A em detrimento de B. Caetano Veloso, assim como boa parte da classe artística brasileira, elabora um discurso extremamente pretensioso no sentido de reivindicar para si e para sua obra o posto de porta voz de algo elevado, acessível somente a alguns iniciados, que como ele guardam o segredo do bem pensar e do bem agir. Como se uma canção, uma peça teatral, um romance, ou seja lá que forma de expressão estiver na pauta da discussão, tivesse a capacidade de mudar, para melhor, o Brasil. Toda essa discussão é muito pueril, pois nem Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Tom Zé, etc. mudaram uma vírgula da história brasileira: o Nordeste continua com 40% de sua população analfabeta, a favelização não para de crescer no RJ, o Norte do Brasil continua não integrado ao restante do país, etc. É claro que nenhum artista tem a obrigação de formular uma solução para esses problemas, mas é aí que está o x da questão: não só não tem obrigação, como não deveriam opinar sobre a situação econômica e social do país com ares de ser superior por saber tocar um instrumento, por compor uma canção, por interpretar uma personagem no teatro, etc. Existe gente muitíssimo melhor qualificada para pensar sobre essas questões do que a classe artística e cada um deve ser ouvido somente naquilo que lhe compete; vamos superar essa fase da democracia brasileira de dar créditos intelectuais indevidos aos artistas e comecemos a nos preocupar de verdade com a solução dos diversos problemas brasileiros ouvindo os especialistas de verdade em cada área.
Concordo contigo em relação a ouvir especialistas em vez de ouvir a classe artística. Mas fazer o que? É isso que gera manchete, é esse tipo de coisa que o povo gosta de ler; o cantor falando sobre economia, o policial falando de música, o economista falando de cinema. Só não sei em que que tu te baseia pra afirmar que as obras dos artistas que tu citaste não mudaram em nada a realidade social e intelectual do país.
Não disse realidade social, somente disse que a realidade social brasileira não mudou uma vírgula por conta de qualquer obra artística, seja ela peça teatral, música, pintura. O que vai mudar nossa realidade é um pesado investimento em educação. Só que pra que isso possa ocorrer as instituições teriam que ser reformuladas para evitar que os atuais psicopatas que detem o poder político no Brasil pudessem ser banidos da vida pública. Meu argumento acaba sendo meio tautológico, mas não consigo corrighir essa falha.
caramba, seu comentário foi um dos mais inteligentes e lúcido que lí nos últimos tempos, vontade de printar e espalhar por aí, parabéns poderia passar horas te ouvindo, ou melhor te lendo!
Leia artigo escrito por Paulo Francis em 1983 sobre Caetano Veloso Se a intelectualidade oficial no Brasil é representada por bacharéis como Roberto Campos, e é, não é difícil entender por que a juventude se rende a alguém como Caetano Veloso. Tudo é preferível ao pedantismo, à autossatisfação mascarada de bonomia e humor, à cara selvagem de Campos. Crianças, como animais, sabemos “sentem” os bichos ainda que não saibam o que pretendem. Caetano, claro é um compositor de talento, ainda que não crie músicas que sobrevivam sem ele, como Tom Jobim e Chico Buarque fazem. E é, na minha opinião, um cantor que sabe como ninguém unir e valorizar ritmos brasileiros e os subprodutos populares que vieram do “jazz cool” e do “bebop”, esses dois marcos da história da música popular. Quando não o vejo, gosto. E até vendo no palco, nos tempos pós-golpe de 1964-1968, era uma presença poderosa, naquela minirrenascença que foi a reação das chamadas classes artísticas ao advento do urubu Campos e outros tecnocratas pela mão militar. Nada saiu que perdurasse dessa “mini”, talvez porque o Brasil seja um país de “máxis”. Mas a “mini” foi “legal”. Quem viveu, sabe. Mas Caetano não era então um totem. Não falava de tudo com autoridade imediatamente consagrada pela imprensa, que é mais deslumbrada do que o público em face dele. É evidente, por exemplo, que Mick Jagger zombou várias vezes de Caetano na entrevista na TV Manchete. O pior momento foi aquele em que Caetano disse que Jagger era tolerante e Jagger disse que era tolerante com latino-americanos (sic), uma humilhação docemente engolida pelo nosso representante no vídeo. E não só ele. Li duas matérias, uma na “Folha” e outra no “Jornal do Brasil”, em que as duas repórteres prostradas como sempre ficam diante de Caetano, citaram essa resposta ofensiva sem acharem nada de mais. O totem não p ode errar. É Deus na carne humana, Daí a origem tribal de Jesus Cristo. O primeiro totem foi Frank Sinatra. Não quero dizer que antes dele (década de 1940) não houvesse cantores, sem falar de estrelas de Hollywood, que o público jovem não adorasse. Mas Sinatra literalmente iniciou o fenômeno de adolescentes tendo ataques de histeria em público, para horror do filósofo Theodor Adorno, exilado nos EUA, que viu nisso uma forma de totalitarismo cultural, em que a massa se submerge sensorialmente a um ruidoso cavalheiro de microfone, como alemães caíram sob a “hipnose” de Hitler. E Adorno só pegou o início da histeria dos anos 60. John Lennon, filósofo, eros encarnado, Paul McCartney, escritor, o rock como filosofia de vida, etc. O pobre Caetano não é bem dessa corrente (que deverá chegar ao Brasil pelos meus cálculos em 1990). Na mesma entrevista, ele fez uma pergunta que deve ter dado ao amável e brilhante Roberto D’Ávila vontade contida de matá-lo. É aquela de “como você situa o rock na história da música?”. D’Ávila e companheiros (Fernando Barbosa Lima e Walter Moreira Salles Jr.) afinal idealizaram a entrevista, um grande evento jornalístico em TV. Caetano é uma atração. Ninguém resistiria incluí-lo. Mas essa pergunta simplesmente não se faz em televisão, ou até em jornal. É de um amadorismo total. Só serve para seminários de “comunicação” no interior da Bahia. Não é uma pergunta jornalística. Jagger começou a debochar aí. Estava delicado com a figura década de 1960 de Caetano. A moda agora é a de Jagger, cabelo curto e roupa simples, sem adornos. Começou aqui e na Europa em 1970. No Brasil chegará também nos 1990 E foi nesse charme perverso que Jagger, que lê tudo, não disse a Caetano que rock não é música (ver obras completas de Ellen Willis, entrevistas com Janis Joplin, etc.), mas uma manifestação de vida, ou, clichê abominável, de estilo de vida. Willis sempre se refere desdenhosamente aos “music boys”. Uma leitura ocasional como a minha é do “Rolling Stone” deixaria claro. Mas no Brasil é difícil… Sabemos tudo. Caetano é melhor compositor e cantor do que Jagger. Mas não fez nada comparável a “The Citadel”, cuja letra terrível foi adotada pelos soldados americanos no Vietnã, como hino de desespero. E por que não pode ? Quando me lembro que Caetano, esse doce de coco é conterrâneo de Antônio Conselheiro, tremo, tremeria, se ainda conseguisse. Mas ele prefere fazer o que chamei outro dia de “maltrapilho estilizado”. Simbolizar a miséria raquítica do baiano e interiorano brasileiro, para efeito de mero consumo visual, enquanto muito agradavelmente acaricia as fantasias de amor ilimitado que fazem o narcisismo da classe média confortável no Brasil, um conforto porque pagam cerca de 100 milhões de brasileiros no nosso “Alagados” nacional. Não é que eu queira que ele faça música “engajada”. A poesia nada faz acontecer, notou Auden, e concordo, sempre concordei, me forçando muito na época do meu engajamento. Mas isso, essa ciência, é bem diferente do que adular os privilegiados. Jagger, é claro, é um farsante. Aquele sotaque de Londres (e não “cockney”, que é outra coisa) é pose, pois Jagger é de classe média e estudou na London School of Economics, onde se falasse assim seria rudemente corrigido. É uma pose, uma imitação de trash dos Beatles, estes sim, autenticamente proletários. Mas está zombando quando diz que subiu por sorte. Ninguém sobe por sorte. Não dá para escrever neste jornal de família como se sobe no mundo do “rock”. Jagger tem pelo menos 150 milhões de dólares, segundo meus banqueiros, mas fala de “algum dinheirinho”. Essa grana aplicada legalmente dá 1,5 milhão de dólares por mês, depois dos impostos, ou no “negro”, 1 bilhão e 200 milhões de cruzeiros por mês até a próxima desvalorização. Mas talvez eu esteja errado em querer uma entrevista. D’Ávila prudentemente não prometeu nada (e a introdução deve ter sido gravada depois. Sempre é em TV). Está certo, porque o público em geral quer ver e consumir símbolos, totens sem tabus. Não é a toa que Jagger é tolerante com latino-americanos. Caetano, atacado pela imprensa do Rio, num “show” no Canecão, declarou que nada vai mudar, mas que gostaria de mudar a imprensa. Tem toda a razão. Quem é a imprensa, que o adula dia e noite, à custa de consideráveis artistas não chegados ao “kitsch”, para de repente criticá-lo? Basta que Caetano apareça, no palco e no vídeo. Não precisa fazer nada. É para ser adorado. Deve ter havido um tempo em que ele foi um ser humano vulnerável, sensível, certamente foi esse o Caetano que parou na Polícia do Exército do Rio em 1968. Mas, se me permitem uma de Roberto Campos, pego uma paráfrase de Eliot de uma paráfrase de outro autor e encerro: “Mas isso foi em outro país e aquele rapaz morreu.”
Zamuna47, agradeço a postagem do texto do Paulo Francis, assim a discussão, além de acalorada, se torna científica, uma vez que podemos, por meio da leitura do texto que dá margem à polêmica resposta de Caetano Veloso avaliar criticamente o teor e dar os nossos pitacos aqui, embasados. Abração, Zamuna47 e parabéns por seu espírito de coletividade!
Fala Sério! parei quando esse otário foi desmerece uma pergunta falando do interior da Bahia. Cara escroto pensa que alguém vai ler essas merdas. Dane-se velho esses artistas do seu tempo. esse é outro mundo acabou. Aceite o trap e pronto
o Caetano Veloso deve viver num mundo a parte, numa realidade só dele. Não é a primeira vez que ele argumenta que criticas feitas a ele são fruto de inveja, por que ele é "foda". Que revolucionário...
Bom, por mais chauvinistas que sejam os americanos, na época da ditadura havia interesse em quem pudesse escrever algo interessante sobre Brasil em inglês. E o Francis gostava de fanfarronear que escrevia em inglês com um pé nas costas. Então como é que nada publicou lá? Talvez porque os editores não vissem qualidade suficiente no que ele escrevesse?
@@guilhermetonon7267 O cara morreu sendo o jornalista mais bem pago do nosso jornalismo. O problema é que o brasileiro não lê artigos, o que faz o Francis ser um desconhecido.
@@vitordesousa3975 jornalista não vale grandes coisas. Se ganha salário alto, isso não significa nada. Babar ovo de jornalista é a coisa mais patética que tu poderia fazer.
Caetano levou uma surra do Paulo Francis. E mente, assista à entrevista, quem falou em tolerância foi ele. Na época, a grande maioria do meio cultural ficou a favor de Francis. Na semana seguinte, Francis voltou à carga - e Caetano ficou caladinho.
O Francis e o Caetano são deslumbrados em relação ao Jagger, que não representa nada, realmente. Caetano em termos de Brasil, e em termos de representação universal do mundo, é maior que JAGGER.
Caetano Veloso você é TUDO,o que você fala não é muito fácil mesmo;tu és instrumento nas Mãos de Oxalá;sou de Salvador,moro na Ribeira e tenho saudades de você meu amor verdadeiro
Tenho guardada até hoje a revista Veja que tinha a foto de Paulo Francis na capa comunicando sua morte com os dizeres : “ Ele vai fazer falta…” E como fez ….deixou um vazio nunca preenchido.
Caetano não é santo de minha devoção, porém, depois de ver a entrevista e ler a coluna de Paulo Francis, devo dizer que realmente Francis tentou achar pelo em ovo.
Seja como for, eu ri. hohoh... Caetano puto era impagável de bom. Tanto que viralizou geral via Face. E eu devia estar nas fraldas na época da tal disputa, mas intuo... que de fato Francis deve ter tido algum recalque ferido pela figura de Caetano, e intuo... q parte do desagravo do Caetano devia ser por reconhecer no íntimo... que realmente estavam dando atenção além da que ele merecia como opinador na imprensa da época. Até hj no Brasil fazemos isso: inflacionamos a opinião de quem ñ entende NADA do assunto no qual tá opinando, mas é famoso... Agora insinuar ou dizer q Caetano ñ tem relevância na música e na cultura brasileira, aí vcs me complicam, né? Critiquem as posturas dele o quanto quiserem, discordem, desgostem até de sua obra... Mas paraê de passar atestado de ignorância, faizfavô.
"Eu não pedi nada a ninguém, eu não pedi nada ao Brasil nem ao mundo e nem a ninguém. Pedi banana nenhuma. Eu tô aqui, cheguei, cantei, compram meus discos, falam de mim, me perguntam eu respondo, sou honesto, tô na minha, não preciso disso, NÃO PRECISO DE NINGUÉM, entendeu, tô na minha.. Não tenho esse negócio. ENTÃO TEM QUE ME RESPEITAR CARA, QUALÉ, VEM COM NEGÓCIO DE INVEJA/RAIVA, QUERER ME ESCULHAMBAR? COMIGO NÃO ME RESPEITE!" Melhor monólogo.
As criticas ao Caetano sempre tem teor político. Isso passa longe de qualquer sanidade mental e democrática. A direita tem tbm seus ídolos como Lobão, o cara lá do ultraje, uns sertanejos que eu não sei dizer, amado batista, e mesmo o P. Francis... Encomodados com a arte produzida por quem é de esquerda? Aproveitem a de direita.
Nunca foi, deixou isso sempre muito claro. Sua prisão e exílio não tiveram nada a ver com a ideologia da esquerda, até porque ele,como Gil sempre foram burgueses de origem.
@@Camilo100Politicamente, o Caetano e o Paulo Francis sempre estiveram próximos, nos anos 1990 ambos eram PSDBistas e adoravam FHC. Só que o Caetano não deu o passo a frente e para a Direita do Francis , de descobrir virtudes em Roberto Campos, Maluf e Delfim Neto.
