Eu li "Quarto de Despejo" há uns 45 anos atrás. Não me lembro o que me levou a ler o seu livro. Simplesmente achei na biblioteca do meu pai, que lia absolutamente tudo o que lhe caia no colo. Lindo livro e triste. Nunca esquecerei dele.
Vim conhecer este livro quando com 62 anos de idade me aposentei então voltei a estudar, pois só tinha só a terceira série do primário o nome da escola é Carolina Maria de Jesus, santo André SP, onde li este livro ele é muito trabalhado nesta escola, terminei o fundamental, vou fazer o médio, quero fazer uma faculdade,sou negra e moro em uma favela, Carolina é minha inspiração.
Ja tinha ouvido falar dela, mas ontem vi sua história de vida aqui e chorei muito, chorei por me ver nessa mulher e ela se torna a minha musa inspiradora. Vou vencer e nem se trata de ser reconhecida, famosa ou esquecida como ela. Não é a fama, e sim a vida.
E muito triste que nós povo preto brasileiro ,não temos noção de quantos pretos e pretas fizeram história nesse país. A vida escolar esconde toda essa riqueza ,de quem verdadeiramente somos, povo preto brasileiro.
É totalmente absurdo que se tente desqualificar a base de alguém por essa pessoa querer uma condição melhor para sua vida. Uma pessoa que morou na favela, que sentiu fome, sempre saberá a dor da insegurança, mesmo que resolva aproveitar as condições que a vida lhe apresenta para não sentir mais fome.