COMO CARLOS LACERDA MORREU? 

Como Carlos Lacerda morreu?
Carlos Lacerda, foi um dos mais influentes políticos brasileiros do século XX. Sua trajetória é marcada por polêmicas, confrontos e denúncias, mas também por uma visão crítica e reformista da sociedade.
Carlos Frederico Werneck de Lacerda, nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, no dia 30 de abril de 1914. Apesar de nascer no Rio, ele foi registrado em Vassouras, município do interior do estado do Rio de Janeiro, onde seu avô residia e sua família tinha influência política.
Lacerda nasceu em uma família tradicional e importante do estado do Rio de Janeiro. Seu pai, Maurício de Paiva de Lacerda, era um jornalista e político comunista. Sua mãe era Olga Werneck de Lacerda, filha de uma família tradicional da região serrana do Rio.
Ainda na adolescência, ele começou a seguir os passos de seu pai e começou a trabalhar como jornalista.
Em 1935, aconteceu a Intentona comunista, um levante comunista que ocorreu no Brasil, que pretendia por meio da força estabelecer um governo comunista no país, porém não teve apoio popular, e o governo conseguiu controlar a situação. Embora Lacerda tenha sido um dos articuladores, ele não participou do levante. Mas precisou ficar escondido na casa de familiares, para não ser preso.
Carlos Lacerda só viria a ser preso, em 1937, após a realização do golpe do Estado Novo, porém ele ficou pouco tempo na prisão. Nesse período, ele começou a se afastar do comunismo e se aproximar do liberalismo. Ele chegou a conclusão que o comunismo só levaria a uma ditadura, igual ou pior a qual ele desprezava. Essa mudança ideológica seria decisiva para sua carreira política nas décadas seguintes.
Os tiros disparados pelos criminosos acertaram Lacerda no pé e Vaz no peito, matando-o na hora. O atentado causou uma grande comoção nacional e uma crise política sem precedentes. As investigações revelaram que o mandante do crime era Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas e seu homem de confiança. Fortunato teria contratado os pistoleiros para eliminar Lacerda, que fazia duras críticas ao governo em seu jornal Tribuna da Imprensa.
O envolvimento de Fortunato no atentado colocou Vargas em uma situação insustentável. A oposição, liderada pela UDN, exigia a renúncia ou o impeachment do presidente. Getúlio ficará pressionado e renunciará à presidência em 24 de agosto de 1954.
Em 1960, Lacerda se candidatou ao governo do recém-criado estado da Guanabara, tendo como principal adversário o ex-presidente Jânio Quadros. Lacerda venceu a disputa com 58% dos votos e se tornou o segundo governador da Guanabara. Seu mandato foi marcado por obras públicas, como a construção do Túnel Rebouças e do Parque do Flamengo, e por programas sociais, como a criação da Universidade do Estado da Guanabara, e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado.
No entanto, Lacerda logo se desiludiu com o regime militar, que cassou seu mandato em 1965, e o impediu de concorrer à presidência em 1966. Ele passou a fazer oposição ao golpe que ajudou a promover, e se aliou a antigos adversários, como Juscelino Kubitschek e João Goulart, na formação da Frente Ampla, um movimento que defendia a redemocratização do país. A Frente Ampla foi proibida pelo governo em 1968, e Lacerda teve seus direitos políticos suspensos por dez anos.
Nesse período ele escreveu vários livros, entre eles uma biografia de Getúlio Vargas, seu antigo desafeto político.
Poucos anos antes de falecer, Lacerda estava levando uma vida relativamente tranquila, ele dividia seu tempo livre entre seu Sítio em Petrópolis, e seu apartamento triplex, na Praia do Flamengo.
Carlos Lacerda morreu pouco tempo depois de ser internado na Clínica São Vicente, devido a um forte resfriado, que o deixou desidratado e muito debilitado.
Durante sua internação ele foi cuidado por médicos de sua confiança, e seus familiares estavam sempre próximos. Ele faleceu em 21 de maio de 1977, vítima de um infarto no miocárdio, aos 63 anos.
Porém após sua morte não foi realizada nenhuma autópsia, o que acabou levando a muitas suspeitas na população a respeito de sua morte. A dúvida que pairou na população foi se realmente aconteceu de forma natural, ou se foi ocasionada pelo regime militar. Isso se deve pela coincidência de os três líderes da Frente Ampla, Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart terem morrido em datas muito próximas.
Carlos Lacerda foi um personagem controverso da história brasileira, admirado por uns e odiado por outros. Sua carreira política foi marcada por sua capacidade de mobilização, sua combatividade e sua intransigência. Ele foi um dos protagonistas de alguns dos momentos mais dramáticos da República brasileira, e deixou um legado de obras e ideias que ainda hoje geram debates e reflexões.
E foi assim que Carlos Lacerda morreu.
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