Na terça-feira 5, o País teve acesso aos dados do Pisa, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelo Ministério da Educação e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dados mostram uma estabilidade em relação à avaliação realizada em 2018, mas o País continua a figurar entre as últimas colocações entre os países da OCDE, em relação ao desempenho dos estudantes de 15 anos em matemática, leitura e ciências.
Sete a cada dez estudantes brasileiros de 15 anos não aprenderam o mínimo esperado de matemática. O percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é de 31% nos países da OCDE, "clube dos ricos", enquanto no Brasil é de 73%. No ranking geral da disciplina, o Brasil ocupa a 64º posição.
Já em Leitura e Ciências, o Brasil registrou um desempenho melhor nas habilidades de leitura e ciências, mas ainda assim abaixo da média da OCDE. 50% dos estudantes não conseguem encontrar a ideia principal em um texto. A média geral é de 26%. Em ciências, 55% dos alunos no Brasil não sabem o mínimo esperado sobre a disciplina. Esses estudantes não conseguem reconhecer a explicação certa para fenômenos científicos, por exemplo. No ranking geral de leitura, o país ficou em 52º em leitura e em 61º em ciências. Mais de 10 mil alunos brasileiros realizaram a avaliação.
Os dados são lançados no momento em que o governo federal tem à mesa a discussão sobre o Novo Ensino Médio, alvo de críticas desde que foi chancelado pelo governo do ex-presidente Temer, por acentuar as desigualdades educacionais.
O Ministério da Educação, que tem à frente o ministro Camilo Santana, tenta negociar com a Câmara dos Deputados a aprovação de um texto que dialogue com as demandas de estudantes e professores, mas vem sendo pressionado por um grupo de secretários da educação que, em negociação com o relator da matéria, o deputado Mendonça Filho (MDB), constituiu um novo texto que discorda de pontos sensíveis já acatados pelo MEC.
Nesta quarta-feira, o Direto da Redação recebe o educador e cientista político, Daniel Cara, para avaliar o cenário do Pisa e o que os dados apontam de mais urgente para a política educacional brasileira.
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14 окт 2024