Quando o Talibã chegou à sua cidade, Zahra Karimi estava trabalhando no hospital onde era assistente de um cirurgião e foi aconselhada, como todos os colegas, a voltar correndo para casa. Ela correu, achando que teria que se esconder por um dia ou dois, até que a situação voltasse à normalidade.
Mas isso nunca aconteceu. Hoje, a afegã de 23 anos vive em São Paulo, como refugiada de um regime que nega quase tudo às mulheres.
Moradora de Herat, um dos primeiros grandes centros urbanos tomados pelos talibãs em sua ofensiva de retorno ao poder, Zahra custou a acreditar que não só sua cidade, mas todo o país, cairia novamente sob o jugo do grupo extremista -numa velocidade que surpreendeu inclusive as potências ocidentais que ocupavam a região por 20 anos.
"Foi um choque. Era inacreditável. Inacreditável", repete a jovem, sentada na entrada da residência coletiva no bairro da Bela Vista onde mora com o tio e outros cinco afegãos, homens e mulheres, quase todos fotógrafos.
Ela é a primeira de uma série de três entrevistadas que contaram suas histórias à Folha um ano depois que o Talibã voltou a governar o país.
Assine a TV Folha
goo.gl/EBg4ag
Leia mais na Folha
www.folha.com.br
Instagram
/ folhadespaulo
2 окт 2024