Fundada por descendentes de escravos, a comunidade quilombola de Degredo localiza-se no estado do Espírito Santo, na foz do Rio Doce, e é uma das comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos das Mineradoras Samarco/Vale/BHP, que ocorreu a 5 de Novembro de 2015 no município de Mariana, Minas Gerais.
Parte da lama que arrasou casas e plantações foi parar no oceano Atlântico depois de envenenar o rio Doce, naquele que é considerado o maior desastre ambiental do país e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos.
A Fundação Renova é hoje a entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados. Passados quatro anos do colapso da barragem, ninguém foi condenado pela Justiça Federal, e as famílias continuam à espera de indemnizações.
Certificada como "quilombo" desde há 3 anos pela Fundação Palmares, a comunidade tenta resgatar a sua cultura através de projectos públicos, de modo a fazer persistir os seus modos de vida, depois do crime ambiental. Entretanto, grupos de activistas como a Aliança Rio Doce e a cozinheira mineira Patrícia Brito, prestam apoio discutindo estratégias de sobrevivência, e promovem uma oficina na fábrica de biscoitos da comunidade.
25 окт 2024