As dores articulares, ou dores nas juntas, são queixas muito comuns nos consultórios de reumatologia e ortopedia, e também no pronto socorro. Por isso, é importante saber avaliar a queixa e realizar o exame físico correto para se chegar ao diagnóstico mais provável, uma vez que são inúmeras os motivos que podem gerar dor articular.
Sempre que um paciente referir um quadro de dor articular, deve-se buscar responder as seguintes perguntas:
1- ONDE DOI?
2- QUANDO COMEÇOU?
3- COMO É A DOR?
4- QUAL HORÁRIO DOI MAIS?
5- EXISTEM OUTROS SINTOMAS ASSOCIADOS?
1- Onde dói?
Em relação ao lugar da dor articular, é orientado observar se há um predomínio das articulações periféricas, como mãos e pés, ou axial, como a coluna. Também determinar se as articulações acometidas são articulações grandes ou pequenas. Isso já auxilia no levantamento de algumas hipóteses diagnósticas.
2- Quando começou?
É importante definir, nesse momento, se a dor é AGUDA ou CRÔNICA. Saber se houve algum gatilho ou fator precipitante relacionado ao início do sintoma também ajuda na avaliação da dor articular.
3- Como é a dor?
Nesse momento, tentar obter o máximo de informações possível. A dor é simétrica, ou seja, acomete os dois lados do corpo, ou é assimétrica? A dor articular migra de um lugar para o outro ou novas articulações vão sendo adicionadas? Existe comprometimento de quantas articulações?
Outro detalhe importante nesse momento, é avaliar se existe a presença de sinais flogísticos, ou seja, que sugerem um processo inflamatório. São eles: CALOR, VERMELHIDÃO E INCHAÇO. E, por fim, perguntar para o paciente se existe rigidez articular pela manhã e quanto tempo dura essa rigidez.
4- Qual horário dói mais?
O questionamento sobre o horário em que a dor é pior é ESSENCIAL! Aqui, deve-se buscar definir se a dor é MECÂNICA ou INFLAMATÓRIA.
As dores mecânicas se caracterizam por piorarem com o movimento (subir ou descer escadas, fazer caminhadas) e melhoram com o repouso.
As dores inflamatórias pioram ao repouso ou com a imobilização prolongada. O paciente queixa-se de dor ao acordar de manhã, que melhora ao longo do dia e que novamente piora à noite, ao repouso.
5- Existem outros sintomas associados?
Por fim, questionar o paciente sobre a presença de outros sintomas associados pode ajudar muito na busca pelo diagnóstico. Doenças sistêmicas por exemplo, como lúpus, podem vir associadas de lesões de pele, queda de cabelo e perda de peso. Já pacientes com dor no joelho após uma queda, dificilmente apresentarão outros dados clínicos importantes!
E aí, gostaram das dicas? Com isso, tenho certeza que vocês saberão avaliar bem as dores articulares!
Quem sou eu:
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de MG - CRM-MG 71401
Especialista em Clínica Médica HGIP/IPSEMG - RQE 46817
Especialista em Reumatologia pela Santa Casa BH - RQE 50241
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Reumatologia - biênio 2021/2022
Preceptora da Residência de Reumatologia Santa Casa de BH
Reumatologista do Corpo Clínico do Hospital Biocor
Membro da equipe de pronto atendimento do hospital IPSEMG e Instituto Orizont
Professora do Internato de Reumatologia da Faculdade de Medicina - FASEH
Site: portaldareumatologia.com.br/
Instagram: / marcella.reumatologista
WhatsApp para consultas: (31) 99893-2946
10 апр 2022