gente, eu poderia passar o resto da minha vida escutando esse homem falar. Ele realmente tem o dom da oratória, é impressionante como ele consegue fisgar a sua atenção.
@@paulobentopontifex Só precisa - se de uma vida amarga, vou falar, e vão me chamar de tolo, e egocêntrico, mas eu consigo entender esses filósofos, a maioria, só pelo que vivi!
Que delicia ouvir alguém falar de textos tão complexos de maneira tão apaixonante e clara. Dá vontade de tirar um ano sabático para devorar todos os livros de Dostoièvski.
O homem do subsolo sou eu, é você somos todos nós. Temos uma angústia interna sufocante, avassaladora, que beira ao desespero e que é munida de muitas contradições; estamos sempre em busca de achar em algo ou alguém a resposta "magica" para essa angústia e que nos leva a atos inimagináveis até pra nós mesmos. As vezes nos depreciamos ao mais baixo nível, todavia em outros momentos temos lampejos de megalomania. Por isso Dostoeviski é um gênio. Ele compreende, aceita e respeita essa angústia . Que sigamos esse mesmo caminho de auto-aceitação, pois essa é a resposta.
O que você acha... Pode? Devolvo a pergunta. Quanto ao que é melhor... Depende de quem vai escolher. Uma pessoa com um certo alcance dificilmente escolheria uma felicidade barata. Entretanto, não entendo o que nos leva rejeitando uma, ter de escolher a outra opção. Onde uma está vinculada a outa?
Não são excludentes, além de serem reflexos de nossas subjetividades nem sempre acessíveis de forma racional. O sólido aparente que se derrete no ar. Melhor é estar desperto para reconhecer o valor de todas as coisas e sua possível transvaloração
@@coronatempo721 Estar consciente, desperto, é a meta humana. Considerando que de 95 a 97% nosso comportamento é inconsciente. Ou seja, resulta de uma porção de situações as quais somos consideravelmente influenciados de algum modo. Então, para nos tornarmos despertos, precisamos prestar mais atenção ao nosso contexto... Analisando profundamente e cautelosamente as nossas experiências e as dos outros. Entretanto, só há duas formas de, aos poucos, ir se chegando ao autoconhecimento, pelo menos ao meu entender!
Esse inferno do diálogo constante com o outro, não de fato mas na mente, é um retrato preciso do dia-a-dia, pois a todo instante estamos "conversando" e "julgando" todo mundo q cruza nosso caminho ou q estão inseridos no nosso cotidiano. Tentamos nos proteger fechando a cara, andar olhando pro chão, desviando o olhar, ocultados num carro com Insulfilm, num esforço contínuo de vestir uma identidade q nos proteja, olhares encobertos em óculos escuros, mas essa afetação sempre continua lá.
Nos protegemos em uma fantasia para que não tenhamos de conviver com nosso próprio eu, que é, de fato, bestial; para que neguemos no outro aquilo que existe em nós. Erguemos construções metafísicas perante o outro para que não tenhamos que conviver com nós mesmos. Se admitirmos que o outro existe e existe tal qual existe a gente, já não somos mais singulares - em casos mais extremos, não pertencemos mais a uma casta superior -, e nosso ego é ferido, nossa fantasia narcísica é destruída.
M. Alves __ O Sartre explorou esse tipo de situação para descrever o inferno existencialista do "outro", q é aquele q de certa forma nos define, (quase) nos tornando um objeto. Tá tudo intercalado jo pensamento desses gênios q conseguiram descrever esse tipo de realidade tão comum e presente no cotidiano, mas q eé tao difícil de descrever.
Bem assim. Talvez seja nossa missão... aprender a sairmos de nós e enxergarmos um pouco o outro! Tarefa hercúlea, diária...pois nossos "EUS" são vaidosos demais!!
O Flavio Vassoler ,com sua fleuma, nos contamina de vontade de aprofundarmos nas obras de Dostoyevski.Entrevista excelente, que nos deixa com vontade de quero mais.
Li há alguns anos o livro 'Memórias do Subsolo', e cheguei a seguinte conclusão: o homem do subsolo justamente pelo fato de ter plena noção da situação desigual e injusta, em termos de condição social e humana, decorrentes de valores capitalistas, e, sabendo ele que, por não ter como lutar contra todas essas forças, acaba reprimindo ou recalcando esse sentimento de revolta e impotência, diante de todo o contexto. A forma com que o homem do subsolo trata liza, retrata exatamente parte daquilo que ele mesmo condena na sociedade. Acredito sim, que num contexto semelhante, podemos dar as costas ao outro, em decorrência dos valores preconceituosos e hipócritas de uma sociedade (olhar farisaico). Isso pelo medo de sermos julgados da mesma forma preconceituosa também. Mas, se não me engano, liza, a prostituta, só entra na segunda metade do livro. Interessante que, em 'Crime e Castigo', o personagem Raskolsnicov também é misantropo. Aspecto esse, acredito, tenha muito a ver com a própria personalidade de Fiódor Dostoiévsk.
Realmente, Raskonikov era misantropo e também tem a figura feminina que era seu o ''contraponto'' prostituta, mas com ''valores morais elevados'' (segundo os padrões da época)
pra quem se interessa por Dostoiévski, temos em nosso canal um vídeo que conta da conversão dele, de revolucionário ao cristianismo ortodoxo. quem quiser e puder, dê uma olhada que vale a pena.
Puxa... muito bom eu que sou amante cativo da literatura russa... e como já li estes livros é tão gostoso estas análises aprofundadas... valeu mesmo!!!! Faz mais... rs... Almas Mortas do Gógol... Crime e Castigo... as obras do alemão Hesse como o Lobo da Estepe... Valeu Obrigado!!!!
Eu li Crime e Castigo quando tinha uns 9 anos e, não sei como consegui terminar aquela leitura. Não lembro de muita coisa do que li, mas uma coisa posso afirmar: mudou alguma coisa dentro do meu coração, me marcou de maneira indelével.
Fantástico o Flávio , com suas notáveis credenciais acadêmicas, decodificando a incrível percep ção de Dostoievski sobre as pro fundezas da alma humana. Parabéns, Professor. Nota 10. Obrigado, de coração !
Que canal maravilhoso! Eu não conhecia. Recebi hoje pela primeira vez no RU-vid. Adorei. Aprender esses conteúdos, para mim, que não gostava de política por não conseguir entender nada, é magnífico. Gratidão!
já li e amei as duas obras. sou addicted neste russo. "memórias/notas do subsolo" é, até agora, meu texto favorito dele. tá cheio de spoiler este vídeo hahahaha mas spoiler maravilhoso assim tem efeito contrário: faz everybody correr pros livros. demais. in love total.
Esse cidadão se expressa no suprassumo da capacidade cognitiva,ele usa termos complexos demais para minha capacidade de absorver de forma integral toda sua oratória...quem me dera ter um cérebro tão capaz de armazenar todas essas informações.
Essa temática de auto-superação também é encontrada no personagem Raskólnikov, de "Crime e Castigo". Parece um tema inexaurível no contexto das relações humanas. ...Excelente análise!
assistir um filme chamado (fragmentado) e nele eu refletir e observei que lutamos para que outros personagens não assuma a identidade, e não SÓ isso, mais também e me trouxe uma reflexão sobre uma futura presença constante na sociedade.
Que alimento para o cérebro! Adorei! Faça mais vídeos professor! A Casa do Saber traz conteúdo de qualidade nesse youtube , vídeos que realmente valem a pena e nos fazem refletir e adquirir conhecimento!
Cara, que profundo! Não conhecia as obras desse autor! É realmente o extremo da humanidade e suas questões existenciais próprias e sociais. O que me deixou curioso foram os títulos que ele escolheu.. Tais adjetivos são pífios demais para descrição dessa complexidade toda! Interessante demais
São obras que nos acompanham por toda vida em nossas mudanças. Os movimentos pendulares entre a predisposição ao social e a indiferença ao grupo. Creio que uma das artes em viver se resume pincel literário.
Belíssima visão e interpretação de um texto triste. Mostra que tudo é possível quando criamos possibilidades de salvação para que possamos ser resgatados por Deus.
"Belo e sublime" cabe pra forma como o Flávio desvenda a vida do homem do subsolo. Que prazer foi assistir esse vídeo, seria interessante mais análises como essa sobre obras dos autores... Parabéns