Epidemiologia (aula 1, parte 2/3) | Introdução aos estudos transversais 

Obrigado pelo comentário! Espero que também aproveite os demais vídeos do canal. Sobre referências: não foi utilizada uma referência específica. Abaixo deixo duas recomendações caso você queira se aprofundar no tema. BONITA R., BEAGLEHOLE R., KJELLSTROM T. Epidemiologia Básica. São Paulo: 5ed, Santos Editora, 2010. 230 p. Disponível gratuitamente em apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43541/9788572888394_por.pdf?sequence=5&isAllowed=y. 2. GORDIS, L. Epidemiologia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2017. 404 p.

Olá, Karine. Obrigado pela pergunta! Na verdade a resposta é: depende. Simplificando um pouco, um estudo descritivo é aquele que simplesmente apresenta a ocorrência do desfecho (prevalências, incidências etc.) em determinada população, sem avaliar associação estatística entre o desfecho e um ou mais fatores de risco. Já um estudo analítico é aquele que avalia este tipo de associação. Como é possível fazer as duas coisas no delineamento transversal, a resposta, de fato, é "depende". Considere os dois exemplos a seguir: 1) Um estudo transversal encontrou uma prevalência de 10% de obesidade entre adultos residentes na cidade de Pelotas (Rio Grande do Sul) no ano de 2021. Este seria um estudo descritivo. 2) Um estudo transversal encontrou uma razão de prevalências de obesidade de 2, comparando sedentários (grupo exposto) a fisicamente ativos (grupo não-exposto). Este seria um estudo analítico. Claro que é possível fazer as duas coisas em um mesmo estudo transversal. No exemplo, seria possível, em um mesmo estudo, tanto calcular a prevalência de obesidade quanto comparar grupos para identificar possíveis fatores de risco. Espero ter ajudado! Um abraço.

Olá, Wenderson. Obrigado pela pergunta! Sim, nada impede que isso seja realizado. No caso, cada "avaliação" seria um estudo transversal diferente. Inclusive, realizar repetidos estudos transversais ao longo do tempo em uma mesma população é uma ótima estratégia para monitorar a situação de saúde desta população. Espero ter esclarecido! Um abraço.

@@professorfernandohartwig caso contrario seria uma coorte?

mesmo sendo em períodos curtos? tipo um mes?

@@wendersondarkside, se os mesmos indivíduos forem avaliados em duas ou mais ocasiões, seria uma coorte. Se diferentes indivíduos forem analisados em duas ou mais ocasiões, seriam múltiplos estudos transversais. Entendo sua pergunta sobre o tempo entre um acompanhamento e outro. De fato, em várias situações, um período de apenas um mês seria pequeno demais para que mudanças importantes tenham acontecido. Nestes casos, simplesmente utilizaríamos um período mais longo. Porém, existem, sim, situações em períodos curtos seriam de interesse. Por exemplo, se quisermos avaliar desfechos neonatais (ou seja, ocorridos nos primeiros 28 dias após o nascimento) em bebês com determinada doença congênita, a linha de base seria ao nascimento e a segunda avaliação seria um pouco menos de um mês depois. Espero que tenha ficado claro! Um abraço.