Professor, poderia indicar leituras sobre como o Estado soviético lidava com sua população judaica, ou a questão judaica na URSS ou fazer um vídeo sobre? Também poderia fazer um vídeo sobre os judeus comunistas na fundação de Israel e do porque os judeus de esquerda não prevaleceram após esse processo?
Não tendo havido resposta, eu respondo: os judeus de esquerda em Israel não prevaleceram porque tentaram de tudo para fazer acordos de paz e fracassaram. Este fracasso total ao longo de muitos anos tornou a maior parte dos israelenses céticos quanto às reais intenções dos líderes palestinos. Ao contrário da esquerda israelense, a esquerda soviética (se é que se pode chamar aquilo de esquerda) nunca quis paz alguma. Basta ver quantos povos não russos foram ocupados e oprimidos pela URSS. Com o tempo, a maioria dos israelenses entendeu (mesmo sem estudar história, o que lhes teria poupado tempo precioso) que os líderes palestinos, assim como os demais líderes árabes, nunca quiseram paz alguma, mas sim a destruição de Israel. Se quisessem paz, teriam aceito a partilha da ONU em 1947. A esquerda predominante no Ocidente enxerga todas as sociedades humanas em preto e branco, sem nenhuma consideração antropológica sobre as características específicas de cada sociedade em sua complexidade. No caso de Israel, a esquerda ignorou por completo que a causa da insistente recusa de paz pelos líderes árabes palestinos não era territorial, mas sim religiosa: os povos do OM todos, inclusive nas ditaduras seculares (não teocráticas) se pautam fundamentalmente pelo Islã e pelo Corão, e não pelos valores ocidentais. E o Islã, conforme o Corão e as Hadiths, não permite que terras outrora conquistadas pelo Islã, como a região de Israel/Palestina, sejam devolvidas ou administradas por não-muçulmanos. Pois bem, diante dessa realidade (a única que existe ali), a esquerda de Israel fracassou em todas as suas iniciativas de paz e a direita de Israel ganhou terreno. Pela mesma razão, a própria direita moderada de Israel também fracassou e assim chegaram à extrema direita...
Professor, com as suas narrativas e análises estou conseguindo compreender melhor as intrincadas relações que envolvem os conflitos entre palestinos e israelenses.
Se a base do sionismo for étnica, pois bem, como desvinculá-lo do racismo? Por extensão, como não considerar o 'Estado Sionista de Israel' como racista? O 'Estado Judeu de Israel' enquanto 'Estado Sionista de Israel' (e vice-versa) não seria portanto o 'Estado Racista de Israel'?
Que uma defesa de racismo tão abjeto seja realizada por dentro de uma instituição de ensino pública, é uma ofensa contra 56% da população. O racismo desse professor deveria ser punido com prisão.
Professor, seus vídeos são sempre fonte de muita iluminação sobre confusão de ideais e termos mal colocados. Suas falas sempre ajudam a assentar a poeira pra fazer um debate informado. Parabéns!
Professor, você dá a entender que todo colonialismo é branco, mas sabemos que não é o caso, vide Japão na Manchúria e Coréia, Itália na África, além de diversos outros casos. Não seria o caso de rever a categoria "colonialismo" para entender o papel de povos não brancos, ao menos até a metade do século XX?
Assista Cortes da História Pública . Sobre Dalai Lama e Tibet..no Final a CIA também estava lá. É maçoania. O sionismo. Martinho Lutero é pai do nazismo. E raça ariana que vergonha. Ex luterana do RS. Fundou religiâo maçom Rosa Cruz.
Sua coragem é sua missão de vida. É bom ver tal atitude, sua vontade em trazer o amor onde a razão mercenária é o centro. Obrigado Marcos, vc faz, onde não há, a verdade. O mundo canibal é sempre assim dinâmicas, de superioridade para desigualdade. Parabéns pelo ser que é, pela sua coragem em se manter nessa posição, onde é visto como desertor, mas sabe que não praticam o caminho da comunhão dos filhos de Deus, esse sim nos deu seu DNA. O DNA do pai criador. E dentro do assunto, mas dentro do assunto, a terra nós tolera, quem pode acabar somos nós, pq no início a terra era uma sopa de hidrocarbonetos e voltar a isso não altera em nada a terra. Somos filhos dessa terra criada pelo pai, temos que praticar atos para ajudar a terra, esse seria o céu, difícil ver isso então difícil nossa permanência viva aqui. Até o limite da vida aqui. Conseguiremos ir para outro lugar destruir também.
Obrigada Professor conhecê-lo foi um presente de conhecimento em tempos de escuridão !! Proponha um curso sobre judaísmo x palestinos e sionismo para nós. 🙏
Olá Gherman !!!bom dia .sua colocação é formidável ; assim como entendo a "torah " como filosofia de sobrevivência do que religião . "Torah , touro , terra !!! ...A Terra prometida está mais pro lado subjetivo;; e busca por uma identidade de transformação dentro desta terra objetiva . A assimilação com as estruturas vigentes , tem como premissa a sobrevivência e manter a identidade . A ""espera do messias " sai totalmente da subjetividade e entra na objetividade "política "..um vídeo tape já acontecido na história .
Professor, nunca vi ninguém abordar esse tema com tanta maestria e clareza. Há muitos anos atrás, eu fui refém do erro de que erros cometidos contra os palestinos devessem ser usados como justificativa para o antissionismo ou até o antissemitismo. Questões raciais nos EUA também moldaram minha visão naquela época. É óbvio que, com o tempo, fui amadurecendo intelectualmente e fui percebendo o quão absurdas eram aquelas justificativas. Acho que a esquerda brasileira (não que eu seja de esquerda) por um tempo colaborou com a propagação do antissemitismo, talvez também muito em função da grande ligação entre EUA e Israel e um certo antiamericanismo que prevalecia aqui. Pena que demorei tanto para conhecer um intelectual do seu nível. Abraços!!
A questão de partidos da esquerda da palestina é muito interessante. Essas pessoas não tem seus pensamentos difundidos. O pouco que sei, é que essas pessoas não tem muita aderencia em Israel.
O nacionalismo europeu do século XIX constituiu, em si, uma ideologia problemática. Quando adaptada ao caso especial do povo judeu ganhou contornos de uma monstrosidade. A começar pelo fato de que a perspective nacionalista oriunda o século XIX, cuja culminação se deu com o surgimento da ideologia fascista no início do século XX, foi derrotada pelas forças do liberalismo em 1945 e substituida, no Ocidente e ainda no século XX, por um conceito de democracias multiculturais geridas por interesses transnacionais e supranacionais; o Oriente Médio, porém não acompanhou o mesmo movimento. O Estado de Israel, como uma nação erguida sobre um alicerce ideológico ocidental em território oriental, seguiu seu próprio caminho tortuoso que levou a um entrincheiramento em um terreno ideológico removido de ambas as realidades. Trata-se de um Estado cuja criação tardia, em território habitado, não se sustenta na ausência de princípios colonialistas, imperialistas e racistas europeias do século XIX, deixados para trás há décadas pela Europa e pelo Ocidente, porém cercado por nações que não experimentaram, como suas contrapartes na Europa e América do Norte, a catarse da auto-afirmação coletiva por meio da força bruta e violência sem consequências do Estado nacional moderno, nações que foram vítimas dessa violência e onde o imaginário e mentalidade ainda se agarram a noções como a formação um Estado nacional muçulmano que faça frente às nações ocidentais e combata seus excessos. Os EUA nesse contexto atuam como um agente ambiguo na mediação entre tais realidades, e por isso o desafio impossível que recai sobre a administração do atual governo de Biden: atuar como garantidor de um status quo estabelecido por meio de políticas colonialistas violentas e genocidas e ao mesmo tempo justificar suas ações a uma população que rejeita os preceitos sobre o qual se ampara esse status quo. Os judeus, nesse contexto, continuam fazendo o papel de mediadores entre realidades por meio de sua associação aos interesses norte-americanos, atuando como agentes de transformações impostas pelos desdobramentos históricos do desenvolvimento capitalista ocidental em contrariedade a preceitos éticos e humanos que condenam a usura, a violência contra inocentes etc. A tradição judaica, por sua ênfase na transgressão e quebra de tabus, se adequa bem a tal papel, particularmente em sua roupagem mais irracional e fundamentalista, porém secularizada, encapsulada pela ideologia sionista. O Estado de Israel, criado com base na ideologia sionista, foi, em última análise, um experimento do século XX com resultados catastróficos. É como lixo tóxico proveniente de iniciativas equivocadas do passado que não pode ser destinado de forma limpa e correta no presente, sem prejuizos a populações que nada têm a ver com o problema. Infelizmente nesses casos acaba sempre sobrando para populações hipossuficientes, pobres, às margens do capitalismo -- no caso populações muçulmanas do Oriente Médio. Os judeus, apesar de se perceberem como os protagonistas da História, o povo escolhido por um deus irracional e violento para reinar sobre a Terra a partir de seu território no deserto, não são em verdade especiais ou particularmente importantes, são apenas um povo que teve, por suas peculiaridades, um papel decisivo no capítulo mais horrendo da história humana, em que a morte e sofrimento passaram a ser promovidos em massa de acordo com uma lógica industrial, em um processo em que tiveram uma participação ativa e essencial, tanto como vítimas como algozes. São, entretanto, apenas mais uma população humana entre tantas, que terminarão como todas as demais populações humanas inevitavelmente terminam. Provavelmente cairão com o imperialismo norte-americano, em função dos abusos que cometeram sob a sua proteção, e tornar-se-ão um capítulo nos livros de História e um símbolo dos excessos da Idade Moderna. A inevitável queda dos EUA trará dor e sofrimento para milhões, mesmo bilhões, entre os quais os israelenses e sionistas somarão seus números. A História seguirá seu curso inexorável.
Meu caro, eu precisava desse vídeo! Eu já fui tão xingada por elogiar Israel...eu já fui xingada de vários nomes por n@zistas, fascistas e integralistas. Eu tenho certeza que os judeus é um povo extraordinário, extremamente inteligente. São muito talentosos e cultos! Eu não tenho amigos judeus e não conheço judeus. Mas eu defendo o direito de Israel existir, assim como a luta dos judeus de continuar sua trajetória fazendo História. Não sou judia, não tenho descendência judaica, mas eu respeito todos os povos e suas origens. Eu não acredito que o simples fato da criação de Israel é prejudicial aos palestinos, até porque ambos os povos podem se unir e se tornar um só. Basta que judeus israelenses e palestinos muçulmanos entrem em acordo e formem um país.
Parabéns pelo seu comentário mostra muita sensatez , mesmo não conhecendo Judeus, quiser conhecer mais sobre Judeus ou Judaísmo , indico o Canal do Rabino Venturas vlw 👍🏻
Professor, o senhor parece ter omitido a Declaração de Balfour e o fato de o movimento sionista ter-se, inegavelmente, associado ao projeto colonial do Mandato Britânico na Palestina. Portanto o marco da perspectiva colonial no sionismo é anterior a 1948. A meu ver isso não seria fatal para sua tese principal sobre o sionismo de esquerda, mas é uma nuance necessária, por honestidade.
Os Ingleses abandonaram Balfour em 1939 e antes disso já favoreciam os árabes, Balfour foi uma continuação do Sanjak of Jerusalem região neutra do império Otomano, para resolver esse problema decidiram criar uma pátria judaica que iria abranger uma pequena parte.
@@matheusluiz877Não abandonaram não, ela ficou declarada, e depois em1922, a Palestina se tornou um protetorado britânico. Estava em marcha aí a criação do estado de Israel sobre um território ocupado.
Freud foi contra o sionism8 Lea o artigo na revista digital Jacobin Brasil entitulado FREUD CONTRA O SI9NISM8' " Em Moisés & o monoteismo, as principais questões que se colocam para Freud são: o que leva os judeus a se tomarem como “povo escolhido? Quais as consequências de sustentar tal narcisismo?"
É desonesto dizer que antisionismo é antissemitismo. O semita é um grupo de algumas etnias que incluem árabes e incluem hebreus. O sionismo é outra coisa: uma ideologia inicialmente forjada dentro da Reforma Protestante, em obras como a do Calvinista Thomas Brightman, de 1615, no livro "Shall They Return to Jerusalem Again?". Um movimento imperialista que ganha corpo em uma Europa colonialista e cristã, dentro do contexto historico de eventos como a Santa Inquisição. Do mesmo imperialismo religioso que dizimou e desapropriou milhares de mulheres na Caça às bruxas, como bem sabemos através de investigações históricas tais quais as feitas por Silvia Federici, da realidade de protagonismo imperialista tanto do protestantismo quanto do catolicismo dessas épocas contra mulheres, e uma infinidade de etinias. A defesa da restauração da Palestina como pátria nacional para os judeus começa a ser desenvolvida entre grupos autoidentificados como cristãos na década de 1580, após a Reforma Protestante. O sionismo cristão é uma ideologia que, em um contexto cristão, defende o retorno do povo judeu à Terra Santa. Da mesma forma, sustentou que a fundação do Estado de Israel em 1948 para qual estava de acordo com uma profecia bíblica: que o restabelecimento da soberania judaica no Levante - a escatológica "Coligação de Israel" - seria um pré-requisito para a Segunda Vinda de Jesus Cristo. O termo "Sionismo Cristão" começou a ser usado, então, em meados do século 20, quando os proponentes da ideologia se uniram em apoio a "sionistas judeus", como Balfour, em apoio a uma pátria nacional judaica. É possível entender que muitos judeus comuns poderiam ter acabado sem opção a não ser se dobrar ao Sionismo, porém, não dá pra achar o Sionismo inocente. O Sionista que não quer sangue palestino nas mãos, precisa fazer uma autocritica profunda, o que é difícil, pois no condicionamento histórico que essas gerações viveram para construir o Sionismo foram assimilados certos pontos que tem um teor muito desastroso, por exemplo da normalizaçao da islamofobia a qual estiveram condicionados dentre outros fatores.
Muito boa a aula, professor. So gostaria de fazer questionar uma coisa:" o rascismo do inicio do seculo XX, ocorria não so de brancos com pretos, asiaticos e indigenas, mas de brancos para brancos." Os ingleses considrravam os irlandeses inferiores, os alemães os eslsvos, é ai que os judeus entraram tambem. A questao envolvendo o holocausto foi por conta de racismo dos nazidtas para com os judeus, pois esses ultimos eram considerados inferiores em relacao aos alemães. Mesmo pela branquitude dos judeus da Europa, eles foram vitimas de racismo pelos nazistas. Entao, acho que os judeus sionistas da Europa foram influenciados pelo iluminismo e renascentismo europeu, aguçando neles a ideia de povo escolhido e superior aos palistinos. Tudo isso para servir de justificativa para que eles ocupaseem a Palestina de maneira arbtraria como foi. Entao, entender o sionismo como um movimento politico e comonial não implica em.negar a existência do holocausto. Porque a carta de Belfort ja sinalizava essa intenção colonial, mas entendo que isto foi reforçado pelas contradições internas no sionismo como o senhor disse.
Vale sempre a pena ouvir de própria voz Lenin sobre antissemitismo → ru-vid.com/video/%D0%B2%D0%B8%D0%B4%D0%B5%D0%BE-FpE7O2VF8rk.html Estou um pouco cansado agora, amanhã volto para assistir a conclusão, refletir e tentar elaborar perguntas para elucidar dúvidas e estabelecer as contradições. Parabéns pela exposição, gostei do que assisti até aqui e acredito que a conclusão será no mesmo nível de qualificação do que foi exposto. Um abraço e até amanhã.
O que Marx disse é dito por Deleuze e pelo estruturalismo, que consideram a religião na era pré-moderna como irredutível à função social do grupo e vice versa, portanto, Real. No deísmo pós revolução francesa isso se perde num papel alienante, substituível, logo, Imaginário ou, como disse Ratinho, o importante é crer num deus, não importa qual.
A pessoa começa o vídeo apontando o projeto COLONIALISTA da Sionismo Político e depois quer convencer que um Sionismo de esquerda é possível. O que a falta de uma análise material não faz...
Querido professor Michel, eu te admiro muito, mas me permita fazer uma provocação. Eu li todos os 3 livros de “O capital” recentemente e atentamente e encontrei várias passagens antissemitas. Há inclusive uma citação de Lutero em uma das notas de rodapé que chega a ser dolorosa, de tanto ódio contra judeus, e Marx parece concordar com a citação. Assim como foi muito machista e racista, Marx também foi antissemita. E não digo isso por preconceito e sim por eu ter estudado a obra dele.
Todo arqueologo e historialista busca a referencia cultural de um povo,se nao tem nacionalidades ,sao ciganos❤.acreditam na cabala,sao racionais,matematicos e comercialistas,dignos,calculistas e bem articulados.
Seja qual for o raciocínio e a conotação filosófica, o território de Israel deverá ter abrangência em todo o território do Reino de Salomão. Claro que isto custará conflitos e guerras.
*O que explica o apoio de grande parte dos judeus brasileiros a Bolsonaro?? E o mais grave ainda: Como conseguem dormir tranquilos sabendo que movimentos fascistas e neo-nazistas do Sul e Sudeste do Brasil também os apoia??*
Entendi da seguinte forma, que o apartheid Israelense persiste enquanto a imparcialidade ou apartheid (do alemão partei/partido) continua vigorando entre os judeus. Em outras palavras Israel vencerá o apartheid assim que migrar decididamente para a Extrema Esquerda, e apropriar-se dela.