A Festa no Bosque aconteceu num anfiteatro natural de carvalhos e sobreiros virados para o campo e para o rio. Este pedaço de natureza em estado puro foi comprado pela Mundos de Vida, há um ano, e valeu a pena. Aqui, as crianças da creche e do jardim de infância partem à descoberta do mundo natural e os alunos da escola bilingue de 1º e 2º ciclos têm aulas ao ar livre.
No dia 10 de junho, dia em que Camões, o maior poeta português, fez 500 anos que nasceu e nós quarenta, o bosque viveu um dia diferente. Juntamos, ali, mais de um milhar de conhecidos, companheiros e amigos. Foram crianças, pais, avós, alunos e antigos alunos e quem aqui trabalha ou trabalhou.
Na Festa no Bosque, houve comboios para crianças, bicicletas e trotinetes, visitas ao museu ferroviário, dinossauros à solta, a parada dos chapéus, e o começo da assinatura do livro do compromisso “Desliga!”. O nosso papagaio Quincas fez-nos companhia todo o dia. Os pais e os avós trouxeram as mantas que estenderam à sombra e a cesta do piquenique da tarde. O movimento foi contínuo na barraquinha das bebidas, dos gelados, das pipocas e do algodão doce. Os pais tiveram uma ideia: preocupados com a falta de notícias e a possibilidade da ecopista vir a desaparecer, adaptaram a canção popular "Apito Comboio" que será o hino da causa da defesa deste caminho verde no coração de Lousado. E mais pela tardinha abriram também as barraquinhas das deliciosas bifanas, feitas na nossa casa, do porco no espeto e do caldo verde.
O José Cid veio, cantou ao vivo e encantou todas as gerações, com a sua música, a sua voz, a sua alegria e genialidade. Fez diretos nas suas redes sociais e deixou elogios ao espírito desta festa que o impressionou pela originalidade, alegria e calor humano, ali debaixo dos carvalhos e sobreiros, junto ao rio. Retribuímos a sua energia e entrega com palmas, muitas palmas e oferecemos-lhe o nosso galardão “Abraço de Ouro”. Este ano, vai ser ele o padrinho musical da Missão Pijama, para a qual vai criar uma canção original.
A sua música foi uma maravilha durante uma hora e meia, mas outra também se ouviu baixinho durante toda a tarde, desde as duas da tarde às oito da noite. Foi o bater do coração de cada um de nós, com aquele bater alegre e feliz de quem está ali bem, à vontade, entre gente conhecida ou que se dá a conhecer. Durante quarenta anos, muitos, crianças e gente que aqui esteve deixaram aqui a sua marca. E muitos outros continuam a fazê-lo de forma marcante. A Mundos de Vida somos nós todos.
Quem resumiu tudo em poucas palavras foi a senhora da barraquinha dos gelados que não conhecíamos (e que fomos buscar a Barcelos porque as de perto estavam ocupadas nas festas Antoninhas). Esta senhora que faz festas, há mais de quarenta anos, disse-nos com aquela voz simples e sincera: «Nunca vi uma festa como esta. As pessoas aqui têm um olhar diferente, olhavam uns para os outros e falavam, olhavam para mim, quando vinham buscar gelados, e agradeciam, sorriam muito, conversavam e muitos até estavam na brincadeira. Já há muitos anos - e eu faço muitas, muitas festas -, não ouvia tantas gargalhadas, como aquelas de antigamente quando havia amigos e bons vizinhos. Olhe, até me senti parte desta família!»
Não havia melhor forma de descrever e tão bem o espírito da Festa no Bosque e da nossa Comunidade Mundos de Vida.
Muitos nos ajudaram a fazer esta festa como se fosse sua e não foram poucos.
OBRIGADO E ABRAÇOS PARA TODOS.
Concerto ao vivo: José Cid
Vídeo e imagens: Alexandra Guimarães
9 сен 2024
