No ano de 2004, a TVE Bahia elaborou o Documentário Gaiaku Luiza: Força e Magia dos Voduns, no qual foi ao ar em homenagem a Gaiaku Luiza no dia Internacional das Mulheres.
A história é contada por antropólogos, historiadores, pelo povo de santo e pela própria sacerdotisa Luiza, a baiana de acarajé que serviu de inspiração para a música “O que é que a Baiana Tem?” de Dorival Caymmi. Na época ela tinha 94 anos. Gaiaku é uma verdadeira aula sobre as religiões de matrizes africanas, nascidas no Brasil do século XIX, que levanta a bandeira para a preservação deste patrimônio imaterial que é legado deixado pelos povos escravizados.
Dona Luiza Franquelina da Rocha (GAIAKU LUIZA), nasceu em 25 de Agosto de 1909, em Cachoeira, Cidade do Recôncavo Baiano.
Filha de Negros e descendente de Escravos, nascida e criada dentro do Candomblé onde chegou a morar dentro da Roça de Ventura.
Em 1937 Gaiaku Luiza foi iniciada para Oyá na Nação Ketu, no Ilê Ibecê Alaketu Asè Ògún Medjèdjè, do famoso Babalorixá Manoel Cerqueira de Amorin (Nezinho de Ògún ou Nezinho da Muritiba, filho de Santo de Mãe Menininha do Gantois.
E, em 1944, Gaiaku Luiza é iniciada na Nação Jeje, sendo a terceira filha a compor um barco de 3 Vodunsís (Osún, Azansú e Oyá).
Gaiaku Luiza foi uma das poucas Vodunsís na Bahia, que ousaram abrir uma roça de Candomblé Jeje-Mahi, no ano de 1952, no qual não era comum tal prática dentro do culto jeje, pois existiam apenas dois terreiros Jeje-Mahi na Bahia, que eram o Zòògodò Bogun Malè Hùndo (Terreiro do Bogun), em Salvador, e a Roça de Ventura (Sejá Hundê), em Cachoeira.
Gaiaku Luiza faleceu dia 20 de Junho de 2005, aos 96 anos de idade, dentro de rua Roça, cercada de filhos de santo, amigos e familiares, como ela sempre quis e fazia questão de citar: "mãe de santo tem que morrer dentro de sua roça".
Ela foi considerada uma das mais importantes Sacerdotizas do Culto Afro-Religioso Jeje-Mahi do Brasil e de uma sabedoria inigualável.
23 сен 2024
