Neste vídeo, o Dr. André aborda as diferenças entre o Bloqueio e a Cirurgia para o Tratamento das Hérnias de Disco. Quais as vantagens de cada tratamento e quando eles devem ser empregados.
Primeiro, vamos esclarecer um ponto importante: nem toda hérnia de disco causa dor! Na verdade, a maioria das hérnias são assintomáticas, e apenas aquelas que causam dor precisam, de fato, ser tratadas.
É verdade também que mais de 60% das hérnias de disco podem ser reabsorvidas pelo corpo espontaneamente. Então, nós devemos dar tempo ao corpo para que haja a possibilidade dessa reabsorção.
Devemos lembrar também da importância de iniciar o tratamento com uma boa fisioterapia, pois muitos pacientes obtêm uma melhora satisfatória com esse simples tratamento. Somente quando a fisioterapia não traz um efeito benéfico é que devemos escolher entre bloqueio ou cirurgia.
Como é feito o Bloqueio?
O Bloqueio é um procedimento muito pouco invasivo, que sequer precisa de internação. Neste procedimento, com a ajuda de um Ultrassom ou de um Raio X Digital nós localizamos essa raiz nervosa que está sendo comprimida.
Então com a ajuda de algumas agulhas bem finas, inoculamos uma substância anestésica e anti-inflamatória ao redor dessa compressão. Esse procedimento tem o potencial de reduzir ou até eliminar a inflamação responsável pelo comprometimento dessa raiz nervosa.
Um estudo científico muito importante avaliou o efeito sinérgico da combinação de bloqueio e fisioterapia para o tratamento da hérnia de disco.
Neste estudo, os pesquisadores recrutaram pacientes com hérnia de disco que não estavam melhorando com a Fisioterapia e seriam encaminhados para a Cirurgia. Após combinar a Fisioterapia com o Bloqueio, apenas 20% dos pacientes ainda precisaram operar.
Mas falando especificamente de cirurgia, quais as técnicas que temos a disposição para o tratamento da Hérnia de Disco?
A primeira é a Cirurgia Convencional, que chamamos de Discectomia, nela, é realizada uma incisão nas costas do paciente, em seguida, são afastadas as estruturas musculares e é retirada a lâmina (um fragmento ósseo da vértebra), permitindo ao cirurgião acesso à área em que a hérnia está comprimindo os nervos.
Então, essa região dos nervos é afastada (para não ser danificada) e corta-se a área da hérnia que está causando a compressão. Depois, são costuradas todas as camadas musculares e a pele, e o paciente passa por um período de recuperação.
A segunda cirurgia é mais recente, e é conhecida como Discectomia Endoscópica.
Nesta cirurgia, é feita uma incisão muito pequena. São colocados alguns guias com o auxílio do Raio-X Digital, e o paciente recebe anestesia geral.
Através de uma cânula de trabalho, o cirurgião consegue colocar o endoscópio com uma câmera na área a ser operada e, em seguida, afasta-se as estruturas nervosas e retira-se os fragmentos da hérnia, liberando a compressão da raiz nervosa.
Embora essa modalidade cirúrgica seja menos invasiva em comparação com a técnica "aberta", ela não é necessariamente mais segura. Em alguns casos, a visualização das estruturas através do endoscópio pode ser mais difícil, oferecendo mais riscos.
E por que não partimos logo para a operação e resolvemos o problema de uma vez por todas?
Muitas vezes, há uma expectativa que a cirurgia possa resolver definitivamente problemas de saúde (como no caso da apendicite ou de uma pedra na vesícula). No entanto, essa expectativa não se aplica aos problemas na coluna, que são geralmente, causados por um processo degenerativo, de envelhecimento das estruturas.
Por isso, após uma cirurgia para corrigir a hérnia de disco, é possível que ela volte a se formar. Isso ocorre em cerca de 10 a 30% dos casos, dependendo do tipo de hérnia.
Outra possível complicação é a formação de Fibrose Peridural (cicatrizes próximas aos nervos). Esta fibrose pode comprimir os nervos e também dificultar a irrigação sanguínea, o que também pode causar dor, e que é mais difícil de tratar.
Então, quando o paciente deve operar uma hérnia de disco?
Fundamentalmente em três situações:
Quando a dor é muito forte e não melhora com nenhum tratamento, ou quando a hérnia é muito grande a ponto de causar perda progressiva de força muscular, ou quando ocorre a Síndrome da Cauda Equina, em casos como esse, o paciente tem que operar com urgência.
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Importante: antes de iniciar qualquer tratamento, procure avaliação médica.
Dr. André Mansano - Médico Especialista no Tratamento da Dor. São Paulo - SP.
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19 апр 2023
