Oh! Fronte ensanguentada
Em tanto opróbrio e dor,
De espinhos coroada
Com ódio e com furor!
Tão gloriosa, outrora,
Tão bela e tão viril,
Tão abatida, agora,
De afronta e escárnio vil.
Quão humilhada pende
A face do Senhor!
Não vive, não resplende,
Já não tem luz nem cor!
Oh! Crime inominável,
Fazer anuviar
O brilho inigualável
De um tão piedoso olhar!
Estás tão carregado,
Mas todo fardo é meu!
Eu só me fiz culpado,
E o sofrimento é teu.
Venho aos teus pés, tremente,
Mereço a punição,
Mas olhas-me clemente
Com santa compaixão!
Sê meu refúgio forte,
Meu guia e vida e luz!
Que eu sinta, vendo a morte,
Conforto em tua cruz!
Na cruz com fé me abrigo
E amparo tu me dás!
E unido assim contigo,
Hei de dormir em paz!
9 окт 2024