letra da música:
Hoje amanheci torcido, com um mal jeito na cacunda
Me fizeram uma reza braba, numa trapaça de macumba.
Tramposo não me trampeia, nem me atenta mal espirito
Qualquer cerne de pau podre, eu lasco e faço um palito.
Não dou ouvido pra lacaio, nem gosto de tipo à toa
Pra mim não tem sanga funda, ninguém vira minha canoa.
Sou cria da pampa xucra, o Rio Grande é meu padrinho
No contratempo do tempo, no tempo eu vivo sozinho.
Paro num rancho bagual, cravado numa coxilha
E um palanque pro terreiro, de cerne de curunilha.
Na frente ao redor da estaca, deixo pastando um crinudo
Num grito de “já de bamo”, dou de boca pro beiçudo.
Assim livre, morro livre, só Deus pode me matar
Enquanto não acontece, nesse mundo eu vou ficar.
Sou cria da pampa xucra, o Rio Grande é meu padrinho
No contratempo do tempo, no tempo eu vivo sozinho.
Não é qualquer boi corneta, que come sal no meu cocho
Bagual pra me negar estribo, tem que ter cornilho roxo.
Ter granito no cogote, e artimanha de veiaco
Depois de eu me enforquilhar, cravo o garrão no sovaco.
Pode se virar no diabo, que não me arranca do basto
“Saimo” abrindo macega, que nem quartiara de arrasto.
Sou cria da pampa xucra, o Rio Grande é meu padrinho
No contratempo do tempo, no tempo eu vivo sozinho.
Tenho dois cachorro amigo, que me ajudam na quartiada
Se o maula se for pra cerca, fazem dar a volta a dentada.
Depois que o bicho se dobra, que frouxa o lombo e tranqueia
Mais um amigo que tenho, pra campereada ou peleia.
Uma pena que a vida é curta, tudo que é bom se termina
Só fica o sinal no couro, de espora de alguma china.
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7 сен 2024
