Carnaval 2018 - Akotirenes Yibi das Mulheres Quilombolas
Foto: Beto Assem
O tema de 2018 homenageou as mulheres quilombolas. Foram sobre essas mulheres que o Ilú quis falar e reconhecer como nossas referências de lutas e de conquistas.
Falar de mulheres quilombolas é falar da valorização das mulheres negras que tanto
lutaram e lutam ainda hoje, por terras, direitos igualitários, respeito, melhores
condições de trabalho e por liberdade de ir e vir sem ser julgada e discriminada diariamente.
Nós do Ilú Obá De Min demos passagem livre a todas as mulheres negras que saíram das
senzalas para os cortiços, dos cortiços para serem mantenedoras de sustento para sua
família, de meras mulheres negras servis aos brancos para serem líderes de estratégias de
guerras, de negras que lutam há séculos para ter uma participação efetiva na sociedade
mundial e não só no campo restrito da ordem escravagista. Posso citar muitas delas como:
Akotirene, Dandara, Luíza Mahin, Tereza de Benguela, Teresa do Quariterê e tantas
outras mais contemporâneas que atuam nas terras quilombolas até hoje!
As lutas são muitas, mas chegará o tempo da colheita, mesmo que demore mil primaveras, mil verões… Chegará por mãos de outras mulheres tão fortes e persistentes como nós, sedentas por mudanças urgentes em relação à mulher negra nesse país chamado Brasil e no mundo todo!
Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela. Precisamos pensar o quanto o racismo impede a mobilidade social da população negra”, diz. “Temos um problema de classe. E o racismo também cria uma hierarquia de gênero, deixando a mulher negra em uma situação muito maior de vulnerabilidade social.”
Que venham as nossas quilombolas pretas, viga sustentadora de um legado mundial!
Beth Beli
Presidente
30 июл 2019
