O Grupo de Pesquisa em Política Ambiental propõe este seminário que visa discutir relações entre Crise Ambiental e Educação. Ao concebermos a Política Ambiental como construção intencional do futuro, passa a mesma a consistir em uma almejada produção histórica da organização humana no sistema-mundo, composto por objetos e ações na extensão planetária.
Considerando-se a Crise Ambiental como expressão de uma “hiper fragmentação do mundo contemporâneo”, resta aos humanistas almejar fazer da Terra uma morada da humanidade. Mas este ideal significa articular situações e resultados socioambientais futuros em um presente decisório, processo político, incremental e articulado, conduzindo, por hipótese, à expansão do teor democrático das multidões.
Para a consecução política de uma ordem civilizacional de respeito mútuo entre os habitantes do planeta, mostra-se necessária a discussão sobre quais qualidades ético-político-atitudinais seriam necessárias para corresponder a tal exigência. Em outras palavras, torna-se necessária a concepção de uma Educação Ambiental eficaz estruturada sobre a entronização de uma Política Ambiental conforme a referida. Uma nova socialização capaz de viabilizar a metamorfose requerida de Fazer da Terra uma morada da humanidade baseada em uma ética da natureza. A macro complexidade dessa tarefa exige sabedoria, solidariedade, humildade, inteligência, coragem e, acima de tudo, persistência.
Este seminário tem como um de seus êmulos o lançamento da coletânea Crise Ambiental e Educação. Por uma nova cultura da Terra, corpos e territórios!1, que consiste na descrição de uma série de intervenções educativas, e de seus principais resultados, estruturadas com foco em tais buscas e sempre envoltas em amplo comprometimento humanista. Ao agregá-las, além da esperança comum de seu projeto, a obra apresenta-se como um exercício de produção histórica que se configura sob uma forma narrativa, hoje legitimada pela crítica da cultura. A história que se produz enfocando tempos curtos, o tempo dos acontecimentos contidos em relações - passado-presente-futuro. Seu método privilegia a compreensão, ganhando, com isso, complexidade e riqueza de matizes. Configura-se, assim, como um documento de história narrativa, cujas raízes inscrevem-se na história analítica de grande duração. Seus autores e autoras são narradores de uma história em processo: a história do conhecimento das relações buscadas no campo da ética-político humanista entre o que se denomina Crise Ambiental e a almejada Educação Ambiental, inscritos no contexto dos acontecimentos sociais que ora o sustentam.
12 сен 2024