Parabéns pela aula, gostei como explicou a interpretação de ligações reais. Esse foi um dos primeiros assuntos que abordei em sala de aula, na época em que estava no estágio de docência do mestrado. Quem está iniciando na área de cálculo estrutural costuma ter dificuldades nessa interpretação, acredito que o vídeo vai ajudar muita gente.
Como não há ligações 100% rígidas, sempre que se dimensiona uma viga, pode-se considerar para cálculo essa viga como suportada por um apoio de segundo gênero? Mesmo ela sendo na prática uma ligação rígida?
Assume-se o engastamento como hipótese de cálculo quando o comportamento da viga tende majoritariamente para um engastamento. O uso (galpões, por exemplo) pode impor essa hipótese, e há vantagens nela, porque uma barra bi engastada requer 5 vezes menos inércia do que uma sobre apoios de 2º gênero. Mas é preciso considerar a hipótese em seu contexto. Em pórticos, por exemplo, os binários são redistribuídos pelas barras associadas, e em virtude disso, os momentos não são os típicos de uma barra bi engastada teórica - o momento máximo de uma viga em pórtico não é PL²/12.
Mas, como regra geral, a não ser quando o uso obriga a concepção de pórticos, tendemos a conceber as vigas de aço como rotuladas em função do custo das ligações. Uma viga de aço engastada por solda pode ter custo inferior a uma rotulada, mas se engastada por parafusos e chapas auxiliares, dificilmente, de modo que vigas rotuladas, mesmo sendo mais pesadas, ainda tendem a ser mais vantajosas economicamente em uma estrutura montada.