Gostei da análise, bateu muito com o que pensei sobre o Lolita. É bem isso, um fruto maravilhoso por fora (forma), mas apodrecido por dentro (conteúdo). Mas não sei se é certo que ele levaria adiante a ideia de se casar com ela, caso não houvesse a interferência de seu rival. Pois se não me engano (faz tempo que li, preciso reler), há um comentário do Humbert sobre ela um dia crescer, virar mulher e deixar de ser ninfeta, coisa que para ele perderia todo o interesse. Acho que o assassinato foi por não suportar que o rival a tivesse tirado de si, pois ela era sua "propriedade". Num universo paralelo ele a abandonaria por outra ninfeta, pouco importando se ela fosse sua mulher ou não. Enfim, o livro é um exemplo de como o sublime (a forma) e o monstruoso (o conteúdo) por vezes se abraçam para encantar e horrorizar.
Acredite, já li e reli Lolita seis vezes. Parabéns pela análise, sem dúvida a melhor disponível no youtube. É o meu texto de ficção preferido. Repito, o texto, como você relata, é lindíssimo e é pelo texto que releio-o. O tema da novela é o terrível crime da pedofilia. Mas o texto é inigualável. E, repito, é o texto o que me atrai nessa novela. Parabéns pela análise, procurava muito um comentário de valor, como este seu sobre Lolita. Acredite, é difícil para mim expor em público que essa obra-prima de Nabokov é meu livro ficção favorito pois os preconceituosos desviam sempre o foco da espetacular obra literária que Lolita é, para realçarem a pedofilia, esse crime terrível. Lolita é o texto perfeito para quem ama palavras e frases e idéias bem construídas. Obrigado.
11 месяцев назад
Olá, Francisco! Entendo… Muitas vezes não conseguimos, em uma conversa, fazer com que se entenda essa diferença vital que existe entre forma e conteúdo em Lolita, existe mesmo uma confusão muito grande com o tema central e essa confusão só piora com os filmes que chegaram ao grande público que, nem sempre, leu o livro para poder fazer uma interpretação do que se retratou nas telas, uma observação crítica. felizmente, quem se deu a oportunidade de ler esse clássico certamente entende a maestria de Nabokov da primeira à última linha, um domínio da linguagem que é único e encantador. Muito obrigada por comentar, fico feliz que tenha sido uma análise proveitosa a você, que já leu esta obra tantas vezes.
Tinha visto o Filme do Stanley Kubrick e me interessei por ler o livro, mas até hj não li o livro. Graças a seu vídeo eu lembrei de ler. Irei ler o livro e voltarei pra ver esta análise. Obrigado.
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Oi, Alexandre ! Que ótimo! Vai ser uma experiência interessante comparar o filme com o livro. Vi tanto essa versão como a de 1997 recentemente no HBO Max, foi legal para comparar. Obrigada pelo comentário :)
Não li o livro, mas passa a ser obrigatória esta leitura para quem só assistiu ao filme. A versão que assisti foi com o ator Jeremy Irons. No filme , nos chega claramente a imagem de um homem vítima de uma garota de 12 anos que o enfeitiça, que o maltrata e segue então por caminhos chamados "do amor" da "paixão" e acaba como se fosse mesmo um relacionamento entre 2 adultos !!! E então o pedófilo atrás do rosto bonito de Irons sequer aparece, eu diria, em nenhum momento. Quem assistiu sabe que a dor daquela dura realidade chega no final, quando vemos Lolita grávida, numa vida dita e assumida destruída pela própria personagem. Mas confesso que o lado criminoso e pedófilo passa bem longe da adaptação para a tela. No filme é claramente um ROMANCE, envolvente, sedutor , tão sedutor que remete à conclusão piegas de como o amor maltrata, como se sofre por amor, Ohhhhhh quanto amor. O filme é totalmente voltado para o AMOR. E a vertente de que o que ELE via em Lolita era o que ele narrava fica claríssima. Na tela, Lolita é a visão dele... sedutora. Esta sensualidade - imputada a sua imagem - dificilmente se encaixaria numa criança de 12 anos, principalmente da época. Sem contar a traição, no filme o que Lolita faz é traição, como se ela não ao amasse mais... É muito sério, no filme ele é a vítima e Lolita um monstro, eu diria, do começo ao fim. Muito bom !
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Realmente o filme não mostra tudo da história! Fiquei com essa impressão de que a ideia da versão de 97 foi mostrar a visão dele, o que foi feito muito bem, pensando no tipo de visão que ele tinha dela, totalmente distorcida e doente. Mas é uma pena que esse foco único tenha levado tanta gente a entender o filme como uma história de amor quando, na verdade, o que se tem é uma série de crimes e abusos. Complicado…. Obrigada por comentar!!!
Tesão de resenha! Melhor assitir a ela seguido da audição de "Don't stand so close to me", do Police, que cita Nabokov . . .Valeu, moça de claros olhos!
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Oi! Nossa, não conhecia essa referência, fui até assistir ao clipe rssss. Clássicos estão em todo lugar mesmo! Obrigada por comentar =)
Confesso que tenho vontade de ler o livro por causa da Lana Del Rey e das músicas, mas não sei se tenho estômago para isso.
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Não é uma leitura fácil, mesmo. Em vários momentos parei e deixei de lado uns dias, depois voltava com mais fôlego… ainda assim acho que vale a pena o desafio pra conhecer a obra pela sua relevância na literatura!
