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Matias Spektor: Nossa política externa não acompanhou as mudanças geopolíticas 

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20 окт 2024

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@EmersonSilva-gv1gh
@EmersonSilva-gv1gh Месяц назад
*O PAÍS DOS CABO ANFELMO* autor desconhecido É outra vez um país nada longínquo nem imaginário em que um menino pobure chamado Anfelmo sonhava em se tornar marinheiro. Não tanto porque pensasse em ter um trabalho, mesmo mal remunerado, mas porque o mar só podia ser um convite a grandes aventuras. Nunca se soube de aventuras marítimas de Anfelmo, se é que as teve. O país de Anfelmo vivia grande efervescência quando ele começou a portar orgulhosamente seu uniforme de marítimo defensor da pátria. O que era mesmo a pátria de Anfelmo, soldado de primeira classe, egresso da prestigiosa Escola de Marujos? Era ainda uma terra adormecida em berço esplêndido, que não conseguia perder certos vícios de colônia, incapaz de acreditar em sua proclamada independência. No começo do século de Anfelmo, no país de Anfelmo, um escritor pobre, negro e enlouquecido dissera ser aquele um país sem povo, onde a plebe não luta por seus direitos e assiste como público, na geral, não no camarote, a cenas de imolação de sucessivas gerações subalternas. A efervescência que vivia o país na juventude de Anfelmo era precisamente um ensaio daquele grande público para se tornar, dora em diante e de uma vez por todas, um grande povo de uma nova civilização. E isso graças à emergência de um novo ator histórico e social: os trabalhadores. Claro, trabalhadores sempre houvera no país de Anfelmo. Durante os primeiros séculos, a quase totalidade dos trabalhadores era composta de africanos e descendentes escravizados, forçados a verter até a última gota de suor em terras que haviam sido roubadas por seus amos aos nativos, a maioria dos quais já havia sido submetida ao simples extermínio. A ideia de fazer daquele território um país em que os outrora escravizados, os nativos e outros tantos trabalhadores do campo e das cidades, e também soldados como Anfelmo, seriam um verdadeiro povo, com direitos e deveres, conquistava cada vez mais corações naquele tempo da primeira juventude de nosso marujo. Para os amos da terra, que vinham matando, torturando e massacrando havia quase 5 séculos, tais pretensões eram inaceitáveis. Anfelmo assumiu a luta libertadora juntamente com outros tantos companheiros e companheiras, ganhou fama e foi apelidado, por engano, de Cabo. Até que um malfadado dia foi preso e submetido às piores agonias que um homem possa sofrer. Os estudiosos da barbárie afirmam que a relação entre torturador e torturado pode assumir formas surpreendentes, incluindo-se aí a adesão plena e integral do torturado às posições do torturador. Foi o que aconteceu com Anfelmo. Gozando de imenso prestígio entre os que lutavam por uma pátria fraterna, Anfelmo passou a se infiltrar entre os grupos de resistência para assim denunciá-los àquele que havia sido seu algoz. O auge da traição de Anfelmo se deu quando ele matou a balaços a sua própria mulher, uma idealista que vinha de outro país, mas que acreditava que todas as lutas pela justiça se equivalem. Detalhe, ela estava grávida de sete meses. Ao matar sua mulher grávida, Anfelmo se tornou a encarnação da maldade suprema. No país de Anfelmo, também vivia outro filho das classes populares de nome Rura. Este havia atravessado todas dificuldades impostas pela miséria e pela pobreza, mas com muito esforço próprio, conseguiu uma ascensão social considerável para gente como ele naquela época. Rura também enfrentou a prisão, mais de uma vez, sendo injustamente maltratado e humilhado por seus inimigos. Quando de sua primeira prisão, por conta de um conflito trabalhista, não foram poucos os que disseram que Rura fizera algum tipo de acordo com seus algozes para sair da cadeia: ele teria traído os seus para se safar. Com efeito, ao sair da cadeia, Rura ajudou a abafar o conflito no qual estava envolvido, convencendo os trabalhadores a aceitar as imposições patronais. Houve também quem dissesse que não havia nenhuma traição, que Rura havia jogado bem aquele momento da partida, pois o recuo também é uma tática legítima numa luta. A luta de Rura inspirou milhões de seus compatriotas. Pouco a pouco, Rura se tornou um grande líder em todo o país e terminou por se tornar chefe de um governo. Como dirigente do país, Rura pouco fez para mudar suas estruturas de injustiça, mas esse pouco foi visto e sentido como algo gigantesco, tal o abandono em que estavam os mais pobres. Todos sabem que Rura teria feito ainda mais e melhor se não tivesse tantos inimigos controlando os outros poderes da República. Rura deixou o governo com a maior popularidade que um dirigente pôde alcançar naquele país e conseguiu fazer eleger o governo que o sucedeu. Mas os inimigos de Rura, os mesmos que haviam torturado o marinheiro Anfelmo e tomado conta de sua alma, não tiveram nenhum respeito por ele: derrubaram o novo governo que ele apoiava e o puseram na cadeia injustamente outra vez. Mas não foi só isso. Os inimigos de Rura voltaram a matar pobres de todas as formas possíveis e imagináveis. Não apenas na base do trabuco, mas também pela fome e por doenças. Conta-se que mais de 500.000 pessoas foram mortas por falta de assistência. Num país vizinho ao país de Anfelmo e Rura, havia uma situação em tudo semelhante. Os amos do país submetiam a população a todo tipo de violência: fome, miséria, falta de assistência médica e de educação. E também torturas, assassinatos, massacres, bombardeios de populações civis. Mulheres grávidas morriam com bebês em seus ventres, o que fazia lembrar inevitavelmente a maldade de Anfelmo possuído pelo demônio, capaz de matar a sua companheira grávida. Até que pessoas que lutavam por justiça, como Rura havia lutado em seu país, chegaram ao governo naquele país vizinho e começaram uma grande obra de justiça. Da mesma forma como acontecera no país de Rura, os inimigos da justiça foram impiedosos em sua luta para manter os privilégios de uns poucos: passaram a incendiar bosques, hospitais, ambulatórios, escolas, casas de dirigentes comunitários e chegaram até a incendiar pessoas com gasolina. O país foi bloqueado pelos países mais ricos, o que causou a morte de 40.000 pessoas, sendo a metade destas crianças, que não resistiram à falta de medicamentos essenciais. Embora sofrendo tudo isso, aquele país vizinho não deixou de ajudar o país de Rura para evitar que milhares de pessoas morressem por falta de oxigênio para tratamento médico. Algum tempo depois, Rura conseguiu sair da cadeia onde havia sido colocado injustamente e voltou a dirigir o seu país. O país vizinho continuou assediado pelos dragões da maldade, mas arrancou um processo de recuperação notável. Seus inimigos multiplicaram então seus esforços nefastos. Para destruir os justos, os dragões da maldade se serviram abundantemente da mentira, da calúnia, das acusações as mais estapafúrdias, daquelas que vão além do absurdo e só podem ser levadas a sério por pessoas indignas. Aquele país, que havia salvado vidas no país de Rura sem nada pedir em troca, tinha ao menos uma certeza: o país de Rura podia até não compartilhar seus caminhos, mas jamais se tornaria seu inimigo. Eis que num dos momentos mais difíceis da luta dos vizinhos contra os dragões de maldade, algo pavoroso e inesperado aconteceu. Mesmo sabendo em detalhes todas as maldades que haviam sido cometidas e continuavam a ser praticadas contra os justos do país vizinho que havia salvado tantas vidas em seu próprio país, Rura passou a apoiar os assassinos de mulheres grávidas, os incendiários de bosques, de hospitais, de ambulatórios, de escolas, de casas de pessoas que lutavam por direitos sociais. Anfelmo se tornara a encarnação do demônio por ter morto uma mulher grávida, aquela que seria a mãe de seu filho. Anfelmo tinha dentro de si seu próprio torturador. Mas a atitude de Rura, ao apoiar os piores criminosos do continente contra aqueles que o haviam apoiado sem restrições, fez ver ao mundo que os algozes de Rura também haviam tomado posse de seu espírito. Renunciando a qualquer ética, a qualquer semblante de dignidade, Rura se transformara num monstro capaz de enviar à morte não apenas uma mulher grávida, mas milhares delas. Sem uma gota de piedade. Difícil falar finalmente em moral da história em meio a tanta imoralidade. Mas para não violar a regra literária, aí vai: Anfelmo nunca fora Cabo. Rura nunca fora Digno. 26/08/24 .
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