Metaleiro de esquerda? Kkkkkkkk o metal sempre foi anárquico anti sistema, isso de idealizar gênero de música com ideologia política é coisa de latino burro
Metaleiro de esquerda é coisa de brasileiro. A unica banda americana pesada de esquerda, que eu conheço, é o Rage Against the Machine, que não é exatamente metal.
Essa frase é ótima e pode ser usada pra qualquer coisa. Já até imagino gente usando essa frase na hora de terminar um relacionamento. "Veja bem querida, o problema não é vc. O problema é o Nando Moura." 😅
Deve ter algo de errado, não é possível que esses vídeos não tem 20, 30k visualizações, esse é um dos melhores canais de música que eu já vi, parabéns irmão estou divulgando pra todo mundo
Obrigado, camarada! Sou "metaleiro" desde criança, de esquerda há uns 15 anos, radical há uns 3 e, agora, estou começando a me aproximar de uma organização e tenho um certo receio de revelar o tamanho e a profundidade da minha paixão e ser taxado de "colonizado", "reaça" e afins. Certamente seu material tem ajudado a aliviar esse peso. Obrigado mais uma vez e parabéns!
Uma coisa que vc falou no último vídeo, que eu achei extremamente interessante, foi como o metal já nasceu como um estilo de música internacional e que todos os artistas invariavelmente cantavam em inglês pra ter um público global, lembrou de algumas bandas mais recentes, tipo Alien Weaponry que fala da cultura Maori e que canta em te reo Maori, o The Hu que mistura com a música tradicional da Mongólia e tem uma menos conhecida chamada Mutilated Tyrant que retrata cultura de tribos nativas da Navajo Nation dos EUA. É interessante que eles usam esse internacionalismo do metal, que já tem uma estética globalmente aceita, pra divulgar uma cultura que, de outra forma, talvez não tivesse tanto espaço. Eu sei que o Sepultura já fez isso nos anos 90 usando elementos de musica dos povos originários br, mas eles cantavam em inglês, essas bandas se diferenciam por usar as músicas no proprio idioma nativo e hj em dia elas estão conquistando um espaço que eu não sei se conquistariam antigamente.
tem o Tang Dinasty tbm, banda chinesa de metal que cantava em Mandarim e fazia uma fusão de elementos da cultura e música chinesa no metal (e gravou a internacional em ritmo de metal).
Eu já comentei algo parecido com meus amigos, o metal é o estilo mais abrangente que já vi, justamente por ter esse lance de se fundir com cultura local
Muito bom essa leitura de contexto, Gui! Anos '80 já passa a ser um prenúncio da "década perdida" que seria os anos '90. O próprio fatalismo, o niilismo, o excesso de metáforas, uma morbidez, etc, tudo isso tbm era um sintoma de uma juventude que não via perspectivas de mudanças nem dentro do sistema (contexto do neoliberalismo + onda conservadora nos costumes) e nem fora dele (desilusão com o "socialismo real" e com a social-democracia). E essa temática mórbida e niilista não vai ser só abordada no Metal "Extremo" dos anos '80, vai aparecer até no pós-punk e mais tarde no grunge. Anos '90 a gente já vê um esgotamento de qualquer coisa contestatória, pelo menos no cenário mais mainstream, em todos os "subgêneros" do rock, ou estilos originados a partir dele.
@@radioguerrilhaoficial Não à toa que o Rap ocupa esse espaço de música contestatória pra juventude nos anos '90 , o rock e seus "filhos" já tinham esgotado esse potencial, até claro, chegarmos numa época que o Hip Hop também é "engolido" pela Indústria. Mas é aquilo, o "Underground" muitas vezes funciona como um espaço de "resistência" desse potencial contestatório e isso vale pro Hardcore, pro Metal e pro próprio Rap hoje em dia.
Pra dar um exemplo dessa capacidade de organização e alastramento do metal, recentemente a galera do “metal sem facho” levantou um movimento de pressão à Tarja Turunen para que o “armored dawn” (prevent senior) fosse retirado da turnê da cantora como banda de abertura. Nessa semana, foi divulgado um novo folder dos shows que ela realizará no Brasil com outra banda de abertura, sen AD.
Fico muito feliz de ver alguém falando do metal mais profundamente. Se não fosse o heavy metal e o punk eu ainda seria reacionario, adventista e etc, então acho bem importante
@@gabrielsampaio3660 desde os 5 anos até os 13 eu fui obrigado a ir, eu acredito que seja a igreja mais elitista da atualidade, mas aos 13 ao conheci o roq rou e me radicalizei, me radicalizei errado inclusive, hoje em dia encontrei um caminho com consciência de classe pq até ancap já fui, mas a igreja adventista é uma sopa de ideologia vc sabe como é, fico feliz de nossos pensamentos estarem libertos.
@@luna_callmenico1776 praticamente a mesma coisa. Dentro da igreja desde o nascimento, sai com uns doze anos, comecei ouvir thrash e punk, nessa fase eu tava legal até. Só que aí pirei nos Black metal e fui meio pra alt right, depois de conhecer umas pessoas legais e estudar um pouco, ter mais senso crítico, sou comunista.
Estou gostando muito desses vídeos sobre o metal, pq consigo ver o meu pai como o jovem que ele era na época, se interessando pelo estilo, que ele escuta até hj E entender a juventude da época me ajuda a entender a pessoa que o meu pai é hj
Eu deixei de ir há muitos anos atrás nos rolês de metal da cena da região. Mas era impossível deixar de notar que as bandas e o público em geral tinha uma opinião política bem forte e explícita de esquerda, ao mesmo tempo em que era normal ver um e outro fazendo coisas misóginas e machistas. E o pessoal de direita que ia lá usava isso pra demonizar o comunismo e generalizar todo comunista de hipócrita.
O metal pra mim é exatamente como vc definiu ao longo do vídeo! Quando comecei a ouvir eu consumia tudo. Mas quando saí da época do colegial, comecei a prestar mais atenção nas mensagens, nas letras. E comecei a me decepcionar com muitas bandas que eu gostava, tipo metallica, megadeth, iced earth, e por aí vai. As bandas tipo êxodos e slayer, que tinham uma abordagem mais teoria da ferradura e atacavam tudo da mesma forma, eu continuava gostando, não tinha nem contato com o discurso contra hegemônico pra entender nada. Mas as bandas com outra mensagem, estilo kreator, arch enemy, machine head, as bandas que tinham elementos alternativos e new metal, todas elas me puxavam mais e me afastavam de aberrações pautadas por bandas tipo o iced earth, o pantera, o megadeth. Quando eu compreendi a simbologia da bandeira dos confederados, eu passei a ver o iced como uma grande decepção. Era uma das minhas favoritas. Os caras tinham um disco que chamava o fardo glorioso. Falava da guerra civil americana. Já achava estranho… uma relação camuflada (ou nem tanto?) com destino manifesto, talvez? Quando saiu aquele disco the plagues of babylon eu achei foda pra caralho, e ouvi bem ele. Aí veio o trump sendo derrotado e o maluco do john shaffer se mostrando a desgraça de ser humano que ele era, o cara foi preso por praticar terrorismo na Casa Branca. 😂😂🤮🤮 A partir daí a minha ficha caiu totalmente. Passei a ter uma visão bem mais aguçada sobre a banda. A escolha dos temas em si não é por acaso. Tudo batia. O cara lança um disco que remete a doutrina deles de se acharem os comandantes do mundo. E alguns discos depois lança uma música chamada “plagues of babylon”. Depois que ele foi preso eu entendi que essa música era um apito de cachorro. “Pragas da babilônia”. Mesmo que seja falando de mitos, contos religiosos, isso não é por acaso. A letra da a entender metaforicamente a invasão islâmica, que os cristãos biruleibe defendem que tá ocorrendo, e é tudo um plano pra acabar com o cristianismo. O cara é supremacista religioso e anti slam declarado. Basta ver ele abrindo a boca. A própria mitologia que ele criou em volta do mascote setian. Um alienígena e tal. Isso tbm fez outra ficha cair. Essa história pode até ser legal em certo ponto. Mas mostra tbm que ele é daqueles doidinhos que acham que tudo que veio de um trabalho e uma engenharia humana muito avançada que não seja europeu ou norte americano é coisa de alienígena. O bicho deve ficar o dia todo espalhando essas teoria de Alien construindo pirâmide egípcia e asteca, mito de cidade perdida e o escambau. Eu chego a pensar inclusive que ele é a pessoa que inventa essas abobrinhas. 😂😂 Não por acaso, as letras das baladas em sua maioria só falam coisas boas do cristianismo, de Jesus. Hj em dia eu já sou mais tranquilo. Entendendo tudo isso, eu passei a ouvir de novo a banda, mas sempre tendo essa ressalva em mente. Ouço em casa, não iria jamais em show pra fazer multidão pra eles, isso jamais. No caso do megadeth, eu ouço “Washington is next” literalmente torcendo pra Washington ser a próxima. 😂😂😂
Seus dois últimos vídeos sobre metal foram perfeitos. Uma das melhores análises do gênero que eu já vi. Falta muito conteúdo sobre metal sob um prisma marxista. Muito obrigado camarada!
Cara, conheci seu canal hoje. Achei seu video incrível, e de uma mensagem extremamente necessária. Só pra me apresentar um pouco, eu sou guitarrista de uma banda de metal extremo chamada Inherence, e também toco eventualmente no Desalmado, uma banda de grindcore antifa. Atualmente faço mestrado em música na Unicamp, e minha pesquisa é de analise musical do metal extremo, e estou perplexado sobre como a academia não sabe quase nada a respeito da gente, e o pior, em como ela se prende em estereótipos sobre metal, quase sempre eu me encontro numa situação de precisar desmistificar que o metal é uma cena reacionária, e como você disse, há o espaço que permite o choque e ataque aos sistemas e como ele é um enfrentamento ao status quo. Cara você foi visceral, parabéns, sinceramente eu vou enviar seu video pra muita gente a partir de hoje, principalmente da academia, muito foda! P.S.: Você é de Caieiras? ja toquei com o Inherence ai mano!
Caramba mano, muito obrigado! Fico muito feliz em ler seu comentário, ao mesmo tempo que fico triste com o descaso acadêmico... Lá fora existe o congresso de pesquisa de metal, né? Não sei se vc curte o q sai lá e tudo mais. Agora, no Brasil, ainda não se discute o estilo de forma séria. Ainda bem que temos pessoas que lutam contra isso, admiro muito a sua garra e desejo sorte pro trabalho, quero ler essa dissertação, hein? Hahahahaha Obrigado novamente, tamo junto camarada!
@@radioguerrilhaoficial Sim mano, na gringa ta mais avançado que aqui. Ja existe até uma uma certa bolha de pesquisadores de metal, que estao se organizando cada vez mais pra discutir essa musica, de muitas linhas diferentes. Existe uma revista especializada focada em publicações de metal chamada Journal of Metal Music Studies, eu sou assinante inclusive, eles organizam congressos. Mas mesmo na gringa, ainda existe muito a se discutir, porque como sabemos, o metal é um mundo muito grande. Pouquíssima gente no Brasil ta pesquisando sobre isso, mas é as poucos que a coisa anda. Muito obrigado mano, tamo na luta, parabens pelo canal, ja me inscrevi.
Podia rolar umas colabs sobre o tema com Glauber Ataíde do canal Filosofia Vermelha, Daniel Faleiros do Barba Dialética, pessoal do Scena ou do Headflow.
Camarada, concordo com o teu ponto de vista e admiro tua argumentação. Em um comentário anterior relatei ter vivido essa dicotomia, comecei a curtir rock and roll no final dos anos 70, vi aquela transição musical que se seguiu neste período Onde diversos estilos lutavam por um grande mercado, estilos como o Rock em toda a sua essência, o progressivo, depois o Punk e aquele breve momento da "era disco ". O interessante é que obviamente eu pouco ou quase nada enxergava de política até porque eram tempos complicados aqui no Brasil. Quando comecei a ouvir Metal foi como se um mundo novo se abrisse para mim e por mais que na minha família existisse um pensamento de esquerda muito forte, eu era mais receptivo as idéias niilistas e paradoxalmente, com o desejo de obter ganhos através da música, ao mesmo tempo em que a agressividade do metal, tanto musical quanto a comportamental pra mim foram de maneira muito mais fácil absorvidas. Claro que muito de minhas frustrações mal dirigidas colaboravam para o meu fascínio pelo movimento. Essa tua abordagem política e direcionada a uma visão crítica de esquerda, sinceramente, pra mim só se tornou muito mais clara com o avanço da idade e tenho aprendido e absorvido muito com as tuas postagens. Me sinto confortável cada vez que assisto a qualquer dos teus vídeos pois acabo tendo acesso a uma argumentação que não é viciada mas idéias claras e muito corajosas pois se tornou lugar comum só ver o lado problemático do estilo . Grande abraço camarada e aos 53 anos, aprendo muito contigo no que diz respeito a relação entre a arte, o capitalismo, a visão de uma esquerda coerente e ao mesmo tempo crítica em relação aos temas abordados. Boa noite e peço desculpas se fui de alguma forma pouco claro em relação a mensagem que quis passar no meu comentário.
Poxa, camarada, agradeço imensamente o seu comentário e o seu relato. Fico feliz demais de saber que consigo ajudar pessoas com o pouquinho q aprendi aqui e acolá. Isso fortalece o trabalho e renova a luta diária contra um sistema opressor e destrutivo. Sem palavras pra te agradecer. Tamo junto, tudo nosso!
Muito bom! Nunca tinha relacionado a popularização do metal ao neo-liberalismo do Reagan e da Tatcher. Acho que seria legal também fazer um vídeo falando do metal/punk brasileiros com a tua perspectiva materialista! Aqui no BR tem alguns fatos históricos que devem deixar a narrativa desses estilos bem diferente, como a ditadura, as greves do abc e a esquerda rosa da década de 2000. Fico pensando em como isso impactou o punk e o metal.
sou comunista marxista e metaleiro desde os 14 anos, tenho 37 hoje. Acho que o metal é um estilo musical politizado e devido a esse fato tem desde esquerda radical ate extrema direita.
Muito massa o vídeo! Meus gêneros favoritos são black metal e stoner metal. Stoner é suave, geral maconheiro e de esquerda. Black metal já fica tenso a situação, tem muita banda nsbm… mas felizmente aqui onde moro o underground não deixa se criar banda facho, só dão palco pra rabm (red and anarchist bm)
Análise muito precisa e com bastante capricho no caminho histórico que desenvolveu o estilo. Curti demais. Vim pelo Luide, agora vou devorar o canal. Parabéns pela exposição, camarada!
Cara na boa, eu sempre fui metaleiro e me radicalizei recentemente. Tinha muito esse aflito de pensar que o metal tinha algum tipo de afinidade com o reacionário e ficava refletindo muito sobre isso, mas sempre senti que a revolta dentro do metal trazia consigo a posicionamento contra o sistema capitalista. Muito obrigado por esse vídeo camarada, a revolução será feita com um metalzão br de fundo 😜🤘
É isso! Dizer simplesmente que o Metal é reacionário não passa de sociologismo de boteco! A questão é que o capital busca se apropriar de tudo que possa parecer ameaçador a fim de promover a sua domesticação.
Poxa, muito obrigado mano! Pois é, o rockeiro conservador é um ser humano bem contraditório... Me inscrevi no seu canal, porque games e esquerda TB tem tudo a ver, tirando boa parte da comunidade né?
Excelente a continuação dessa discussão. Obrigadissimo! Ví que não estou sozinho nas minhas análises. Para mim é até uma questão de sanidade mental. Pois tenho 48 anos de esquerda, do Rock and roll, da cultura alternativa e underground.
É a terceira vez que assisto esse vídeo, eu também vivia me questionando sobre o metal... Tenho muitos colegas e pessoas próximas na cena que são reaça ou não sabem que são, aí me pegava pensando sobre metal ser reaça... Tem tanta banda reaça por ai tb,né?... Mas de qualquer forma esse seu video super didático e com lindos contextos históricos e me fez ascender um lampejo de alívio. E me orgulho por esse estilo que ando carregando na minha vida a anos e espero morrer com essa revolta do status quo, que pra mim é algo que todo mundo deveria ter, pra se conscientizar diante a realidade.
Muito interessante sua análise meu caro. Dentre os subgêneros do metal, o que eu mais ouço é o thrash. A impressão que eu tenho é que metal é a melhor expressão daquela frase "é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo", não por acaso, muitos dos temas do thrash são fim do mundo, guerra, corrupção... Mas me parece que o que todos os subgêneros tem em comum é a tentativa de falar tipo assim "esse fim do mundo que vc teme está cada vez mais próximo" o black expressa isso provocando a religião dominante, o thrash com o imaginário de guerra, o death com o terror corporal... Talvez a crítica de reacionarismo ao gênero se dê ao fato dele não apresentar "solução", é sempre a tentativa de mostrar o colapso completo, não propostas de evitar (salvo Gojira kk), imagino que isso crie no ouvinte uma resistência à soluções e daí a fama de "metaleiro reaça"
Ótimo vídeo! você conseguiu argumentar muito bem várias coisas que eu refleti pessoalmente, seja observando ou vivenciando coisas nesse meio, através desse vídeo tbm compreendi melhor a origem do estilo de um ponto de vista social. Foi mencionado a Angel of death do Slayer, a banda Dorsal Atlântica tbm tem uma canção que se chama Mengele, aliás Dorsal é uma ótima banda de metal com ótimas letras, pra quem desconhece, eu recomendo
Poxa, muito obrigado! Fico feliz q tenha rolado essa identificação, tamo junto! Sobre a Dorsal, preciso falar deles em live, sempre esqueço... Obrigado por lembrar, camarada. Seja bem-vindo!
Ver tua explanação sobre esse "grito" contra o status quo, me deixa mt confortável e até orgulhoso em sempre ter sido fã desse estilo! Dei subscribe neste exato momento no teu canal brother! Parabens nao so por este, mas por todo o teu conteúdo! Nota mil!
Parabéns pelo alto nível das discussões, em todos os gêneros e temas! Me criei na cena extrema dos anos 80 (metal e punk/HC) e sempre associei minha filiação ao gênero como algo revolucionário, não reacionário. Hoje, escuto muita coisa diferente tbm, mas sempre correndo pelo caminho da mão esquerda, hehe. Obrigado!
é muito dificil conseguir pegar as lives na twitch e to amando os cortes!! Queria muito ver algo sobre o movimento riot grrrl vs girl power capetalista
Camarada, em que tipo de mosh vc está entrando? Quando alguém cai, se acidenta no mosh, fica fraco de pancada ou bebida, galera para geral e ajuda. Etiqueta básica. Galera normalmente não chora por q tá louco de riff, a adrenalina tá lá nas alturas. Ao menos essa é minha experiencia hoje em dia.
Cara, o seu canal é muito bom! Tive contato quando vi vc trocando ideia com o Ian num react. Desde muito novo sempre fui fanático por basicamente todas as vertentes do rock. Comecei ouvindo o nevermind bem novo, na minha época era febre kkkk, juntava meus primos pra ouvirem o meu cd. Mas a vertente do heavy metal foi a que me cativou mais. Iron Maiden, megadeth, Metallica, annihilator, exodus, overkill, testament, kreator, sepultura, accept, Iced Earth. Enfim, ainda tem mais, mas basicamente entrei ouvindo as mais reacionárias kkkkk. Kreator é a única que vc pode dizer que tem um viés mais progressista dessa leva inicial de bandas que eu escutei. Só fui ter contato com bandas que tocavam em temas mais progressistas, e em problemas mais reais tipo suicídio, abandono afetivo, um tempo depois, quando tava entrando pra faculdade. Eram bandas tipo arch enemy, machine head, essas coisas, e com letras mais positivas tbm, uma porrada de banda de metalcore, quando o gênero entrou com mais força aqui no Brasil. Principalmente durante as últimas séries do ensino fundamental e o médio, o heavy metal simplesmente salvou a minha vida. Eu sofria muito bullying por ser baixinho e franzino, sempre o menor da sala. Na minha geração, da galera que nasceu no final dos anos 80, aqui no Brasil pelo menos, no estado do Piauí, em escolas particulares de classe média, isso era uma coisa que nem se tinha conhecimento. Não existia o debate sobre bullying. Os pedagogos estavam de braços atados quanto a essa questão. O que deixava a coisa toda muito pior. Eu apanhava de todos os outros caras, todo dia. Inclusive dentro da sala. E eu tinha vergonha de falar com o professor. Pq era mais humilhante ainda. Afetava minha masculinidade em construção. O pior de tudo é que quem comandava as minhas surras e humilhações era um cara nazista. E eu posso provar no decorrer do relato que ele era. Fui pensar sobre isso depois de muito tempo. Nem quando estudei sobre nazismo na própria época da escola eu me dava conta. Ele era a caricatura do nazista. Branco, loiro, alto, do olho verde. Ele exercia um esquema de poder na sala que ele controlava a violência. Todos me batiam, pq ele incitava e começava tudo. Ele batia nos outros tbm. Mas batia no nível que era aceitável de uma escola naquelas condições. E ele se divertia comigo. Eu acho que eu era a única diversão dele na vida. Parece que ele ia pra escola só pra me bater e me humilhar. Ele sentia prazer. O cara me batia dentro da sala e esperava a minha reação. As vezes até com bastante força msm. Tapa de mão aberta. Estralava as vezes. A sala de escola particular de ensino médio naquela época era uma algazarra msm, muito barulho, a zoada do tapa era abafada. Mas o pior não era nem a dor física nessa dinâmica criada dentro da sala. Batia, podia doer. Assustava tbm algumas vezes, pq chegou um tempo que eu ficava mudando de lugar, nunca sentava em uma cadeira fixa. E ele vinha atrás de mim. O pior era a dor psicológica. As meninas diziam: “conta pro professor”. E eu ficava calado. Pq eu ficava sem saída. Na minha cabeça de homem hétero, naquela época, isso era um golpe muito duro. Imagine chamar o professor, a sala toda se virar pra trás pra olhar pra mim e eu dizer: “professor o fulano tá me batendo”. Nessas horas eu queria morrer, sumir dali. E ele olhava pra mim. E sorria de mim. E ainda dizia: “tu é viado demais, bichinha”. Quando eu tentava criar alguma força pra chamar o professor ele falava: “vai chamar o professor, é viado msm”. E dá-lhe a sorrir. No recreio a dinâmica do bullying era mais compartilhada entre todos. Mas eu sofria coisas como juntar vários caras pra me levantar, essas coisas. Eu estudei no colégio das irmãs aqui de Teresina. O modelo lá é prisão pan-óptica total: o pátio era dividido em duas quadras a céu aberto, e a construção do prédio em volta das quadras. Lá tinha uns latão de lixo gigante nos cantos do pátio. Os caras já me botaram dentro de uma lata de lixo dessa. O nazista da história colocava a gente pra brigar entre si tbm. Ele incitava brigas entre eu e meus amigos. Nessas horas eu revidava mais e lutava, mas a humilhação toda, as risadas e a minha própria fraqueza física me faziam desistir quase sempre. Era difícil eu revidar. Quase nunca resistia. Quando isso foi escalando, eu não tava mais nem aí pra nada, só ia pra escola esperando a hora de voltar pra casa. Eu comecei a ter problema de visão, mas já tinha tacado o foda-se há muito tempo. Meus cadernos mal tinham anotação, as anotações todas quebradas. Eu ainda conseguia enxergar bem se fechasse o olho e apertasse, mas durava tipo uns cinco segundos e embaçava de novo. E como eu sempre sentava pelo fundo nessa época, pra mim não fazia diferença. Só fui começar a usar óculos depois de reprovar de ano, não lembro se da segunda ou da terceira vez, nem estudava mais com ele nessa época. Teve outro cara que substitui o lugar dele pra me fazer de saco de pancada, mas sem o nazismo. Esse era bem alto e forte, e me extorquia dinheiro do lanche. Mas mesmo assim ele me batia. Era igualzinho o Caruzo e o Cris, mas obviamente ainda nem passava nessa época. E nunca falava nada pros meus pais. Pensei em me matar diversas vezes. Nunca tentei nada. Uma vez quando tava só na cozinha, cheguei a abrir o gás pra tentar alguma coisa com explosão, mas tbm não tive coragem de tentar nada, só esperei o gás espalhar, a cozinha de casa é bem arejada. Comecei a reprovar no 1º ano do ensino médio. Acho que nem chama mais assim. 1º ano uma vez, outra no 2º ano. E no 3º ano eu reprovei no vestibular. Depois deu certo em uma particular de direito. Eu era bem franzino tbm. E me masturbava pra caramba. Descobri que eu tinha tanto problema intestinal - era crônico - por conta da doença celíaca, e depois que eliminei o glúten da alimentação eu engordei naturalmente. Comecei a fazer musculação e hj já mando uns chape bruto quando dou uma focada na academia. O detalhe que o nazista da história era bem magrelo, só que ele era alto, jiujitero e mal. Mal msm. Sem juízo de valor. Essa era a definição dele. Ele era do tipo que maltratava animais. Eu lembro de um episódio que é confuso na minha memória, envolvia um gatinho filhote, e pedaços de construção gigantes sendo jogadas nele. Não lembro ao certo se era um vídeo ou a gente realmente tava nessa cena. Talvez minha mente tenha criado alguma espécie de bloqueio sobre essa memória. Tudo que eu tenho certeza é que não era um sonho. E ele era quem comandava toda a ação. Ou era ele mostrando o vídeo pra galera. O gato pequenino, indefeso, sendo esmagado vivo, torturado até a morte. E ele sorria daquilo. Ele tbm era racista pra caralho. A gente tinha um amigo de pele preta que todo mundo chamava de “nêgo”. Ele mesmo se chamava de “nêgo” e zuava a própria condição. Todo um racismo estrutural. Tinha pessoas de ascendência asiática na escola tbm. Mas a gente sempre sorria COM o “nêgo” e não DO “nêgo”, até msm nas horas de reprodução de racismo estrutural, saca? Ninguém tinha nojo do cara, a gente jogava bola juntos, suava e trocava suor juntos, como em qualquer jogo de futebol, saca? A gente se juntava msm com o “nêgo”. Ele era todo sério com o “nêgo”. Não olhava na cara dele. Não brigava com ele. Não jogava bola com ele. O “nêgo” era bom de bola pra caralho, dava gosto de ver. Habilidade pura. Não sei que espécie de criação o cara racista teve, mas eu tenho certeza que ele tinha muitos problemas familiares. Eu tbm tinha e ainda tenho questões mal resolvidas na família. Principalmente com meu pai. Mas tudo que eu posso afirmar com certeza por ter convivido muitos anos da fase de formação do meu caráter e do dele é que isso não é nem de longe definido por algo na cabeça do cara. Que ele já nasce com aquilo. Por mais que qualquer psicólogo fodão das galáxias venha me falar que existe um componente genético, sem desrespeitar todo o conhecimento do psicólogo eu digo que o social é muito mais brutal nessa somatização. Os vídeos do normose tão aí pra todo mundo ver como essas coisas podem escalar a níveis bestiais, partindo da sociedade pro indivíduo. Ele contava piada racista que só ele ria. E quando alguma outra pessoa contava piada racista, ele era o que mais ria. Menos quando o nêgo tava. Ele nunca tava perto nessas horas. Segue 👇🏻
O engraçado dessa parte é que o “nêgo” era mó de boas, ele reproduzia a dinâmica da violência de vez em quando pq era normalizado ali naquele ambiente né. Acho que se o maluco nazista lá fosse brigar com o “nêgo”, capaz até de ganhar a luta. O “nêgo” era meio gordinho, tava se fudendo pra aparecer por meio de violência não, comia um cachorro quente da porra, e o racista, como já dito, era jiujitero. 🤣 Mesmo assim, ele não batia de frente com o “nêgo”. O maluco era muito nazista, parece que ele tinha um medo do “nêgo”, como se ele fosse um bicho selvagem. Era mais que medo, era aversão. Não queria dividir o mesmo espaço. Pelo que eu ouvi falar um tempo depois, o pai dele era um cara bem autoritário, trabalhava até com o meu pai na empresa de energia daqui do Piauí. E quando vi o maluco tempos depois, numa balada - balada msm, pq eu gostava de rock, mas tbm queria pegar mulher né, e nas festas de rock só rola basicamente macho suado kkk - ele tinha uma cara congelada, não conseguia olhar pra mim. Pq eu nem era mais aquele garoto franzino e pequeno. Bom, talvez pequeno ainda fosse né, minha genética é de baixa estatura msm, 1,66m🤣. E Ele teve que recorrer a tomar bomba, nem ficou esses fortes. E todo mundo sabia que não era natural. Eu passei boa parte da festa encarando ele, pra ver se ele me fitava. Com certeza ele me percebeu. Parecia não ter muitos amigos. Deslocadaço no ambiente. Mas eu não tinha fúria, nem vontade de me vingar. Nem nada do tipo. Só queria ver se ele teria coragem de olhar na minha cara, me falar algo. Não teve. Fui procurar o maluco no face, mandei solicitação e ele aceitou. O perfil dele não tinha absolutamente nada de política, mas já era nessa época mais facistizada do Brasil. O Bolsonaro já tava com projeção pra caralho. Ainda assim o perfil dele era claramente de cidadão de bem, em todas as fotos um ar de redenção pela religião, por Jesus, e frases de arrependimento do passado, nova vida, família e bla bla bla. Eu lembro que ele já entrou fodido na escola, era reprovado transferido de outra escola. O que me fez resistir a tudo isso foi a música, em especial o heavy metal. Eu ouvia isso e a mágica fluía. Toda a minha tristeza era canalizada pra aquilo. E eu me acalmava. E eu não pensava mais sobre me matar. Me sentia pertencente à algo. Comprava discos e revistas com outros colegas excluídos. Geralmente não eram da mesma sala que eu. Passei a comprar camisas de bandas tbm depois de um tempo. Enfim, apesar de ter esse passado, eu sequer tive coragem de contar isso num psicólogo. Já cheguei a ter depressão um bom tempo depois disso. A causa imediata da depressão nem foi isso, mas com certeza esse passado mais remoto somatizou, não adianta, psicológico da gente soma tudo quando quebra. Não cheguei a tocar no assunto na terapia, pq é uma vergonha muito grande. Segue 👇🏻
Com meus pais nunca sentei pra falar isso tbm. Já pincelei falar uma coisa ou outra pq em algumas das brigas com os amigos do tempo de escola o assunto vinha a tona, mas eles não sabem da gravidade do passado. Eu já tô de boas com isso, porém ainda sinto uma necessidade de desabafo. Faz bem soltar. E aqui na internet, ao contrário do que a grande maioria pensa sobre exposição pessoal, eu penso justamente o contrário. Em meio a pessoas totalmente desconhecidas, mas que eu sinto pertencer ao mesmo grupo delas, acho totalmente confortável e de certa forma acolhedor me expor. Tbm tenho vergonha das pessoas do tempo de escola, msm os meus melhores amigos à época. Não citei o nome de nenhum deles pra não expô-los. O que terminou sendo bem fácil, pois o “nêgo” já era conhecido assim, e o nazista eu mudava o termo aqui e ali kkkkkk. Tbm não guardo mágoa de ninguém, só não seria amigo do nazista em hipótese alguma, mas não guardo mágoa, até pq estive no mesmo ambiente que ele e pra mim foi de boas. Por um tempo, tive reflexões de nutrir alguma raiva dos meus amigos mais próximos da época. Pq eu pensava: “como vc teve coragem mano? Como vc teve coragem de concordar e fazer isso comigo? Me bater, me humilhar?” Mas pra mim já é questão superada. Inclusive se tiver algum chegado meu daquela época, que segue esse canal aqui, pode colar aí mano! Eu precisava dessa coragem de usar um canal de comunicação diferente pra desabafar, e vejo que a mídia digital foi o lugar perfeito pra fazer isso. Se não tiver ninguém aqui ainda, quando o canal crescer, e vai crescer, vai chegar até algum broder. Juntos nós somos mais fortes! Venceremos!
Cara que análise que vc fez! Eu como fã de metal a um um bom tempo venho muito desanimada com o gênero e até com vergonha pelo comportamento e posicionamento político de alguns metaleiros. Mas esse seu vídeo deu um fagulha de ânimo! Cai aqui de paraquedas e já me inscrevi haha ❤😊
Só mais uma coisa camarada, gostei quando tu citou o Slayer e "Angel of death ", o intenção da letra é a exposição das atrocidades, não uma ode, como muitos argumentam de maneira pueril. O próprio Lemmy costuma ser questionado por muitos por ter colecionado objetos da segunda guerra, principalmente por aparecer em muitas fotos e vídeos com materiais e equipamentos da Wermach e Waffen ss, mas o batera brasileiro João Barone (Paralamas ) também coleciona e nunca o vi sob ataque ou julgamento, até porque isso não faria sentido pois o cara é tranquilo. Boa noite Camarada e gostei demais do vídeo e só pra constar, toco batera, sou afro e tenho um hobby, gosto de montar kits de aviação, inclusive da Luftwaffe, aquela mesma da segunda guerra mundial, valeu! ! ! ! ! !
Boooa, valeu pelo complemento meu caro! Pois é, é um hobby esquisito, no mínimo... Mas difícil julgar, especialmente porque não é exclusivo desse ou daquele cara. Rola um fetiche meio coletivo com esses símbolos... Tamo junto, camarada!
@@radioguerrilhaoficial é que coleciono réplicas de plastimodelismo, pode ser da escala 1/72 ou 1/48 de caças da segunda guerra mundial, muitos são americanos, ingleses, soviéticos e franceses. Tanto esses são réplicas de ases específicos ou de seus esquadrões e as marcas de nacionalidade já vem prontas. Não curto suásticas mas quando tu monta e pinta uma reprodução em plástico de um avião histórico, se não rolar as marcas de nacionalidade ou unidade correspondentes, o trabalho se reduz a condição de brinquedo e depende da escala, as vezes levo meses fazendo essa reprodução. Gosto mesmo é de música mas herdei de meu saudoso e querido Pai, um homem comunista, o gosto por aviação e história militar. Só fez esse novo comentário para não causar desconforto e por respeito a todos os inscritos do canal e a tua pessoa, grande canal, admiro muito o comunismo na sua essência mas não ouso me declarar como tal uma vez que desconheço a literatura mas estou sempre ávido por informações e obviamente, posso buscar a teoria e o engajamento necessário. Mais uma vez obrigado, não estudei muito mas gosto de ler, sou fanático por documentários e vejo o capitalismo, o extremismo de direito e o neo -liberalismo como verdadeiras abstrações que são aceitas por absoluta falta de informação por muitas pessoas. Valeu por me abrir os olhos e me direcionar para algo maior e mais concreto aqui no nosso racista sul do país, valeu camarada e desculpe ficar te alugando em pleno carnaval, na zdorovie! ! ! ! ! !
Muito bom você falar de Birmingham, o "ABC" britânico, digamos assim. Sim, belo resumo, uma cidade na época pobre, feia e suja, rsrsrsrs. Os 4 integrantes do Sabbath eram fodidos e todos eles cresceram juntos, estudaram juntos, eram amigos de infância e pelo menos no caso do Iommi ele trampava mesmo como metalúrgico. E só pra adicionar, o Judas Priest também era de Birmingham. Além do Judas e do Motorhead haviam outras bandas "pioneiras" que faziam esse som "pesado" que não dava pra definir se era Heavy Metal ou Hard Rock em meados dos anos '70, eu adicionaria aqui também o UFO (a partir do 3° álbum, o "Phenomenon" de 1974), o Budgie, principalmente a partir do 3° álbum da banda de 1973 (mas o primeiro álbum deles de 1971 é produzido pelo mesmo produtor dos dois primeiros álbuns do Sabbath), o Thin Lizzy (que surge na Irlanda ainda em 1969) e nos Estados Unidos logo depois começou a aparecer algo pioneiro no sentido, tipo o Riot (em Nova Iorque, 1975) e o Scorpions na Alemanha Ocidental partir de 1972. Se eu for citar o "pioneirismo" das bandas de blues rock psicodélico anglo-estadunidenses da virada dos '60 ao '70 aí já seria um comentário muito mais longo, isso daí já daria uma longa conversa de bar, rsrsrs.
Guerrilha, meu gostoso, bem q você poderia criar uma playlist com os vídeos sobre metal no geral, me interessei mt por esses assuntos, e acho q seria uma boa...
Cara, o Judas também é de Birmingham, só que de uma região mais ao oeste. A comunidade do rock deveria dar mais amor pra Birmingham, não apenas pra Liverpool ou Londres!
Como faço pra assinar embaixo? Cara, já tetei trocar essa ideia aí com tanta gente, mas normalmente o pessoal do metal costuma ser bem irritadinho com o que precisa ser dito, enquanto quem não se interessa pelo genero costuma bocejar com gosto. Muito legal, foi vomo conversar com o espelho hahaha Grande abraço!
Ótima análise, mano. Cara, pior que é mto isso mesmo. C pega até Slayer... rola mta denúncia contra Religião e Estado criminoso, crimes de guerra... nossa, várias bandas tinham esse rolê. E os caras vieram nessa vibe até o album mais recente. A impressão que dá é que os caras foram envelhecendo e começaram a fazer letras mais intimistas, coisas pessoais, sei lá... coisas Menos de confronto, comercialmente falando. E nisso, vale o que eu falei no comentário anterior... poesias sombrias, textos bem pesados, darkzão mermo de botar as nóia da mente pra fora.
Faz tempo que metaleiro é reaça. Vi vários que torceram o nariz para o new metal, aquela mistura de rock com rap. O ultimo momento de mainstream do rock, por sinal.
Conteúdo foda e com base histórica, excelente trampo Acho que vale a pena no futuro você falar sobre a cena de Black metal norueguês dos anos 90, um pais supostamente de primeiro mundo que em teoria o capitalismo "deu certo" e que mesmo assim criou o subgênero mais extremo e polemico do metal na minha visão
oloco meu camarada, como um bom apreciador de metal e também amante do bate cabeça, nos bate cabeças atuais dos mais brutais que existem, a noção de coletividade da galera ta muito boa, se por acaso vc cair todos que estão perto imediatamente param e focam em você, te levantam, perguntam como que ta e tal, hoje em dia a coletividade nesses eventos fala muito alto.
Sobre essa parte que vc falou do choque, me lembrou de uma conversa que eu tive com alguns amigos também fãs de Black Metal, que o Black metal surgiu justamente de um "choque pelo choque" que na primeira onda do BM o choque era o satanismo por si só, mesmo que os músicos não sejam satanistas ( pelo o que eu me lembre, mas posso estar errada é que só o King Diamond era realmente satânico), já na segunda onda, como ela aparece na Noruega e em uns pontos da Alemanha, países onde o cristianismo não é tão forte, só o satanismo já não era tão chocante, aí foi para um caminho completamente extremo, com N4z1, assassinatos, etc. Já hoje em dia (pelo menos na minha bolha), talvez pelo subgênero ter se firmado, esse choque meio que voltou ao início onde era mais sobre a estética
Eu lembro que teve a queima nas igrejas da Noruega no comecinho dos anos 90. Mas de fato, a coisa se extremou de um jeito bizarro, da mesma forma. Obrigado pelo comentário e pelo relato, camarada!
Tem um documentário muito interessante do Black metal escandinavo do início dos anos 90, a galera de fato não tinha essa pegada satânica, o lance deles era uma pegada pagã, que de certa forma repudia o cristianismo por esse aspecto de colonização, para os caras estavam apagando o que os escandinavos foram, só que junto a isso vem o chauvinismo de ser uma raça superior
Excelente análise. Já fui "headbanger", mas continuo a curtir metal. No meu círculo de amizade, a maioria da turma do metal é tudo de esquerda. Inclusive da esquerda radical, com gente afiliada a partidos.
Eu já fui da cena do punk por um tempo(SP), quando entrei já era radicalizado, oque mais tem a reaça e ''anarquista'' que não entende a própria ideologia(por conta de ser punk também era anarquista, porem lia bastante)
Slayer é uma banda complicada. Tenho muitos pés atrás. Nos anos 80 eles recheavam as apresentações com suásticas. É difícil saber se era só pela iconoclastia mesmo.
Pode ser fascismo, pode ser ingenuidade com vontade de chocar. Muita gente fazia isso nos 80 e 90 pra ser "ousadão". Holocausto colocou foto de suástica em álbum nos anos 90 e se declarou bem anti fascita/bolsonarista nesses últimos anos. Com Slayer eu realmente não sei qual é a deles.
Mas o Slayer foi muito importante pra mim. Quando terminei o colegial, desempregado, andava o dia inteiro em agências de emprego. Chegava em casa metia o south of heaven no som, e parecia que todo o ódio era canalizado. Até hoje me lembro do mosters de 98, onde aquele show do Slayer, foi de uma energia, wue eu nunca tinha visto antes e nem vi depois.
Fui reacionário na minha adolescência, e a música nem influenciou muito, foi a cultural channer e quando começou o movimento PUA(que virou hoje os redpill e incell). O que me trouxe pro radicalismo foi a exploração no trabalho mesmo, mas a música não influenciou, mas mudou o que eu consumia, antes era mais rock americano(e suas variáveis) e hoje é mais rap
po tu meteu um esclarecimento em mim muito foda; costumava mt julgar essa cena do heavymetal exatamente por causa dessas questões, aka xenofobia, homofobia, etc. assim como todo movimento, a ideia é cooptada, transformada em mercadoria e a mensagem se perde. mas geralmente tenho mt preguiça de metaleiro mano rsrsrs
