Como disse acima, isso aplica-se também à sua opinião. O facto de não gostar da opinião de outras pessoas não lhe dá o direito de essa opinião ser expressada quando nada indica que seja desrespeitosa. Mais uma vez, o RAP está a desrespeitar Deus tanto como está a desrespeitar Napoleão, ou seja, nada. Se acha que Deus deve ter um estatuto especial, mesmo nos meios não religiosos como uma rádio, então que vá fazer queixa a alguma autoridade.
Explique-me lá onde é que esta piada insulta Deus? Mais importante, qual é a relação entre uma brincadeira que envolve o nome de Deus e um insulto a um familiar? É que aposto que se o RAP só tivesse usado o nome de Napoleão não teria achado que esta figura teria sido insultada. Como não há qualquer diferença de tratamento entre a figura de Deus e a de Napoleão, o que está a dizer não faz sentido.
Mesmo que não fosse, vivemos numa democracia e, desde que não haja nenhuma acção desrespeituosa, o RAP tem o direito de criticar quem bem entender. O seu comentário é tão mau como a reacção fundamentalista dos muçulmanos, quando aquele dinamarquês desenhou os cartoons sobre Maomé. Se não gosta da crítica, então não a ouça, mas não pode impôr a sua visão sobre as outras pessoas.
Mas diga-me onde é que ele goza com o nome de Deus. Que eu saiba, ele só usa o nome, mas o objecto do gozo é o ridículo da situação, em que o sem-abrigo está a fazer-se passar por Deus. Isso não diminui em nada o valor de Deus. Está a atacar a piada simplesmente porque foi educada a não aceitar envolver figuras religiosas em piadas, em vez de ser crítica e perceber quando isso é prejudicial para as suas crenças e quando não é.
Assuntos sérios? Oh, Sara, deixe-se de superstições bacocas. Se ele tivesse insultado alguém, ainda compreenderia. Agora, só porque brinca com uma figura mitológica de uma religião, não merece esse tipo de comentários. Demonstra bem a mentalidade de pessoas religiosas. Não gostam de brincar com nada que represente a religião, pois isso é o equivalente a pôr em causa, o que é perigoso para os dogmas.