A semana na política foi marcada pelo novo confronto entre Elon Musk, dono da rede social X, e o ministro Alexandre Moraes, do STF. @STF_oficial @ElonMusk-FanZone @LulaOficial na quarta-feira dia 28 fez uma intimação judicial por uma postagem no próprio X para que Musk constituisse advogados no Brasil dentro de 24 horas, sob pena de tirar a rede social do ar. No dia seguinte, Moraes bloqueou bens da rede de satélites Starlink, também de Musk, para garantir o pagamento de multas que impõe ao magnata sul-africano. Musk chamou Moraes de ditador e ignorou as determinações do STF. No fim da tarde de sexta-feira, dia 30 de agosto, Moraes determinou a suspensão do X por tempo indeterminado. Essa decisão deve mobilizar a militância da direita em todo o País. É possível que essa direita mobilizada aumente as chances dos bolsonaristas que disputam as prefeituras em todo o País. No ambiente das redes, a decisão do Supremo fortalece a consolidação de um monopólio. Cada vez mais o meio digital irá depender dos diversos aplicativos da Meta, do empresário Mark Zuckerberg, cujos algoritmos favoreceram a formação de bolhas ideológicas e intensificaram a intolerância política, cultural, social e racial no mundo inteiro. Mas, ao contrário de Musk, Zuckerberg não cria confusão com governos e tem colaborado com asutoridades judiciais no Brasil e no exterior. Musk comprou o antigo Twitter em 2022 e fez profundas modificações na rede, muito usada no Brasil no meio político e jornalístico. A mais importante foi transformar o X em um palco para si mesmo. Com seus quase 200 milhões de usuários no mundo todo, Musk se converteu em um ativista global de extrema-direita, fomentando agitação em diversos países. Na Inglaterra conclamou a população a uma guerra civil. Na França criticou duramente as autoridades pela prisão de Pavel Durov, dono do aplicativo Telegram. Nos Estados Unidos chama todo dia de comunista a vice-presidente Kamala Harris, candidata a presidência. Ao atacar Musk, Moraes faz um jogo arriscado, sobretudo pelo momento político delicado que atravessa. O ministro é alvo de uma ofensiva do bolsonarismo pelo seu impeachment, que ganhou tração depois de reportagens do jornal Folha de São Paulo questionando a conduta de Moraes no TSE. O bolsonarismo tenta mobilizar as ruas contra Moraes, porque a luta pelo impeachment do ministro embute a luta pela anistia a Bolsonaro, inelegível com duas condenações na Justiça. No momento em que partiu para cima de Musk , Moraes uniu as duas pontas da radicalização.
6 окт 2024