Sim, mas não do jeito que você está pensando (principalmente se está começando agora). Nós podemos e devemos mudar a velocidade da música dependendo de uma porção de coisas, inclusive a nossa própria vontade. Mas isso deve obedecer uma lógica, deve obedecer regras claras.
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Temos basicamente dois tipos de variação de velocidade:
A) As diferentes velocidades com que eu posso tocar a música inteira.
B) A mudança de velocidade que só acontece em um pedaço da música.
Vamos falar primeiro do tipo A, ou seja, "Como eu escolho a velocidade com que eu vou tocar essa música?".
Você não vai escolher conforme a sua cachola, não. Você vai procurar saber o que a pessoa que compôs aquela música quis. E como é que você vai saber isso quando a maioria dos compositores já está no sétimo céu (esperamos, pelo menos)? Veja bem, a velocidade da música que os compositores dizem nas suas partituras é quase sempre uma coisa aproximada. Por que isso? Porque eles escrevem na partitura apenas palavras meio genéricas como meramente "rápido" ou "calmo" ou "lento" ou "rapidíssimo", tudo isso em italiano (allegro, adagio, andante, moderato).
Então para saber a velocidade que você tem que tocar é preciso saber um pouco de prática e um pouco de teoria. Prática porque hoje se encontra gravação de praticamente tudo, então a gente já tem uma gama grande de exemplos para ouvir. E "teoria" porque se escreveu muito sobre os estilos e as épocas. Então a gente precisa estar por dentro disso aí também. Aí então você vai perceber que, mesmo as indicações sendo bastante genéricas, elas dão uma boa noção da velocidade.
Existem também as partituras que vêm com um número de metrônomo, aí a gente tem uma marcação realmente precisa sobre a velocidade. Inclusive é muito importante seguir essa indicação, porque caso contrário o compositor não teria se dado o trabalho de escrever isso ali. Existe uma certa polêmica em relação a essas indicações de metrônomos, mas em tese é algo simples e direto.
É importante dizer que, apesar de muitas músicas apresentarem uma indicação de metrônomo, muitos músicos profissionais optam por não seguir essa indicação. Muitos acham que aquilo não é pra levar tão a sério assim. A verdade é que muitas vezes eles acham que o metrônomo que está marcado ali não combina com a opinião que eles formaram da peça (é uma coisa meio estranha e teimosa, eu sei, mas acontece muito). O fato é que muitos acham que o número do metrônomo ali é uma mera sugestão que não vale a pena seguir.
Mas deixando então o caso do metrônomo de lado, quando ele não está presente na partitura a escolha da velocidade é feita por conhecimento histórico de livros e interpretações e finalmente o seu gosto. Aí então você pode até chegar à conclusão de qual é a velocidade ideal.
Muito bem, chegou lá a uma conclusão, essa é a velocidade ideal. Mas você já está pronto para ela? Vai conseguir tocar mesmo os pedaços mais difíceis nessa velocidade? Então aqui entra outro fator importante, em qual velocidade você pode tocar e agora eu vou falar especialmente para os iniciantes: não adianta nada você começar a peça numa velocidade frenética e depois, quando chega em um momento mais desafiador, você ser obrigado a reduzir a marcha e tocar aquilo cambaleando.
Então, no final das contas, a velocidade a ser escolhida no seu caso, pode não ser a velocidade que te parece ideal de acordo com a sua vontade - que está baseada nas referências que ouviu e no que estudou - mas deve ser uma média entre o que é ideal e o que você pode fazer.
Agora vamos ao tipo B: A mudança de velocidade que só acontece em um pedaço da música.
Frequentemente um compositor pode indicar que determinado trecho dentro daquela peça deve ser tocado em outra velocidade, isso é indicado com palavras como eu disse antes (allegro, andante, moderato, lento, prestissimo).
Então é o mesmíssimo processo que eu expliquei antes. Tem numeração de metrônomo ou apenas uma palavra? Se tem, então basta seguir, se for possível. Não tem, então vamos ver o que essa palavra costuma significar na história da música, como os grandes pianistas fizeram, como eu posso fazer, e aí finalmente chegar a uma decisão.
Outro tipo de alteração de velocidade é quando o compositor pede dentro da peça para a gente ir ficando mais lento ou ir acelerando. Mas tudo o que se deve fazer nestes casos é acelerar ou desacelerar de maneira proporcional em relação à velocidade final em que se quer chegar. Veja então que existe espaço para decidir, mas não é algo livre 100% de maneira nenhuma.
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23 июн 2024