Nem sempre o que tá na norma é claro, daí faço isso para "desembolar" 💡🤯 

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Nem sempre o que tá na norma é claro, daí faço isso para "desembolar" 💡🤯
Turma vamos lá!
Antes de sair executando qualquer obra, precisamos primeiro fazer um projeto elétrico desta instalação, se for algo muito pequeno, pelo menos um croqui elétrico é bom ter.
E a primeira vez foi alguns anos atrás, já nessa pegada estava eu fazendo o projeto elétrico de uma residência, quando me deparei com isso: entre 2 arandelas existia um vão. Este vão era a saída da cozinha para o quintal da casa.
“Mas o que que isso tem a ver André?” Tem o seguinte meu querido.
O item 6.2.11.1.7 da norma cita que: “Em cada trecho de tubulação delimitado, de um lado e de outro, por caixa ou extremidade de linha, qualquer que seja essa combinação (caixa-caixa, caixa-extremidade ou extremidade-extremidade), podem ser instaladas no máximo três curvas de 90° ou seu equivalente até no máximo 270°”.
Resumindo meu querido, não podemos ter mais de 3 curvas entre caixas.
Sabia dessa informação projetista?
Sendo assim, se repararmos novamente no desenho, teríamos 4 curvas.
E o que eu fiz para adequar a norma à minha necessidade?
Instalei uma outra arandela sobre o basculante do banheiro recuada naquele vão.
Assim, entre as duas arandelas agora teríamos apenas 2 curvas.
“Mas André, e se não fosse possível instalar outra arandela no local, como você iria fazer?”
Neste caso, meu querido, eu teria que aumentar o diâmetro do eletroduto, de ¾ para 1 polegada, conforme uma nota que diz “Quando não for possível evitar a passagem da linha por locais que impeçam, por algum motivo, a colocação de caixa intermediária, o comprimento do trecho contínuo pode ser aumentado, desde que seja utilizado um eletroduto de tamanho nominal imediatamente superior ..”
Nesse caso é preciso avaliar o que considera melhor, eu precisava de um ponto de iluminação neste corredor externo, então uni o útil ao agradável. O bom é que isso foi na fase de projeto, como “papel aceita tudo” deu pra corrigir e evitar problemas.
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Só que não paramos por aqui, teve também uma outra situação em que eu consegui adequar a norma à minha necessidade, só que aí já foi na obra, fui chamado pra continuar um serviço que o eletricista anterior abandonou, e aí você já sabe dos BOs que aparece né.
Nesse caso, o cliente já havia comprado o cabo de alimentação entre o padrão de entrada e o QDC. Esta alimentação seria feita enterrada, só que o cabo que o cliente havia comprado era de 750V, ao invés do cabo com isolação 0,6/1kV, próprio para rede subterrânea. E não tinha como trocar o cabo devido já ter sido cortado lá na loja.
E o que eu fiz para adequar a norma a esta instalação?
Como a distância entre o quadro de medição e o QDC era em torno de 35m, seria necessário fazer a instalação de uma caixa de piso. Só que, ao invés de usar uma caixa subterrânea, instalei uma caixa de passagem a 30 cm do chão em uma parede na varanda e desta caixa na parede, levei a infraestrutura até o QDC.
Existe uma nota no item 6.2.11.6.1 da NBR 5410 que cita o seguinte: “Admite-se o uso de condutores isolados em eletroduto enterrado se, no trecho enterrado, não houver nenhuma caixa de passagem e/ou derivação enterrada e for garantida a estanqueidade do eletroduto”
E como as caixas estão distantes do solo, a estanqueidade está garantida, não sendo necessário usar o cabo de 0,6/1kv.
Lembrando turma, a NBR-5410 é uma norma técnica elaborada para ser aplicada de forma geral a diversas situações. Portanto, para personalizar sua implementação para atender às suas necessidades é importante saber destes pequenos detalhes, principalmente quando você vai fazer um projeto elétrico, por esse motivo que eu diariamente venho aqui passar algumas manhas que fui pegando ao longo da minha carreira pra vocês!
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