Que linda a maneira desse senhor Antonio Candido nos relatar a Cultura Caipira, obrigada
11 лет назад
Quem quiser saber mais deve ler o livro resultante de sua pesquisa de doutorado intitulado "Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre a crise nos meios de subsistência do caipira paulista", defendida em 1954, publicada em 1964. Antônio Cândido fez um maravilhoso e empolgante estudo sobre o universo caipira, que parte de um estudo de caso no município de Bofete e interpreta o universo caipira.
Sou de origem caipira do interior de MG, mas de caipira não tenho nada porque nem minha infância lá vivi. Mas mantive ligações com aquele mundo pelos causos que meu pai contava e pelos parentes que ainda eram caipiras. Me pareceu um tipo humano peculiar. Tive a sorte de conviver com um velho portugues que era agricultor em Portugal e pra cá veio nos seus 20 anos. Dos vários causos que o portugues me contou, percebi muitas semelhanças com o mundo caipira que eu conhecia. São mundos tão iguais que arrisco dizer que a diferença do caipira portugues pro caipira "paulista" é a neve. Tudo que tem neve tem algo que faz as culturas divergirem, mas no restante é uma cópia clara. Como coincidências são raras nos grupos humanos, o caipira é na verdade um modelo que se adaptou a realidade da aristocracia portuguesa que tinha na religião a grande controladora do pensamento. Do caipira mineiro, do meu grupo familiar a expressão que mais me custou tempo pra entender foi a palavra mascunha. Depois de 40 anos, por acaso, entendi que mascunha era o mnemonico para Hospital Marcio Cunha, que fica em Ipatinga/MG. Como no mundo caipira os adultos são severos com as crianças e não é comum elas perguntarem aos mais velhos o que não entendem, tenta-se entender o significado das palavras e das coisas empiricamente.
Era o nosso melhor... Faz imensa falta esse grande Antonio Candido. Seu livro: "Parceiros do Rio Bonito" - que a base dessa fala luminosa - foi publicado em 1964.
Muito bom; As clases média e alta esnobam a cultura caipira, sertanista, a tudo que invoque a mistura de "raças", sem saber o quanto tudo isso faz parte da formação do povo brasileiro e de sua cultura.
A característica racial da região Vale do Paraíba é de mulher ser marmita, quer dizer, se ninguém comer o porco, não dá casamento. Aqui em Guaratinguetá o nome de "Antonio" é mito, na verdade não se conhece pelo nome de pia. Ele ainda diz que há muita herança indigena ruim, o R animado não ocupa o lugar dele. Na escola Arco-Íris, não se aprendia sobre escravidão, mas a Congada, por causa das aulas fracas. Pode ser que o vovô não fora um homem negro da cidade, mas um "espiga" daqui não é diferente de homem mineiro.
MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS A ESSE MESTRE DE NOSSA SOCIEDADE BRASILEIRA POR RETRATAR UM POUCO DO QUE É A MAGNIFICA CULTURA CAIPIRA, SOU MINEIRO E É CLARO SOU CAIPIRA COM MUITO ORGULHO.