Precisamos falar de Marco Reus. Esse cara está no Borussia Dortmund há mais de 19 anos. Desde criança, quando jogava futebol com maçãs e tangerinas que sua mãe comprava na feira, ele já sonhava em ser um jogador aurinegro. Chegou a atuar durante 10 anos nas categorias de base do clube, mas foi dispensado por ser considerado magro demais. Para muitos seria um passo atrás, mas para ele foi um combustível. Um gás. Ironicamente, o garoto magrelo nunca teve tanta fome: a fome de jogo. Curiosamente, nunca se alimentou tão bem: comendo a bola. Então, subindo degrau por degrau, vindo da 3ª divisão da Alemanha, fez o seu time do coração corrigir o erro que cometeu e recontratá-lo em 2012. De lá para cá, foram 317 jogos, 141 gols e 99 assistências. Ele recusou Bayern de Munique, Barcelona, Manchester City, foi cortado da Copa do Mundo de 2014 quando era o melhor jogador alemão em atividade, passou por diversas lesões, perdeu títulos, oportunidades mas nunca perdeu o amor pela sua equipe. No tempo em que atletas se dizem torcedores mas na primeira adversidade deixam a instituição em segundo lugar e o dinheiro em primeiro, Marco Reus agiu diferente. Poderia se colocar como mais uma vítima que teve sua carreira manchada por lesão, mas não. A cada tropeço, quando todos achavam que ele sucumbiria, como a fênix vindo das cinzas, ele ressurgia. Mario Götze, Lewandowski, Aubameyang, Sancho, Dembélé e Gündogan saíram, Reus ficou, mas ele não ficou no Borussia, ficou na história do Borussia. E, quando se aposentar, talvez não tenha todos os títulos que gostaria, mas terá o respeito e a idolatria. Estando eternizado no coração de uma torcida que coloca 80 mil pessoas no estádio toda temporada, e isso, meu amigo, nenhum dinheiro no mundo compra ou paga.
