Análise de livros - biblioteca CARECAS DE SABER A gente te prepara para encarar o ENEM. SEM CADASTRO. SEM PAGAMENTO. SEM MIMIMI! www.carecasdesaber.com.br / carecasdesaber / canalcarecasdesaber twitter: @carecas_desaber
Quero agradecer a vc professora Cristiane, assisti suas aulas sobre o Quincas Borba e os Sertoes que foram os temas da prova da Universidade do Estado do Amazonas 2017. E gracas a Deus consegui minha aprovacao pra licenciatura em Letras.
Genial!!!! Não sei se mais ingênua sou eu, que só percebi as reais intenções do casal no final, ou se é o pobre do Rubião. Novamente, também não sei se o coitado foi vítima da própria inocência o de Sofia e Palha. Passam os anos e as críticas de Machado continuam tão atuais. Aula maravilhosa, como sempre!
Questão 128 - ENEM 2010 - AZUL Capítulo III Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que esta aqui na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja - primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços. ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento). Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside: A) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. B) no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. C) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião. D) na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho. E) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia. A resposta do gabarito é A. Mas, porque a resposta não pode ser a letra E? O sentimento de xenofobia é uma discussão universal e ainda vigente, eis o motivo da minha confusão. O que se quis diver com o termo "universalização" na pergunta? Obrigado!
Rapaz... acho que nessa época não existia o conceito de xenofobia. As pessoas tinham escravos. Era algo normal. Não vejo machado criticar muito a questão da escravidão e xenofobia em sí nesse e em outros livros (posso estar errado). E também Rubião não parece ter resistência ao escravo hispânico. Ele não dá a mínima para o escravo, na real. É simplesmente alguém que ele dá ordens e pronto. Quanto ao "universal" na pergunta tem explicado no vídeo.
Machado de Assis está na Alma do Brasileiro, ou melhor, a Alma do Brasileiro está na Obra de M. Assis. O romance é excelente e deveria ser lido por todo mundo.
Sim, além de deixar seu dinheiro totalmente com o Palha, Rubião emprestava dinheiro para qualquer um que pedisse emprestado e depois não cobrava nada de volta. Um ingênuo.