A viagem do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia aos arquipélagos
da Madeira e dos Açores, nos inícios do Verão de 1901, decorreu com
pompa e circunstância, movimentando as populações insulares que acorreram, em massa, a saudar tão ilustre, quanto inédita visita.
Em Dezembro de 1900 haviam sido notificadas as autoridades insulares sobre a intenção dos monarcas em visitar as ilhas, iniciando-se,
desde logo, os preparativos conforme solicitação do então Presidente do
Conselho. Entre os meios progressistas insulares, a viagem preparada
pelos regeneradores foi vista com certo incomodo, procurando mesmo
alguns membros do partido da oposição sonegar algum do brilhantismo da
iniciativa, em proveito próprio.
Susana Serpa Silva
No final de Junho e início de Julho de 1901, os reis de Portugal, D. Carlos I e D. Amélia de Orleães, visitaram os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Visitando primeiro a Madeira, onde aportaram a 22 de Junho, no Funchal, seguiram para os Açores apenas dois dias depois, partindo a 24 de Junho.
Nos Açores, a visita régia começou pela ilha de Santa Maria, a 27 de Junho; seguindo-se Faial e Pico, de 28 de Junho a 1 de Julho; depois a ilha Graciosa, a 2 de Julho; a Ilha Terceira, de 2 a 4 de Julho e, finalmente, a ilha de São Miguel, onde os reis estiveram de 4 a 11 de Julho, partindo rumo para o continente português.
Em 500 anos de existência, esta foi a primeira vez que os Reis de Portugal se deslocaram às “ilhas adjacentes” (como então eram conhecidos ambos os arquipélagos) e foi a primeira grande visita de Estado portuguesa do século XX.
Foi sem dúvida também um momento de grande importância para a divulgação das ilhas e para o reforço da unidade nacional, o que fez com que as populações insulares recebessem a realeza portuguesa com grande pompa e circunstância.
Na ilha Terceira, o momento auge da visita régia foi a participação dos Reis numa tourada à corda, organizada em sua homenagem. A zona de São João de Deus engalanou-se para a tourada, as ruas encheram-se de gentes, vestidas a rigor, com os seus trajes domingueiros, procurando mostrar a popularidade das touradas à corda na Ilha.
O Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia assistem a uma tourada na ilha
Em Angra do Heroísmo, D. Carlos relembrou que a cidade fora capital da Regência no tempo dos seus Avós, agradecendo o papel que a Ilha teve na defesa do Liberalismo e enaltecendo a forma calorosa como fora recebido em terras terceirenses.
Rogério Sousa
24 авг 2024
