Respondendo a Perguntas - A universidade está longe da realidade do mercado? 

Como técnico e empresário da area de eletrônica vejo um abismo gigante entre academia e mercado. Engenheiros que não sabem utilizar um osciloscópio, medir um IGBT, analisar um simples esquema elétrico. Hoje o melhor profissional é o auto didata ( pois estuda pela paixão pela coisa) ou o a pessoa que já atua no mercado e buscou uma qualificação academia pois assim aprofunda seus conhecimentos. O que o professor fala sobre laboratório está corretíssimo. Hoje com softwares de simulações, datasheet etc nao faz mais sentidos ficar comprovando o que já se sabe. É hora de botar a mão na massa , montar um projeto, pratico, errar, testar, medir, solucionar esse é o verdadeiro conhecimento , ver que a teoria não é a prática, mas uma não se sustenta sem a outra. Acho que deveria ocorrer um pouco mais de dialogo entre academia e mercado, as empresas deveriam estar mais presentes nas universidades. Um bom exemplo (mas não ideal) e o SENAI onde os alunos vem boa parte do que está sendo usando no chão de fabrica e não somente os conceitos dos sistemas. Hoje você pega um formado em um curso técnico ou de engenharia e leva aproximadamente um ano para esse profissional "começar" a andar com as próprias pernas. Por isso tantos se formam e vão para áreas administrativas, ou nem atuam na área, faz um concurso qualquer para outra coisa. Parece que agora com o tal novo modelo educacional tende a mudar um pouco isso, mas os resultados práticos só da que uns 10 anos para sabermos. Torço que seja melhor para ambos profissionais, empresas e universidades. Abraço.

Esse canal deveria estar com milhões de inscritos.. talvez consiga em breve.

Desculpa professor, com todo respeito mas, está muito descolado mesmo , já foi evidenciado faz tempo. Existe até pesquisa sobre isso. Alemanha e Reino Unido são os países onde as escolas técnicas e universidades estão mais próximos do mercado de trabalho, já o Brasil e México estão entre os últimos. Entretanto, seus argumentos sim são plausíveis, estão corretos ! Onde está o problema? Vou dar exemplos: Tem professor desde SENAI à pós graduação de engenharia, substituindo a ementa de automação e sistemas embarcados por kit de prototipagem ARDUINO, isso é só um exemplo que o mercado reclama, falo isso porque eu e meus colegas já reprovamos muitos candidatos neste aspecto. Um outro exemplo, no meu curso tive professor de eletrônica de potência que não sabe o que é IGBT, ele acha que eletrônica de potência é feita por FET/MOSFET apenas. Mas ele não foi exceção, quando fui dar aula no técnico, meus colega professores também não sabiam o que tem dentro de um drive de motor e ensinam errado para o aluno, acham que sinal PWM é só aquele basiquinho, nível nulo e positivo e por aí vai, aí o aluno não sabe mudar o inversor de frequência de escalar para vetorial, nem quando, nem porque. Pior, engenheiro de automação não sabem o que é isso, não sabem fazer uma sintonia PID por aproximação sucessiva, não é de lascar???? Quer outro? professor de instrumentação que não sabe como se implementa a instrumentação do chão de fábrica. Daí o aluno que agora é o profissional, não sabe como que o valor 100 OHMS de PT100 (e também não sabe que é uma termoresistência de platina), "se transforma" em 0ºC na tela, vai falar de linearização, span, resolução, conversão A/D de 10, 11, 12, 16 BITS, arruma confusão na hora. Mais... professor de automação que não conhece uma plataforma de automação de fato, não sabe o que é PLC Motion por exemplo, isto dando aula para aluno de Controle e Automação / Mecatrônica E para finalizar, os cursos empestiaram de ARDUINO, Impressora 3D.... tudo protótipos em nível amador que não existe em canto nenhum. Eu falei para o coordenador de curso onde eu dava aula, "temos um condomínio industrial com 50 empresas ali na frente, visite todas elas e encontre arduino"! Muita coisa está errada mesmo, e nós não encontramos profissional desde o técnico ao superior Arquitetura ARM está em tudo e em todo lugar, a universidade dando curso de sistemas embarcados com arduino com um ATMEGA AVR, inclusive o ARM está até mesmo em alguns kits arduino e o professor e aluno se quer sabem disso, não se dá o trabalho nem mesmo de conhecer o portfólio do fabricante e folha de dados dos produtos São alguns exemplos mas tem muito mais Ver um aluno de universidade federal fazendo projetinho com arduino é de chorar se a ementa for automação, vá conhecer o CODESYS, TIA PORTAL, ou mesmo uma plataforma WEG. Agora se a ementa for microcontroladores/microprocessadores aí é de lascar mesmo, o sujeito deveria estar aconhecendo claro, MCUs de 8 bitis, um DSPIC 16 bits , instruções DSP, FPU, iOT com NPU, arquiteturas ARM, MIPS, POWER um sistema crítico de tempo real determinístico RTOS. É isso que as empresas de sistemas embarcado pedem. Sujeito aparece lá com estorinha de arduino, não consegue nem mesmo estágio Elétrica? Pois é, os profissionais não conhecem máquinas elétricas, acham que só existe motor de indução mas não sabe de fato o que é, já vi sujeito montando rotor de motor de dois polos em carcaça com estator de 4 polos, triste né? O profissional abrir um servo motor e falar, "ué? Tem imã la dentro?, não quer sair". então sabe por que ele não sabe que aquilo é um PMSM? Porque o professor dele, deu aula de ardino com motorzinho RC de aeromodelismo e disse para ele que aquilo é um servomotor

A universidade dá conhecimento acima do cobrado pelo mercado. O que acontece é que existe um grupo que fala mal das universidades, talvez para desacreditar e privatizar.

Ótima análise..

Valeu pela elucidação mestre!!

possivelmente tu nem vai ter tempo de ver e responder esse comentário, mas lá vai: E na outra ponta, o técnico que deseja adquirir mais conhecimento acadêmico, principalmente a matemática voltada a eletrônica é algo valido ?

Mestre, gostei demais da sua explanação. O curso de engenharia, seja ele qual for, tem que ser generalista. Só acho que as universidades deveriam estar atuando lado a lado com as empresas. Está simbiose faria muito bem para ambas as partes

Vamos lá... Sou acadêmico do 6 período em Eng eletrônica. Nesse semestre foi apresentado o que e um multímetro e um amperímetro analógico e digital, PDF, osciloscópio foi patético pq não teve aula, teve um PDF generalizado. Cadeira de instrumentação... Cara! 6 semestre pra saber oque e um multímetro e o mínimo deboche para o aluno. 4 anos levei pra saber como não usar um multímetro 😆🤡, tenho 42 anos e sou formado em técnico em eletrônica e programador desde 2002. Fiquei de boa só assistindo a tragédia, e vendo meus colega se queixando e perdidos, algumas gurias sim existe no curso... Totalmente perdidas, umas pelo visto vão dar no pé. Sou de uma universidade privada do RS a segunda maior no estado. Como os colega falaram, se perde muito tempo nesse curso, tive cadeira de cálculo 4 e aprendemos a FFT.... Por favor qualquer osciloscópio tem a porra da tecla. Pra que ensina uma inutilidade dessa, na hora do pau tu nem vai lembra de papel e lápis, vai lembrar da porcaria da tecla FFT e acha a fontes de ruidos do teu circuito... Nessa cadeira foi um show de relatório com ampop, mas ninguém disse como aplicar e pq usar tal circuito. Só monta e faz o relatório kkkkkk. Tudo que aprendi foi sozinho, sou autodidata e polivalente, só estou mesmo pelo meu CREA. Até agora não usei nada de útil da faculdade, tudo forma de pão.

Cara extremamente relevante sua crítica tanto da faculdade quanto dessa visão.

Boa noite professsor, eu poderia entrar em contato com o senhor, sou aluno de Eletromecânica do instituto federal e preciso de ajuda em análise de Circuitos cc e Ca.