Uma estudante pergunta se fazer as coisas quando não se sente vontade não é um modo pouco autêntico de viver.
Ouve, minha filha, eu, vontade, tenho muito poucas vezes.
É preciso fazer as coisas quando não se sente vontade; nesse caso, como estão fundamentadas no sacrifício, na contradição..., são muito mais fecundas, valem muito mais diante de Deus, brilham como as estrelas à noite.
Quando fores fazer a tua oração, e não sentires vontade e não te venha nada à cabeça
põe-te na presença de Deus e diz-lhe:
"Senhor...", isso que acabaste de dizer:
"não sinto nenhuma vontade de falar contigo, não me apetece dedicar-te nem um minuto,
parece-me que te estou a fazer um favor".
E sentirás no fundo do teu coração como um choque, amoroso mas forte...; o grito de Deus que te diz:
Sou eu que te faço o favor, quando te chamo a servir-me,
quando te chamo para conversar comigo,
quando te digo que quero fazer amizade com a tua alma.
E então, com vontade ou sem vontade, farás todos os dias um tempo de oração: na tua casa, ou na rua, no escritório ou na Universidade, ou na oficina, ou na estrada, ou caminhando,
ou na igreja, junto do sacrário.
Pois aí está Cristo Jesus, o filho de Santa Maria, de Santa Maria Virgem, sempre Virgem
que nasceu no presépio, que trabalhou junto de José, de quem aprendeu o trabalho humano,
e que depois pregou e depois padeceu a paixão e foi subido à cruz, e se deixou cravar por amor, com pregos ao madeiro.
E está à nossa espera aí; porque tu e eu sabemos pela fé, que oculto sob as espécies sacramentais está Cristo: esse Cristo com o seu corpo, com o seu sangue, com a sua alma e com a sua divindade, prisioneiro de amor. Iremos sem vontade, mas sabendo que nos ouve,
dizer-lhe que não sentimos vontade, e já estaremos a fazer oração.
E verás como Ele te fala, verás como te remove, verás como acabarás por te habituar a essa conversa com o Senhor, e, como no dia em que não te dirigires a Deus, com vontade ou sem vontade, sentirás desejo de o fazer, necessidade de o fazer.
24 июн 2012