Iaiá, acende o candieiro, iaiá Só a luz ofuscante da candeia E o clarão da lua cheia É o que faz o terreiro clarear Oh Iaiá Iaiá, oh Iaiá Acende o candieiro iaiá Só a luz ofuscante da candeia E o clarão da lua cheia É o que faz o terreiro clarear Hoje tem festa, no Quilombo dos Palmares Já se ouve pelos ares O som estridente do tambor Ô Ioiô, no rabo de arraia, certeiro No jogo de Angola, rasteiro No bote da cobra coral Com a ligereiza dos raios Destreza fundamental Quem paga o pato é o capitão do mato Na luta do bem contra mal Oh Iaiá Iaiá, oh Iaiá Acende o candieiro iaiá Só a luz ofuscante da candeia E o clarão da lua cheia É o que faz o terreiro clarear Oh a balança na barra da saia Levanta, sacode a poeira do chão Oh abre a roda que agora o pau vai comer No samba duro angolano na ginga do maculelê Oh abre a roda que agora o pau vai comer No samba duro angolano na ginga do maculelê Ô quem tem sangue do quilombola não cai Finge que vai, mas não vai Risca seu nome no vento Rei Gangazumba vem dar inicio ao festejo Sua voz é um lampejo Que comanda o ritual. O seu lamento era um grito de guerra Que escoava sobre a terrra Formando um Quilombo immortal Oh Iaiá Iaiá, oh Iaiá Acende o candieiro iaiá Só a luz ofuscante da candeia E o clarão da lua cheia É o que faz o terreiro clarear