Coleção de fotos retratando Juiz de Fora entre 1950 até 1969
Juiz de Fora - Cafeicultura, imigração e comércio escravista (Parte 02)
Cafeicultura, imigração e comércio escravista
Na década de 1840, começa a crescer a plantação de café, devido ao aumento do consumo de café na Europa e Estados Unidos e ao esgotamento dos solos do Vale do Paraíba contrastante com as terras disponíveis na Zona da Mata. A partir de 1889, a cidade ganhou iluminação pública elétrica, telefone e linhas de bonde, contando ainda com telégrafo e imprensa.
De 1850 a 1870, Juiz de Fora vivenciou expansão da economia cafeeira, juntamente com a tendência regional, tornando-se o principal produtor de café da Zona da Mata mineira em torno de 1855, posto que abandonou somente nas primeiras décadas do século XX. Assim, ao logo do século XIX, a cidade que era ponto de parada de tropeiros transformou-se em grande centro cafeeiro. A mão-de-obra destas lavouras foi composta predominantemente por escravos crioulos, fazendo a população apresentar alta concentração de cativos durante a segunda metade do século XIX, como, por exemplo, 62,25% da população composta por escravos em 1853. Assim, a cidade tornou-se também um importante centro escravista, destacando-se na Zona da Mata e possuindo um contingente escravo que equilibrou-se com o da província do Espírito Santo nos anos 50, 60 e 70 do século XIX. Após esta expansão, houve coexistência de fazendas cafeeiras de grande porte escravocratas, predominantes, com outras de pequeno e médio portes, o que criava uma hierarquia econômica e social intensa. O progresso do capital cafeeiro tornou a cidade em uma cidade de barões do Império, tendo sido visitada 12 vezes pelo imperador. Em 1850 a Câmara Municipal é fundada. Ao mesmo tempo, a cidade passou por diversos problemas no período, como alastramento de epidemias, baixo número de casas populares e alto de cortiços, aumento do custo de vida, entre outros.
Muitas famílias de outras regiões de Minas e do país chegam à cidade a partir de meados do século XIX, ampliando as redes de negócio, o fluxo comercial e o comércio escravista. Também chegam os imigrantes alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírios-libaneses e algumas famílias inglesas. As primeiras famílias alemãs começam a se mudar para a cidade em 1856, e desde o início ocupam diversas profissões.
O fim do tráfico de escravos na década de 1850 gerou valorização da mão-de-obra escrava, elevando os preços e dificultando seriamente a sobrevivência de uma economia baseada unicamente em relações de produção escravistas. Com a crescente necessidade de mão-de-obra para as lavouras cafeeiras, adotou-se o tráfico intra e interprovincial como medida provisória, e em seguida uma política imigrantista, no Brasil. Estas condições é que levaram à inserção das famílias imigrantes alemãs na área urbana da cidade.
Juiz de Fora, na segunda metade do século XIX, foi um importante entreposto comercial para a mercadoria escrava, tanto pelo estado desenvolvido de suas lavouras cafeeiras quanto por sua posição geográfica privilegiada na Zona da Mata e seus vínculos com o Rio de Janeiro.
Mesmo muito tempo depois do fim do tráfico internacional de escravos o comércio de escravos de Juiz de Fora tinha forte vinculação com o Rio de Janeiro.
Continua...
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10 апр 2013